USP e PM definirão matriz curricular para policiais
Esse currículo buscará criar condições para mudar a postura e a forma de agir dos novos policiais da corporação
Da Redação
Publicado em 9 de agosto de 2012 às 13h43.
São Paulo - Até o fim do ano, a Polícia Militar pretende definir, em parceria com a Universidade de São Paulo (USP), uma nova matriz curricular para os cursos de praças e oficiais. Esse currículo buscará criar condições para mudar a postura e a forma de agir dos novos policiais que forem treinados para a corporação seguindo as novas diretrizes do Comando-Geral, priorizando o serviço de proteção social da PM.
A ideia do comandante-geral, Roberval Ferreira França, é receber a ajuda de núcleos de pesquisas da USP, como o Núcleo de Estudos da Violência (NEV) e o Núcleo de Pesquisas de Políticas Públicas (NUPPS). A parceria com a USP já estava prevista no convênio assinado entre a corporação e a Reitoria da universidade para a vigilância do câmpus universitário da capital.
Segundo o coronel Luiz Eduardo Pesce Arruda, diretor de Ensino e de Cultura da Polícia Militar, a corporação discute atualmente as competências e o perfil que pretende buscar entre aqueles que querem trabalhar na PM. Depois de definido o perfil, serão discutidas as disciplinas a serem ensinadas para conseguir formar o profissional com as características almejadas.
"A ideia é formar esse policial mais voltado para a proteção social, capaz de lidar com a população. Um dos desafios, por exemplo, é ensinar esse policial a lidar com adolescentes, que não aceitam bem a autoridade. É preciso prepará-lo. O policial precisa saber o seu papel", diz Arruda.
Novos turnos
Além da reestruturação curricular, a reforma quer ainda mexer nos turnos policiais, para permitir um aumento do treinamento do efetivo. Atualmente, ao longo de um ano, o policial militar é treinado apenas durante uma semana. A mudança no turno do policial teria o objetivo de permitir que houvesse duas horas diárias de treinamento.
Nos dias de hoje, para melhorar as ações policiais nas ruas, a PM criou o Método Giraldi de Tiro Defensivo e dezenas de Procedimentos Operacionais Padrão (POP), regras que indicam a forma de agir em inúmeras ocorrências policiais.
O problema é que esses cursos e esses procedimentos não estão sendo usados nas ruas como o Comando espera. A falta de tempo para a realização de treinamento é apontada como uma das causas para esse problema.
"O estágio, que hoje é feito na base de uma semana por ano, vai ser transformado em um programa permanente com duas horas por dia para atualização profissional", diz o comandante-geral.
As mudanças nos turnos, contudo, segundo o coronel, vão ter o cuidado de manter as Operações Delegadas, os chamados bicos oficiais, que pagam salário extra aos PMs que trabalham nos dias de folga. "Já temos mais de 80 municípios pedindo as atividades delegadas, o que mostra que a operação é um sucesso e deve ser mantida", diz França.
Alta na criminalidade
O coronel evitou admitir que São Paulo vive uma escalada de violência - em junho, o Estado registrou aumento de 27% no número de homicídios, enquanto a capital teve aumento de 47% do mesmo crime. Segundo sua avaliação, os dados continuam apontando o Estado como um dos que têm as menores taxas de homicídio de jovens e mulheres no Brasil.
"Houve um crescimento nas taxas de homicídio, mas esse crescimento não chega a assustar e podemos voltar a registrar uma tendência de diminuição se a PM trabalhar direito." As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
São Paulo - Até o fim do ano, a Polícia Militar pretende definir, em parceria com a Universidade de São Paulo (USP), uma nova matriz curricular para os cursos de praças e oficiais. Esse currículo buscará criar condições para mudar a postura e a forma de agir dos novos policiais que forem treinados para a corporação seguindo as novas diretrizes do Comando-Geral, priorizando o serviço de proteção social da PM.
A ideia do comandante-geral, Roberval Ferreira França, é receber a ajuda de núcleos de pesquisas da USP, como o Núcleo de Estudos da Violência (NEV) e o Núcleo de Pesquisas de Políticas Públicas (NUPPS). A parceria com a USP já estava prevista no convênio assinado entre a corporação e a Reitoria da universidade para a vigilância do câmpus universitário da capital.
Segundo o coronel Luiz Eduardo Pesce Arruda, diretor de Ensino e de Cultura da Polícia Militar, a corporação discute atualmente as competências e o perfil que pretende buscar entre aqueles que querem trabalhar na PM. Depois de definido o perfil, serão discutidas as disciplinas a serem ensinadas para conseguir formar o profissional com as características almejadas.
"A ideia é formar esse policial mais voltado para a proteção social, capaz de lidar com a população. Um dos desafios, por exemplo, é ensinar esse policial a lidar com adolescentes, que não aceitam bem a autoridade. É preciso prepará-lo. O policial precisa saber o seu papel", diz Arruda.
Novos turnos
Além da reestruturação curricular, a reforma quer ainda mexer nos turnos policiais, para permitir um aumento do treinamento do efetivo. Atualmente, ao longo de um ano, o policial militar é treinado apenas durante uma semana. A mudança no turno do policial teria o objetivo de permitir que houvesse duas horas diárias de treinamento.
Nos dias de hoje, para melhorar as ações policiais nas ruas, a PM criou o Método Giraldi de Tiro Defensivo e dezenas de Procedimentos Operacionais Padrão (POP), regras que indicam a forma de agir em inúmeras ocorrências policiais.
O problema é que esses cursos e esses procedimentos não estão sendo usados nas ruas como o Comando espera. A falta de tempo para a realização de treinamento é apontada como uma das causas para esse problema.
"O estágio, que hoje é feito na base de uma semana por ano, vai ser transformado em um programa permanente com duas horas por dia para atualização profissional", diz o comandante-geral.
As mudanças nos turnos, contudo, segundo o coronel, vão ter o cuidado de manter as Operações Delegadas, os chamados bicos oficiais, que pagam salário extra aos PMs que trabalham nos dias de folga. "Já temos mais de 80 municípios pedindo as atividades delegadas, o que mostra que a operação é um sucesso e deve ser mantida", diz França.
Alta na criminalidade
O coronel evitou admitir que São Paulo vive uma escalada de violência - em junho, o Estado registrou aumento de 27% no número de homicídios, enquanto a capital teve aumento de 47% do mesmo crime. Segundo sua avaliação, os dados continuam apontando o Estado como um dos que têm as menores taxas de homicídio de jovens e mulheres no Brasil.
"Houve um crescimento nas taxas de homicídio, mas esse crescimento não chega a assustar e podemos voltar a registrar uma tendência de diminuição se a PM trabalhar direito." As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.