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USP terá 29 laboratórios para inovação na graduação

Programa Pró-Inovalab investirá R$ 10 milhões para montagem de laboratórios voltados para aulas práticas inovadoras na graduação em todas as áreas do conhecimento

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de julho de 2012 às 09h41.

São Paulo - Além de laboratórios que produzem pesquisa de alta qualidade, a Universidade de São Paulo (USP) ganhará 29 laboratórios voltados especialmente para aulas práticas inovadoras em cursos de graduação das mais variadas áreas do conhecimento.

A Pró-Reitoria de Graduação da USP divulgou os projetos selecionados pelo edital do programa Pró-Inovação no Ensino Prático de Graduação (Pró-Inovalab), lançado em 2011 com o objetivo de fortalecer e valorizar o ensino de graduação na universidade, apoiando projetos de instalação de laboratórios destinados às aulas práticas.

De acordo com a pró-reitora de Graduação da USP, Telma Zorn, o programa tem características inéditas e poderá servir como modelo para iniciativas semelhantes em outras instituições.

“Com frequência há programas que investem recursos em projetos de ampliação e construção de novos laboratórios para pesquisa. Mas achamos que seria importante qualificar o ensino de graduação com atividades sólidas e cientificamente relevantes. Idealizamos o programa pensando em fazer com que a competência da USP em pesquisa fosse transferida para os estudantes o mais cedo possível”, disse Zorn à Agência FAPESP.

Inicialmente, segundo Zorn, o programa previa um investimento de R$ 5 milhões. Foram recebidos 57 projetos de 38 das 42 unidades da USP. Mais tarde o edital foi retificado com um valor maior: R$ 10 milhões.

“A ideia era inovadora e não sabíamos qual seria a demanda. Quando constatamos que o interesse era muito grande, conseguimos dobrar o valor, com um limite de R$ 500 mil por projeto. Esperávamos apoiar 20 projetos, mas algumas propostas mostraram que era possível fazer algo de muita qualidade com valores menores, então foi possível apoiar um total de 29 projetos”, explicou.

De acordo com Zorn, além de aproximar a competência de pesquisa da USP do aprendizado dos alunos, o programa permitirá introduzir nos cursos de graduação práticas pedagógicas e tecnologias de ensino inovadoras.


“O programa também dá um forte estímulo à multidisciplinaridade e à interação entre pesquisa e ensino. Os novos laboratórios vão integrar as várias disciplinas de uma unidade e haverá também projetos de laboratórios interunidades. Eles também permitirão que os alunos possam começar, já na graduação, a participar de projetos de excelência científica”, explicou.

Entre os projetos aprovados, há, por exemplo, laboratórios que irão interligar disciplinas do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) às da Faculdade de Medicina (FM), ou integrarão disciplinas da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) e do Instituto de Matemática e Estatística (IME).

Acompanhamento dos projetos

Outro aspecto inédito do programa é que pela primeira vez os projetos, a partir do estímulo do edital, foram construídos nas unidades e não vieram de fora, como acontece normalmente na graduação.

“Há projetos de bolsas, monitoria, internacionalização, mas todos são criados na pró-reitoria. No Pró-Inovalab eles foram propostos pelos professores, estimulando uma discussão real sobre as carências da graduação na universidade. As comissões de graduação apenas coordenaram a participação, mas os docentes se encarregaram de expor e defender suas ideias”, disse a pró-reitora de Graduação da USP.

Uma vez apresentados, os projetos foram avaliados por uma comissão ad hoc, incluindo pareceristas da USP e de outras instituições do país. Depois disso, as avaliações foram refinadas por uma comissão de coordenadores de quatro áreas: Humanas, Saúde, Exatas e Multidisciplinar.

“Selecionamos 41 dos projetos apresentados. Depois reunimos os proponentes desses 41 projetos para a apresentação de uma sessão de pôsteres, com participação dos pareceristas ad hoc. Eles tiveram a oportunidade de ratificar ou retificar suas impressões da primeira leitura, refinando ainda mais a seleção”, disse Telma Zorn.


Os projetos dos laboratórios terão acompanhamento semelhante ao modelo utilizado nos projetos de pesquisa, com prestação de contas e apresentação de relatórios parciais das atividades.

Entre as propostas selecionadas, há projetos integradores da área da Saúde, que poderão integrar atividades práticas nas áreas de odontologia, medicina e enfermagem com um centro de tecnologia aplicada à ciência da saúde.

Outro exemplo é um projeto voltado para ciências do mar, com foco em aquicultura. “Esse projeto prevê a implantação de um modelo de cultivo de espécies marinhas. Ele incluirá a construção de uma espécie de plataforma no oceano, onde poderão ser criadas diferentes espécies”, disse Zorn.

Na área de saúde também houve projetos ligados ao uso de instrumentação de simulações para aulas práticas, como manequins para experimentação virtual. “Esse tipo de projeto tem grande demanda em disciplinas como enfermagem e medicina”, disse a pró-reitora.

Na área de exatas, um exemplo foi um projeto da área de computação voltado para o desenvolvimento de robôs e inteligência artificial. “Trata-se, na realidade, de uma roboteca, na qual os alunos terão desde o início a oportunidade de trabalhar com matemática e programação de robôs móveis com respaldo em uma visão computacional”, contou.

Com um projeto ligado ao curso de Gestão Ambiental da Escola de Artes e Ciências Humanas (EACH), os estudantes poderão analisar amostras de água e terra, permitindo simulações e o diagnóstico de contaminação ambiental.

“Tivemos também projetos na área de Ciências Humanas. Um deles prevê a integração das licenciaturas em um grande laboratório voltado para o treinamento de professores no ensino de química, física e biologia”, disse Zorn.

Outro projeto dará à Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) um laboratório de processamento de dados para apoio a estudos de ciências sociais, com estrutura e softwares específicos para a modelagem e análise desse tipo de estudo.

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