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Vaccari e Duque queriam aumentar as comissões, diz delator

"Em um dado momento eles falaram sobre a comissão dos estaleiros e que tinham desejo de aumentar ainda mais essas comissões" disse Ferraz

Moro: "em um dado momento eles falaram sobre a comissão dos estaleiros e que tinham desejo de aumentar ainda mais essas comissões" disse Ferraz (Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)
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Da Redação

Publicado em 19 de julho de 2016 às 21h08.

São Paulo - O ex-presidente da Sete Brasil e também delator na Lava Jato João Medeiros Ferraz afirmou em seu primeiro depoimento ao juiz federal Sérgio Moro nesta terça-feira, 19, que o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e o ex-diretor da Petrobras Renato Duque, ambos presos e condenados pela Lava Jato, pediram em um jantar em São Paulo para ele aumentar a porcentagem de propina nos contratos da empresa - incluindo também os sócios da Sete Brasil responsáveis por operar as sondas do pré-sal.

A Lava Jato aponta que o esquema de corrupção na Petrobras teria se reproduzido na Sete, empresa de capital misto criada em 2010 para a instalação de sondas de exploração do pré-sal, com os estaleiros contratados por ela para construir as sondas.

Ao juiz Sérgio Moro, Ferraz não apenas confirmou o esquema, que rendia propinas de 0,9% nos contratos para a produção das estruturas de exploração, como também revelou que o "apetite" de Vaccari e Duque pela propina era ainda maior.

"Bem depois que cheguei na Sete, em um dado momento o Pedro Barusco (que também era diretor da Sete Brasil) falou que o João Vaccari queria me conhecer. Ai ele organizou um jantar em São Paulo", conta o ex-executivo. No encontro estavam presentes ele, Barusco, Duque e Vaccari e, segundo relatou, em determinado momento houve a cobrança 'extra'.

"Em um dado momento eles falaram sobre a comissão dos estaleiros e que tinham desejo de aumentar ainda mais essas comissões, de que não só que os estaleiros contratados pagassem, mas também os operadores de sonda", relatou.

"Ai eu falei, 'de jeito nenhum’', isso não vai acontecer, não aceito esse tipo de situação. Já foi muito difícil celebrar esses acordos com esse tipo de empresa (os operadores de sondas sócios da Sete). Então foi ali (no jantar) que conheci o João Vaccari", seguiu Ferraz em seu depoimento.

Apesar de sua rejeição à proposta, Ferraz admitiu ao juiz Sérgio Moro que não sabe dizer se esta estrutura de cobrança de propinas foi implementada ou não. "Pode ter sido (implementada) sem o meu conhecimento".

Com uma trajetória técnica na Petrobras, Ferraz assumiu a presidência da Sete - que foi idealizada por ele e Barusco - em maio de 2011 a convite do diretor de Finanças da Petrobras Almir Barbassa e do gerente-executivo da área Pedro Bonésio.

Ele conta que só tomou conhecimento do esquema de corrupção na empresa ao entrar em contato com Barusco na Sete, segundo ele o responsável por "espelhar" na Sete Brasil o esquema de corrupção que ocorria na Petrobras.

Ferraz confirmou que os estaleiros responsáveis por produzir as sondas pagaram propinas para ele, Renato Duque, Pedro Barusco e João Vaccari na proporção apontada na denúncia do Ministério Público Federal.

Segundo a Lava Jato, teria havido o pagamento de propinas de 0,9% nos valores dos contratos da Sete com a Keppel Fels (responsável pelo estaleiro BrasFels) para a produção de quatro sondas de exploração de pré-sal.

O valor destas propinas seria de R$ 185 milhões, dividida um terço para os funcionários da Petrobras (Duque) e da Sete (o então presidente João Ferraz, Pedro Barusco que também era diretor de operações da empresa e Eduardo Musa que além de gerente na Petrobras era diretor de participações da Sete) e dois terços para o PT (via João Vaccari).

Além disso, aponta o MPF, uma parcela dos pagamentos ao partido teria sido destinada ao casal de marqueteiros João Santana e Mônica Moura no exterior por meio do operador Zwi Skornicki.

