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Trem mata 6 vezes mais que bicicleta em São Paulo

Levantamento mostra que nos últimos dez anos, 29 pessoas foram mortas por ciclistas em acidentes de trânsito, o tipo de transporte menos letal na cidade de SP


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 (Edson Lopes Jr/ A2 FOTOGRAFIA)

Trens em São Paulo (Edson Lopes Jr/ A2 FOTOGRAFIA)

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Da Redação

Publicado em 23 de agosto de 2015 às 11h26.

São Paulo - Levantamento no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus) sobre mortes por atropelamento na cidade de São Paulo mostra que, nos últimos dez anos, 29 pessoas foram mortas por ciclistas em acidentes de trânsito.

É o tipo de transporte menos letal entre todos os listados no Datasus. Os trens mataram, por exemplo seis vezes mais no período: 183 pessoas.

A listagem do Datasus é feita pelo Ministério da Saúde a partir de informações hospitalares passadas pela Prefeitura e pelo governo do Estado.

No caso dos trens, a listagem não detalha se as mortes foram causadas por trens do Metrô, da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) ou das empresas de transporte de carga, que compartilham as linhas férreas usadas por passageiros.

No caso da CPTM, só em 2010 é que foi concluída uma política voltara para isolar completamente as seis linhas do sistema de pedestres, com muros e grades. Já no caso do Metrô, também em 2010, o Estado tentou executar um programa de instalação de portas de plataforma. A Estação Vila Matilde, na zona leste, chegou a receber esses equipamentos - mas o programa não foi para frente, segundo o Metrô informou na época, por dificuldades da empresa contratada para o serviço. Por outro lado, as estações inauguradas após aquele ano, nas Linhas 2-Verde e 4-Amarela, já foram concebidas com essas portas de proteção.

O governo do Estado foi questionado sobre o número de mortes. mas limitou-se a informar, em nota, que "que tanto o Metrô quanto a CPTM não dispõem desses números", sem fazer mais comentários.

Em São Paulo, o veículo mais letal para o pedestre, segundo as informações do Datasus, é também a de maior frota. Entre 2005 e 2014, intervalo do levantamento, 2.468 pessoas foram atropeladas e mortas por automóveis, picapes e caminhonetes.

Ou seja: os carros matam 85 vezes mais do que as magrelas que deslizam pela capital - na ciclovia ou fora dela.

Em números absolutos, os ônibus aparecem em segundo lugar no ranking de letalidade, sendo os veículos responsáveis por 1.549 atropelamentos na última década, seguidos de motocicletas e triciclos, que mataram 1.040 pedestres.

Ao todo, no período levantado, houve 6.804 mortes de pedestres na cidade. A capital vinha em uma tendência de franca redução no total de mortes por esse motivo. Houve 823 ocorrências em 2005, número que caiu até atingir 530 registros em 2013. No ano passado, a tendência se inverteu: o número aumentou para 585 casos.

O zelador aposentado Florisvaldo Rocha, de 78 anos, morto na segunda-feira por um ciclista na Avenida General Olímpio da Silveira, no centro, sob o Minhocão, encaixa-se no perfil, que ainda segundo o Datasus, concentra o maior número de pedestres.

Dos 29 mortos, 20, como ele, eram homens. 12 tinham mais de 65 anos de idade (faixa etária com mais casos) e oito também foram atropelados na segunda-feira, dia mais letal da semana. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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