TEMER: crescer 3% ao ano será o possível, mas ainda assim factível e menos turbulento do que nos últimos anos / Adriano Machado/ Reuters
Da Redação
Publicado em 16 de fevereiro de 2017 às 05h32.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h44.
Temer escolhe Velloso
O presidente Michel Temer escolheu o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Carlos Velloso para o ministério da Justiça, informa o jornal Folha de S. Paulo. Velloso foi indicado pelo PSDB e tem o perfil técnico buscado pelo governo – daqueles que não deixam no ar a dúvida de que poderiam atuar para melar a Lava-Jato. A escolha ainda aproximaria de vez o planalto dos tucanos, principais aliados do governo. Até semana que vem Temer deve conversar com o ex-secretário de Segurança do Rio José Mariano Beltrame sobre a possibilidade de ele assumir a secretaria de Segurança Pública. O plano é que os dois assumam apenas após a aprovação de Alexandre de Moraes para o Supremo.
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Aéreas 100% estrangeiras
O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou ontem que a ideai de abrir o capital das companhias aéreas brasileiras ao capital estrangeiro virou consenso dentro do governo. Atualmente, o limite ao capital estrangeiro é de 20%. A medida ´parte de um pacote para incentivar o turismo no País, que também deverá incluir a criação da Agência Brasileira de Turismo e a suspensão, por dois anos, da exigência de visto para turistas de Estados Unidos, Canadá, Japão e Austrália, os quatro países que mais enviam visitantes ao Brasil. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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Os números contra Temer
A imagem do governo Michel Temer (PMDB) piorou nos últimos quatro meses — 9,1% dos entrevistados consideram o governo “bom” e apenas 1,2% o avaliam como “ótimo”. No total, a avaliação é positiva para 10,3% dos entrevistados. O levantamento anterior, divulgado em outubro do ano passado, apontava uma avaliação positiva por 14,6% dos entrevistados. Já o índice de rejeição ao governo subiu, passando de 36,7%, na pesquisa passada, para 44,1%. A aprovação pessoal do presidente caiu de 31,7% para 24,4%. Para quase 49% dos entrevistados, a corrupção no governo Temer é igual à da gestão de Dilma Rousseff (PT). Já para 31,5% o problema era maior com a petista, enquanto 16,1% avaliam que aumentou com Temer.
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A corrida para 2018
A pesquisa da CNT ainda revelou que, se as eleições presidenciais fossem hoje, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva venceria a disputa contra todos os adversários no segundo turno. De acordo com o levantamento, Lula apresenta 30,5% das intenções de voto, ante 11,8% de Marina Silva, da Rede, a segunda colocada. Em terceiro lugar aparece, pela primeira vez, o deputado Jair Bolsonaro (PSC), com 11,3%. O senador Aécio Neves (PSDB) é apenas o quarto, com 10,1%. Na sequência vêm Ciro Gomes (PDT), com 5%, e o presidente Michel Temer, com 3,7%.
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Cunha preso
O Supremo Tribunal Federal negou nesta quarta-feira um pedido de liberdade protocolado pelo ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), detido preventivamente pela Operação Lava-Jato. A defesa argumentava que Sergio Moro havia desobedecido decisão anterior do Supremo, que havia afastado Cunha do cargo, mas negado sua prisão. Edson Fachin, relator da ação na Corte, entendeu em seu voto que a reclamação não procedia, pois a Corte não avaliou a possibilidade de prisão na ocasião do afastamento. Dos oito ministros restantes, sete acompanharam o relator. Marco Aurélio Mello votou a favor de Cunha. Ricardo Lewandowski estava ausente.
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Jucá recua
O senador Romero Jucá (PMDB) iniciou nesta quarta-feira uma coleta de assinaturas para viabilizar uma Proposta de Emenda Constitucional que amplia a imunidade à investigação de fatos anteriores ao mandato, como é feito em relação ao presidente da República. O texto estende a prerrogativa aos cargos da linha sucessória do presidente, como presidentes e vices dos três poderes. Um exemplo clássico de aplicação: Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Eunício Oliveira (PMDB-CE) não poderiam ser vasculhados pela Procuradoria-Geral da República por possíveis crimes denunciados por delatores na Operação Lava-Jato, exceto se realizados durante o mandato de presidente. Para tramitar o texto, Jucá precisaria de 27 assinaturas. Mas, após repercussão negativa, Jucá recuou da proposta.
