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Torres diz à PF que sua "única preocupação" era o combate a crimes eleitorais

A corporação fiscalizou, entre os dias 28 e 30 de outubro, 2.185 ônibus em estradas do Nordeste

Anderson Torres: o ex-ministro foi ouvido nesta segunda, 8, sobre a atuação da PRF nas eleições 2022, em especial no segundo turno (Marcos Corrêa/PR/Flickr)

Anderson Torres: o ex-ministro foi ouvido nesta segunda, 8, sobre a atuação da PRF nas eleições 2022, em especial no segundo turno (Marcos Corrêa/PR/Flickr)

Estadão Conteúdo
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Agência de notícias

Publicado em 8 de maio de 2023 às 19h20.

Última atualização em 8 de maio de 2023 às 19h47.

Em depoimento à Policia Federal nesta segunda-feira, 8, o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Anderson Torres afirmou que sua 'única preocupação 'em meio às eleições 2022 era o combate a crimes eleitorais, 'independentemente de candidato ou partido'.

O aliado do ex-presidente alega que 'jamais interferiu nos planejamentos operacionais' da Polícia Rodoviária Federal quanto a blitzes e abordagens do segundo turno das eleições.

O ex-ministro foi ouvido nesta segunda, 8, sobre a atuação da PRF nas eleições 2022, em especial no segundo turno, quando Lula foi eleito para seu terceiro mandato presidencial.

Defesa de Anderson Torres sobre bloqueios nas eleições de 2022

A defesa de Torres afirmou que o depoimento ocorreu 'dentro da normalidade'. Segundo os advogados, o ex-ministro 'abriu mão' do direito a ficar em silêncio, tendo respondido todas as perguntas feitas pelos investigadores durante a oitiva na sede da Polícia Federal em Brasília.

O depoimento foi colhido nesta segunda-feira, 8, após um adiamento em razão do estado de saúde de Torres. A oitiva foi reagendada após o governo do Distrito Federal descartar transferir Torres para o hospital penitenciário.

Trata-se do terceiro depoimento prestado pelo ex-ministro da Justiça. No primeiro, ele falou sobre as acusações de 'omissão' ante os atos golpistas. Depois, perante ao Tribunal Superior Eleitoral, depôs sobre a 'minuta do golpe' — documento apreendido pela Polícia Federal em um armário da residência de Torres, em Brasília.

Depoimento e envolvimento na "minuta do golpe"

Torres foi instado a depor sobre o caso no mesmo dia em que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, manteve sua prisão por suposta conivência com os atos golpistas do dia 8 de janeiro. Na ocasião, o magistrado apontou 'fortes indícios' da ligação de Torres com 'minuta do golpe' e com fiscalizações em massa da PRF no segundo turno. Alexandre classificou as blitz, especialmente em rodovias do Nordeste como 'operação golpista' 'para tentar subverter a legítima participação popular'.

No mesmo dia, o Ministério da Justiça divulgou o número de operações feitas pela PRF nas eleições 2022, mostrando que a corporação fiscalizou, entre os dias 28 e 30 de outubro, 2.185 ônibus em estradas do Nordeste — mais que o dobro das ações de mesmo teor registradas no Centro-Oeste (893), quatro vezes mais que o número de blitz efetuadas no Sudeste e sete vezes mais do que no Norte do país.

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