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Temer pede que rádios o ajudem a impedir que o Brasil naufrague

Os empresários de rádio aproveitaram a oportunidade para defender a flexibilização do programa A Voz do Brasil, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC)

Temer: "quando o governo faz ou vai fazer alguma coisa, logo em seguida pode-se ouvir objeções logo contra-objetadas", afirmou (REUTERS/Adriano Machado)

Temer: "quando o governo faz ou vai fazer alguma coisa, logo em seguida pode-se ouvir objeções logo contra-objetadas", afirmou (REUTERS/Adriano Machado)

AB

Agência Brasil

Publicado em 7 de novembro de 2016 às 13h30.

Em cerimônia de assinatura do termo aditivo para a migração de 240 emissoras de rádio AM para a banda FM, o presidente Michel Temer pediu a ajuda das empresas de radiodifusão, no sentido de informar a população sobre as ações do governo federal, em especial a definição de teto para os gastos públicos e as parcerias para obras de infraestrutura.

Citando o filme francês Si Tous les Gars du Monde [Se Todos os Homens do Mundo], no qual radioamadores ajudam a evitar a morte da tripulação de um navio que estava naufragando, Temer convocou os radiodifusores a ajudá-lo na missão de evitar que o Brasil naufrague.

Ao descrever cenas deste filme, Temer lembrou que, durante o naufrágio, foram enviadas, a partir do navio, mensagens de socorro.

"Ao captar a mensagem um radioamador se comunicou com vários radioamadores do mundo, que se comunicam com os governos dos respectivos países, e que, por fim, enviam missões de salvamento", disse o presidente, em meio a um discurso de defesa da proposta de limitação dos gastos públicos.

"Teto de gastos é cortar na própria carne porque, convenhamos, qual é o governante que não quer gastar o máximo possível? Gastar o máximo possível pode gerar popularidade. E restringir os gastos pode gerar inicialmente uma impopularidade", disse.

Ao reafirmar sua posição favorável à liberdade de imprensa e sua relevância para a apresentação de contraditórios e contraposições, Temer disse que o que mais tem acontecido no país é o debate das formulações e das ideias.

"Quando o governo faz ou vai fazer alguma coisa, logo em seguida pode-se ouvir objeções logo contra-objetadas", afirmou.

"Com este ato de hoje [assinatura do termo aditivo para a migração de rádios AM para a banda FM], os senhores vão [poder] se comunicar com o povo todo por rádio FM, e vão ajudar o Brasil a impedir que ele naufrague", acrescentou, citando novamente o filme francês.

Segundo o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, a migração das rádios, da banda AM para a FM, vai além do campo tecnológico. Dirigindo-se aos presentes, "diversos proprietários que já foram parlamentares, lideranças religiosas e ministros" Kassab destacou que a melhor qualidade das rádios, a partir da migração, trará resultados expressivos no campo social. "Trará a seus proprietários confiança para investir", disse.

"São hoje 244 rádios que estão migrando. Nossa equipe fez um levantamento e chegou à conclusão de que a população atendida por este ato atinge 25 milhões de habitantes", acrescentou.

Para conseguir a entrada das emissoras na banda FM, o intervalo destinado a elas será ampliado dos atuais 87.9MHz - 107.9MHz para 76MHz - 107.9MHz.

A migração das rádios AM para a banda FM resultará na melhora da qualidade de sinal das estações e possibilitará que sejam sintonizadas a partir de dispositivos móveis como tablets e smartphones.

Das 1.781 estações AM, 1.386, número que corresponde a 77% do total, já solicitaram a mudança - 948 destas já têm canal previsto no Plano Básico da Anatel; e 438 integram o lote residual, em áreas onde o espectro não possui, ainda, espaço disponível.

A Voz do Brasil

A cerimônia de assinatura contou também com a presença dos presidentes da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Paulo Tonet Camargo, e da Associação Brasileira de Rádio e Televisão (Abratel), Luiz Cláudio Costa.

Eles aproveitaram a oportunidade para defender a flexibilização do programa A Voz do Brasil, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

"Se me permitem a ousadia, gostaria de fazer um apelo: vamos aprovar a MP que trata da flexibilização do programa A Voz do Brasil. Há 15 anos os radiodifusores vêm trabalhando neste pleito. Vivemos de audiência. A Voz do Brasil faz parte da nossa grade de programação e queremos que ela tenha a melhor audiência possível. A flexibilização de apenas duas horas, ou seja, o programa terá início entre as 19h e as 21h, permitirá às emissoras a otimização do espaço, garantindo maior audiência e consequentemente maior exposição daquele noticiário", disse o presidente da Abert.

"É muito importante que seja aprovado o texto da MP que flexibiliza a Voz do Brasil. Todos sabemos da importância de A Voz do Brasil, mas sabemos que há momentos de calamidade, de transmissões esportivas, e que a flexibilização vai possibilitar que o horário de entrada do programa traga benefícios e não prejuízos para o radiodifusor", acrescentou o presidente da Abratel.

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