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Temer vai ao Mato Grosso para inaugurar fábrica de etanol

Temer viaja como uma forma de “agradecimento” à bancada dos deputados mato-grossenses, que votaram em quase unanimidade para que ele não fosse investigado

Temer e Maggi: presidente e ministro da Agricultura vão ao Mato Grosso para inaugurar fábrica de etanol (Antonio Cruz/Agência Brasil)
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EXAME Hoje

Publicado em 11 de agosto de 2017 às 06h30.

Última atualização em 11 de agosto de 2017 às 07h34.

Em busca de uma rara agenda positiva, nesta sexta-feira, o presidente Michel Temer deve embarcar para a cidade de Lucas do Rio Verde, no Mato Grosso, para inaugurar uma fábrica de etanol da empresa FS Bionergia, que produz álcool exclusivamente a partir de milho. Este ano, a produção agrícola do estado será recorde, atingindo 28 milhões de toneladas, 47% a mais do que no ano passado e 25% de toda a produção nacional.

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Acompanhado do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi (PP), Temer também deve visitar uma plantação de algodão, cuja colheita deve atingir 1 milhão de toneladas nesta safra 2016/2017 — 100.000 toneladas a mais do que na safra anterior. O governador do estado, Pedro Taques (PSDB), também deve acompanhar a visita presidencial, para pressionar o governo federal por mais recursos para obras de infraestrutura. Taques, não custa lembrar, é suspeito de participar de uma central de espionagem clandestina no estado.

Temer viaja como uma forma de “agradecimento” à bancada dos deputados mato-grossenses, que votaram em quase unanimidade para que o presidente não fosse investigado — dos oito deputados federais do estado, apenas Ságuas Moraes, do PT, votou pelo prosseguimento da denúncia. Foi a bancada que, proporcionalmente, mais apoiou o presidente.

A visita de Temer também acontece uma semana após o ministro Blairo Maggi ter sido citado em delação do ex-governador do estado do Mato Grosso, Silval Barbosa (PMDB), que o acusa de ter participado de esquema de corrupção com repasse de verbas para deputados estaduais, por meio de precatórios, em troca de apoio, ao fim da gestão de Maggi no Mato Grosso, que se encerrou em 2010. O ministro alega que todos os pagamentos realizados durante sua gestão estavam dentro da lei e chamou a delação de “mentirosa, leviana e criminosa”.

O ato político, então, ajuda Maggi, que tem sido colocado como um possível nome para disputar a vice-presidência em 2018 numa chapa com Geraldo Alckmin (PSDB). É uma quebra na rotina também para Temer, que precisou convocar a equipe econômica na quinta-feira para discutir a revisão da meta fiscal (cujo anúncio ficou para segunda). Aproximar-se do agronegócio é questão de sobrevivência — já que o setor deve ser o responsável por fazer o país apresentar um PIB positivo no final do ano. Para o enroladíssimo presidente, a saída pode estar no milho.

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