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Trabalhadores ficam "sem almoço" em praças olímpicas

A baixa qualidade da comida e até a falta de refeições são as principais reclamações manifestadas por alguns dos 6.500 funcionários nas instalações olímpicas

Olimpíada: a baixa qualidade da comida e até a falta de refeições são as principais reclamações manifestadas por alguns dos 6.500 funcionários nas instalações olímpicas (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 19 de agosto de 2016 às 18h24.

O serviço de alimentação nos locais de provas da Olimpíada no Rio de Janeiro tem sido campeão de reclamações do público, mas o tratamento a trabalhadores das praças de alimentação tem sido ainda pior.

A baixa qualidade da comida e até mesmo a falta de refeições são as principais reclamações manifestadas por alguns dos 6.500 funcionários contratados como garçons ou vendedores de alimentos nas instalações olímpicas, segundo o Ministério Público do Trabalho (MPT). Entre os demais problemas apontados estão a longa carga horária sem intervalo e o calor excessivo.

“Eu trabalhei mais de 12 horas na cerimônia de abertura e alguns colegas saíram do Maracanã depois das 2h da manhã”, disse Cassi de Assis, mãe de três filhos que viu na Olimpíada uma oportunidade de ganhar um dinheiro extra. “A gente é tratado igual a bicho”.

Assis, que trabalha para a Food Team, uma empresa de serviços de alimentação com experiência em eventos esportivos, disse que os funcionários muitas vezes recebem comida de baixa qualidade e até produtos vencidos, e outras vezes não recebem a refeição. Ela mostrou uma foto do prato que recebeu na quinta-feira: arroz, feijão, salsicha e polenta.

A Food Team diz que “segue rigorosamente” a legislação trabalhista. A empresa afirma que alguns funcionários acabaram trabalhando mais porque cerca de 40% dos contratados não apareceram.

“Todos os direitos trabalhistas, incluindo as horas extras, serão respeitados e devidamente pagos”, afirmou a companhia em comunicado.

A Dica do Chef, outra empresa que serve alimentos nas áreas comuns de duas instalações olímpicas, disse que assinou um termo de ajustamento de conduta com o MPT prometendo melhorar as condições dos trabalhadores.

“Mas nós já havíamos tomado todas as medidas necessárias antes disso”, disse Antonio Pulchinelli, responsável pela operação da empresa na Olimpíada. Ele dividiu a culpa pelas condições ruins de trabalho com os organizadores da Rio 2016, dizendo que houve erros por parte da empresa e do comitê olímpico, que não ofereceu, por exemplo, a estrutura prometida para proteger os trabalhadores do sol intenso.

A maioria dos trabalhadores das instalações olímpicas é selecionada pela ManpowerGroup, incluindo os da Food Team. Um porta-voz da ManpowerGroup disse que a empresa é responsável apenas pela seleção, não pelas condições de trabalho.

A organização declara que “preza pelos direitos trabalhistas” e que colabora com as autoridades. “A maioria dos relatos está relacionada aos trabalhadores terceirizados”, afirmou uma porta-voz da Rio 2016.

Ela disse que o comitê organizador acompanha a situação de perto para garantir que todos os trabalhadores tenham a documentação apropriada e que qualquer irregularidade seja corrigida rapidamente.

O MPT informa que está realizando reuniões com outras empresas para garantir o respeito à legislação trabalhista. “A fiscalização vai continuar até o fim dos jogos”, disse a procuradora Cynthia Maria Lopes. “O Ministério do Trabalho tem estado presente nos locais de evento e enviado notícias de irregularidades ao MPT.”

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O serviço de alimentação nos locais de provas da Olimpíada no Rio de Janeiro tem sido campeão de reclamações do público, mas o tratamento a trabalhadores das praças de alimentação tem sido ainda pior.

A baixa qualidade da comida e até mesmo a falta de refeições são as principais reclamações manifestadas por alguns dos 6.500 funcionários contratados como garçons ou vendedores de alimentos nas instalações olímpicas, segundo o Ministério Público do Trabalho (MPT). Entre os demais problemas apontados estão a longa carga horária sem intervalo e o calor excessivo.

“Eu trabalhei mais de 12 horas na cerimônia de abertura e alguns colegas saíram do Maracanã depois das 2h da manhã”, disse Cassi de Assis, mãe de três filhos que viu na Olimpíada uma oportunidade de ganhar um dinheiro extra. “A gente é tratado igual a bicho”.

Assis, que trabalha para a Food Team, uma empresa de serviços de alimentação com experiência em eventos esportivos, disse que os funcionários muitas vezes recebem comida de baixa qualidade e até produtos vencidos, e outras vezes não recebem a refeição. Ela mostrou uma foto do prato que recebeu na quinta-feira: arroz, feijão, salsicha e polenta.

A Food Team diz que “segue rigorosamente” a legislação trabalhista. A empresa afirma que alguns funcionários acabaram trabalhando mais porque cerca de 40% dos contratados não apareceram.

“Todos os direitos trabalhistas, incluindo as horas extras, serão respeitados e devidamente pagos”, afirmou a companhia em comunicado.

A Dica do Chef, outra empresa que serve alimentos nas áreas comuns de duas instalações olímpicas, disse que assinou um termo de ajustamento de conduta com o MPT prometendo melhorar as condições dos trabalhadores.

“Mas nós já havíamos tomado todas as medidas necessárias antes disso”, disse Antonio Pulchinelli, responsável pela operação da empresa na Olimpíada. Ele dividiu a culpa pelas condições ruins de trabalho com os organizadores da Rio 2016, dizendo que houve erros por parte da empresa e do comitê olímpico, que não ofereceu, por exemplo, a estrutura prometida para proteger os trabalhadores do sol intenso.

A maioria dos trabalhadores das instalações olímpicas é selecionada pela ManpowerGroup, incluindo os da Food Team. Um porta-voz da ManpowerGroup disse que a empresa é responsável apenas pela seleção, não pelas condições de trabalho.

A organização declara que “preza pelos direitos trabalhistas” e que colabora com as autoridades. “A maioria dos relatos está relacionada aos trabalhadores terceirizados”, afirmou uma porta-voz da Rio 2016.

Ela disse que o comitê organizador acompanha a situação de perto para garantir que todos os trabalhadores tenham a documentação apropriada e que qualquer irregularidade seja corrigida rapidamente.

O MPT informa que está realizando reuniões com outras empresas para garantir o respeito à legislação trabalhista. “A fiscalização vai continuar até o fim dos jogos”, disse a procuradora Cynthia Maria Lopes. “O Ministério do Trabalho tem estado presente nos locais de evento e enviado notícias de irregularidades ao MPT.”

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