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Temer indica Raquel Dodge para substituir Janot na PGR

O presidente quebrou a tradição mantida pelos presidentes Lula e Dilma de nomear sempre o primeiro colocado da lista tríplice eleita pela categoria

Raquel Dodge: a subprocuradora-geral da República substituirá Rodrigo Janot (Ueslei Marcelino/Reuters)
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Reuters

Publicado em 28 de junho de 2017 às 20h12.

Última atualização em 5 de julho de 2017 às 19h06.

Brasília - O presidente Michel Temer indicou nesta quarta-feira a subprocuradora-geral da República Raquel Dodge para substituir Rodrigo Janot na Procuradoria-Geral da República, informou o porta-voz da Presidência, Alexandre Parola.

"A doutora Raquel Dodge é a primeira mulher a ser nomeada para a Procuradoria-Geral da República", disse Paraola, ao anunciar a indicação.

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Raquel Dodge foi a segunda mais votada em votação na terça-feira na lista tríplice preparada pela Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR). Ela teve 587 votos. O mais votado foi Nicolao Dino, atual vice-procurador-geral Eleitoral e próximo a Janot, com 621 votos. O terceiro da lista foi o subprocurador Mário Bonsaglia, com 564 votos.

Temer rompe com uma tradição de indicar sempre o primeiro da lista tríplice que vinha sendo adotada desde 2003 pelos presidentes.

A indicação de Raquel, que vai substituir Janot, que encerra o mandato em 17 de setembro, terá de ser submetida ao Senado. Os senadores vão precisar sabatinar e aprovar o nome dela em votação secreta no plenário.

O presidente da ANPR, José Robalinho Cavalcanti, entregou a lista tríplice pessoalmente a Temer nesta tarde. A escolha do substituto de Janot dois dias após o presidente ter sido denunciado pelo atual procurador-geral da República tem por objetivo, segundo interlocutores do governo, tentar esvaziar a atuação do chefe do Ministério Público Federal.

Raquel Dodge ingressou no MPF em 1987. Ela atuou na operação Caixa de Pandora, investigação que levou a prisão o então governador de Brasília, José Roberto Arruda, o primeiro chefe de Executivo local preso no exercício do cargo.

Ela também atuou na equipe que processou criminalmente o ex-deputado Hildebrando Paschoal. Ela é mestre em Direito pela Universidade de Harvard.

Raquel defendeu publicamente ser a favor da continuidade das apurações da operação Lava Jato e contava, nos bastidores, com o apoio de integrantes da cúpula do PMDB, muitos deles investigados pela própria ação.

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