Alexandre Tombini, futuro presidente do BC, durante a sabatina no Senado (Antônio Cruz/AGÊNCIA BRASIL)
Da Redação
Publicado em 8 de dezembro de 2010 às 05h22.
Brasília - Alexandre Tombini foi aprovado ontem pela Comissão de Assuntos Econômicos do Senado para ocupar a presidência do Banco Central no governo Dilma Rousseff.
Durante a sabatina, o atual diretor de Normas do BC reafirmou os três principais compromissos adotados pelo presidente Henrique Meirelles: meta de inflação, responsabilidade fiscal e câmbio flutuante. Mas, sem abandonar a receita atual, demonstrou posição um pouco mais intervencionista no dólar.
Evidenciando, nesse ponto, maior proximidade com o Ministério da Fazenda. "Não podemos deixar que políticas de outros países determinem a direção dessa importante variável da economia que é o câmbio". Desde a adoção do regime de câmbio flutuante em 1999, as principais autoridades do BC têm defendido uma oscilação livre das cotações do dólar.
Quem compartilha dessa visão acredita que eventuais desequilíbrios no câmbio ou nas contas externas são corrigidos pelo mercado com o tempo.
Ontem, porém, Tombini deu sustentação teórica para uma postura mais incisiva do governo na política cambial. Ficou claro que, para ele, o sistema de câmbio é flutuante, mas essa oscilação deve refletir os fundamentos da economia e não simplesmente os movimentos do mercado. Ou seja, deu sinal que deve encarar o assunto de forma mais firme.
Na CAE, o nome de Tombini foi aprovado por 22 votos favoráveis e um contra. A votação no Plenário pode acontecer hoje.