Foi nesta ação penal da Lava Jato que João Ferraz depôs nesta terça-feira. Ao todo, a Sete Brasil chegou a firmar contratos com cinco estaleiros para a produção de 29 sondas. Além disso, a empresa fez sociedade com seis grandes companhias que iriam atuar como operadoras das sondas.

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São Paulo - O ex-presidente da Sete Brasil e também delator na Lava Jato João Medeiros Ferraz afirmou em seu primeiro depoimento ao juiz federal Sérgio Moro nesta terça-feira, 19, que o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto e o ex-diretor da Petrobras Renato Duque, ambos presos e condenados pela Lava Jato, pediram em um jantar em São Paulo para ele aumentar a porcentagem de propina nos contratos da empresa - incluindo também os sócios da Sete Brasil responsáveis por operar as sondas do pré-sal.

A Lava Jato aponta que o esquema de corrupção na Petrobras teria se reproduzido na Sete, empresa de capital misto criada em 2010 para a instalação de sondas de exploração do pré-sal, com os estaleiros contratados por ela para construir as sondas.

Ao juiz Sérgio Moro, Ferraz não apenas confirmou o esquema, que rendia propinas de 0,9% nos contratos para a produção das estruturas de exploração, como também revelou que o "apetite" de Vaccari e Duque pela propina era ainda maior.

"Bem depois que cheguei na Sete, em um dado momento o Pedro Barusco (que também era diretor da Sete Brasil) falou que o João Vaccari queria me conhecer. Ai ele organizou um jantar em São Paulo", conta o ex-executivo. No encontro estavam presentes ele, Barusco, Duque e Vaccari e, segundo relatou, em determinado momento houve a cobrança 'extra'.

"Em um dado momento eles falaram sobre a comissão dos estaleiros e que tinham desejo de aumentar ainda mais essas comissões, de que não só que os estaleiros contratados pagassem, mas também os operadores de sonda", relatou.

"Ai eu falei, 'de jeito nenhum’', isso não vai acontecer, não aceito esse tipo de situação. Já foi muito difícil celebrar esses acordos com esse tipo de empresa (os operadores de sondas sócios da Sete). Então foi ali (no jantar) que conheci o João Vaccari", seguiu Ferraz em seu depoimento.

Apesar de sua rejeição à proposta, Ferraz admitiu ao juiz Sérgio Moro que não sabe dizer se esta estrutura de cobrança de propinas foi implementada ou não. "Pode ter sido (implementada) sem o meu conhecimento".

Com uma trajetória técnica na Petrobras, Ferraz assumiu a presidência da Sete - que foi idealizada por ele e Barusco - em maio de 2011 a convite do diretor de Finanças da Petrobras Almir Barbassa e do gerente-executivo da área Pedro Bonésio.

Ele conta que só tomou conhecimento do esquema de corrupção na empresa ao entrar em contato com Barusco na Sete, segundo ele o responsável por "espelhar" na Sete Brasil o esquema de corrupção que ocorria na Petrobras.

Ferraz confirmou que os estaleiros responsáveis por produzir as sondas pagaram propinas para ele, Renato Duque, Pedro Barusco e João Vaccari na proporção apontada na denúncia do Ministério Público Federal.

Segundo a Lava Jato, teria havido o pagamento de propinas de 0,9% nos valores dos contratos da Sete com a Keppel Fels (responsável pelo estaleiro BrasFels) para a produção de quatro sondas de exploração de pré-sal.

O valor destas propinas seria de R$ 185 milhões, dividida um terço para os funcionários da Petrobras (Duque) e da Sete (o então presidente João Ferraz, Pedro Barusco que também era diretor de operações da empresa e Eduardo Musa que além de gerente na Petrobras era diretor de participações da Sete) e dois terços para o PT (via João Vaccari).

Além disso, aponta o MPF, uma parcela dos pagamentos ao partido teria sido destinada ao casal de marqueteiros João Santana e Mônica Moura no exterior por meio do operador Zwi Skornicki.

Foi nesta ação penal da Lava Jato que João Ferraz depôs nesta terça-feira. Ao todo, a Sete Brasil chegou a firmar contratos com cinco estaleiros para a produção de 29 sondas. Além disso, a empresa fez sociedade com seis grandes companhias que iriam atuar como operadoras das sondas.

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