Temer enfrenta semana difícil com possível denúncia de Janot
O procurador-geral da República deve apresentar no início dessa semana a primeira de três denúncias contra o presidente, após divulgação da delação da JBS
Da Redação
Publicado em 26 de junho de 2017 às 06h11.
Última atualização em 26 de junho de 2017 às 07h54.
Ao que tudo indica, a semana que se inicia deve ser a mais difícil para o governo do presidente Michel Temer desde que as denúncias de executivos do Grupo J&F vieram à tona.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, deve apresentar a primeira de três denúncias contra o presidente no início da semana.
Quando isso acontecer, deve iniciar-se o calvário de Temer para fazer com que a denúncia, que só tem prosseguimento se for aceita por dois terços dos deputados, seja enterrada o mais rápido possível, evitando continuar o desgaste de sua imagem já combalida.
Muitas nuances, no entanto, podem atrapalhar o plano do presidente. De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, o relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal, ministro Edson Fachin, ainda não decidiu se, por exemplo, deve abrir prazo para ouvir a defesa antes que a denúncia seja encaminhada para a Câmara, o que alongaria o prazo.
Na avaliação do governo, quanto mais tempo esse processo demorar, pior. Além disso, Janot deve fatiar em três denúncias o caso que envolve o presidente.
A primeira avaliação era que cada uma conteria um dos crimes pelos quais Temer é acusado: corrupção passiva, obstrução de Justiça e organização criminosa, mas não há certeza se o formato será realmente esse.
A tática da PGR dificultaria ainda mais a vida do presidente, uma vez que, em tese, cada denúncia teria que ter um rito próprio dentro da Câmara, e seria responsável por uma votação diferente no plenário. Além disso, a oposição articula para tentar fazer com que cada discussão em torno da denúncia se alongue o máximo possível.
Em meio a essa turbulência, ainda existem as reformas. A da Previdência, que ainda tramita na Câmara, deve ficar travada enquanto as denúncias não forem apreciadas. Para tentar demonstrar algum tipo de articulação, o governo quer votar a toque de caixa a reforma trabalhista, que está no Senado.
Mesmo com a derrota sofrida na Comissão de Assuntos Sociais na semana passada, aliados pretendem votar a reforma na Comissão de Constituição e Justiça e no plenário da casa na quarta-feira. As denúncias, claro, podem bagunçar esse cenário. A semana não deve ser tranquila para o governo.
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