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Tesouro pode tirar US$ 10 bi da economia com nova medida

Medida aprovada ontem pelo CMN tenta conter a valorização do real

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h43.

Brasília - O Tesouro poderá comprar US$ 10,7 bilhões adicionais no mercado à vista para antecipar o pagamento da dívida externa, disse o chefe da Assessoria Econômica da Secretaria do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt. Os prazos de antecipação de pagamento foram alongados pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

Pela resolução do CMN publicada hoje (6) no Diário Oficial da União, o Tesouro poderá comprar dólares para fazer frente à dívida externa que vence no prazo até 1,5 mil dias (quatro anos). Até agora, o Tesouro só podia comprar dólares para antecipar pagamentos de parcelas da dívida externa com vencimentos em 750 dias (dois anos).

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Com a medida, o governo ganha mais munição para retirar dólares de circulação da economia e tentar conter a queda da moeda norte-americana, que ontem (5) atingiu a menor cotação em dois anos: R$ 1,67.

Dos US$ 10,7 bilhões que o Tesouro pode adquirir, explicou Bittencourt, pouco menos de US$ 2 bilhões referem-se à dívida contratual - dinheiro que o governo toma emprestado de instituições financeiras. O restante diz respeito à dívida mobiliária, em títulos, que o governo tem no exterior.

Segundo o assessor do Tesouro, nos próximos 24 meses os vencimentos da dívida pública externa somam US$ 13,83 bilhões (R$ 23,24 bilhões). Desse total, o governo antecipou o pagamento de quase tudo, mas Bittencourt não quis informar a quantia exata de dólares adquiridos. Os US$ 10,7 bilhões que o Tesouro poderá comprar têm como referência a dívida externa que vence de novembro de 2012 a novembro de 2014.

De acordo com Bittencourt, os reais que o governo usa para comprar os dólares vêm da conta única do Tesouro e de títulos da dívida pública interna. Os dólares ficam depositados em uma conta no exterior e pagam os vencimentos fora do país, sem entrar em circulação na economia brasileira. Isso ajuda a reduzir pressões que levem o dólar a cair ainda mais.

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