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Trump sob suspeita
Promotores e investigadores do Ministério Público Federal do Rio investigam o fundo FIP LSH, dono de hotel na Tijuca que até dezembro de 2016 era um empreendimento feito em sociedade com Trump Organization, conglomerado que pertence ao presidente americano. Segundo as investigações, reveladas pela agência Bloomberg, o fundo é suspeito de ter realizado subornos a dois fundos de pensão estatais no valor de 41 milhões de dólares. A Trump Organization abandonou o negócio antes de Donald Trump assumir a presidência, sob alegações de que se tratava de “faxina normal”, por atrasos no projeto. Os investigadores querem saber se a Trump Organization lucrou “por meio de pagamento ilícito de comissões e propinas” aos fundos de pensão, de acordo com documentos judiciais. A Trump Organization e seus executivos são alvo da investigação. O acordo com o fundo FIP LSH foi negociado por Donald Trump Jr. e Ivanka Trump, filhos do presidente americano. O LSH Barra Hotel, atual nome do empreendimento, afirma que a decisão das organizações Trump de deixar o negócio não está relacionada com as investigações, embora a reportagem da Bloomberg afirma que pode haver uma causalidade na decisão.
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Maior desde 2011
Após a queda da terça-feira, o Ibovespa voltou a subir e fechou com alta de 1,89%, em 67.975 pontos, o maior patamar desde o dia 1º de março de 2011. A alta foi impulsionada por ações vinculadas ao dólar, que caiu quase 1%. Com a queda da moeda, diversas empresas que detinham dívidas em dólar dispararam no índice. Destaque para a alta da elétrica Cemig, a maior do dia, 6,93%, e para a da siderúrgica CSN, 1,85%. As ações ordinárias da mineradora Vale caíram 1,69%, uma das maiores baixas do dia, seguindo o movimento do minério de ferro, que fechou em queda de 0,72%. A exportadora e petroquímica Braskem caiu 3,16%.
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Palestina: sim ou não?
Ao receber na Casa Branca o premiê israelense Benjamin Netanyahu, o presidente americano Donald Trump não explicou muito bem se apóia ou não o Estado Palestino. “Eu visualizo tanto um estado quanto dois estados. Estou feliz com o que as duas partes quiserem”, disse. Sobre a construção de assentamentos israelenses em territórios considerados palestinos pela ONU, Trump afirmou que “gostaria” que Netanyahu recuasse. A postura foi mais branda do que nos primeiros dias de mandato, quando o americano apoiou enfaticamente Israel nas desavenças com os palestinos, mas ainda se mostra diferente da posição diplomática americana, que vinha defendendo o Estado Palestino nos últimos anos.
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Secretário barrado
Escolhido por Trump para secretário do Trabalho, Andrew Puzder retirou sua nomeação ao cargo, após senadores informarem que ele não teria votos suficientes para ser confirmado pelo Senado. A sabatina de Puzder deveria acontecer na quinta-feira e pelo menos quatro senadores do próprio Partido Republicano votariam contra a nomeação. Puzder é presidente da rede de restaurantes CKE e já se manifestou contra o aumento do salário mínimo. Desde o início, sua nomeação gerou protestos entre associações de trabalhadores.
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Kim: suspeitas presas
A polícia da Malásia prendeu duas mulheres suspeitas de participar do assassinato de Kim Jong-nam, meio-irmão do ditador norte-coreano Kim Jong-un. As câmeras de segurança mostram duas mulheres participando da ação. Jong-nam teria sido morto com uma agulha envenenada em um aeroporto da Malásia, e fontes confirmaram à imprensa que o homem é de fato o meio-irmão de Kim — embora a polícia não tenha confirmado a informação. Kim Jong-un e Kim Jong-nam são ambos filhos do ex-ditador norte-coreano Kim Jong-il. No passado, Jong-nam já chegou a criticar a sucessão interminável de sua família na Coreia do Norte.