Manifestante protege o rosto de gás de pimenta durante um protesto contra o governo de Nicolás Maduro na praça Altamira, em Caracas, Venezuela (Tomas Bravo/Reuters)
Da Redação
Publicado em 11 de março de 2014 às 16h42.
A União de Nações Sul-Americanas (Unasul) deve criar uma comissão para fazer a interlocução da crise na Venezuela, com vistas a construir um "ambiente de acordo, de consenso e de estabilidade" no país, disse a presidente Dilma Rousseff nesta terça-feira.
No Chile, onde participou da posse da presidente Michelle Bachelet, Dilma disse a jornalistas que ministros das Relações Exteriores da região vão se reunir na capital chilena, na quarta-feira, para tratar das tensões na Venezuela, que levaram o presidente do país, Nicolás Maduro, a cancelar a ida à posse de Bachelet.
"Os presidentes mandataram os seus ministros de Relações Exteriores para amanhã fazer uma reunião, criar uma comissão que pode ser, inclusive, todos os países de região, representantes de todos os países da região, e fazer a interlocução pela construção de um ambiente de acordo, de consenso, de estabilidade lá na Venezuela", disse a presidente a jornalistas.
A Venezuela vive há um mês uma onda de manifestações que já provocou a morte de pelo menos 22 pessoas e ameaça colocar em risco o governo de Maduro, sucessor do falecido presidente Hugo Chávez e que está há somente 11 meses no cargo.
Os opositores de Maduro responsabilizam o governo pela alta da inflação, a escassez de produtos básicos e o aumento da criminalidade. Sua meta, segundo afirmam, é convocar um referendo para revogar o mandato do presidente, algo que a Constituição permite apenas em 2016.
O governo, por outro lado, acusa a oposição de semear o caos para tentar derrubar Maduro, seguindo o exemplo de um breve golpe de Estado contra Chávez em 2002.