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Temer desafia recomendações médicas e mantém agenda extensa

O cardiologista do presidente vetou que Temer realizasse uma viagem essa semana para o Rio de Janeiro, onde estava previsto um sobrevoo de helicóptero

Temer: o cardiologista tem telefonado para Temer ao longo dos dias para "puxar a orelha" e averiguar o seu estado de saúde (Ueslei Marcelino/Reuters)

Temer: o cardiologista tem telefonado para Temer ao longo dos dias para "puxar a orelha" e averiguar o seu estado de saúde (Ueslei Marcelino/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 29 de novembro de 2017 às 21h05.

Brasília - Menos de uma semana depois de ser submetido a um procedimento cirúrgico para desobstruir três artérias do coração, o presidente Michel Temer, de 77 anos, não está adotando com rigor as recomendações médicas. O presidente continua com uma agenda extensa e programa, inclusive, uma viagem de helicóptero no próximo sábado, 02, o que foi contraindicado pela equipe médica que o atende.

Segundo apurou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, o cardiologista do presidente, Roberto Kalil, vetou que Temer realizasse uma viagem essa semana para o Rio de Janeiro, onde estava previsto um sobrevoo de helicóptero em regiões como Petropolis e Volta Redonda. A argumentação do médico é que o transporte tem uma instabilidade que pode ser prejudicial ao paciente.

Apesar disso, Temer programou e avisou que pretende usar o helicóptero no sábado, quando irá a Americana e Limeira, no interior de São Paulo, participar de lançamento de obras do Minha Casa, Minha Vida, ao lado do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin.

De acordo com auxiliares do presidente, Kalil tem telefonado para Temer ao longo dos dias para "puxar a orelha" e averiguar o seu estado de saúde. O médico não proibiu que o presidente continue trabalhando, mas tem reforçado que é preciso ter um ritmo mais "moderado" e com "mais descanso".

A resistência de Temer a diminuir o ritmo de trabalho, segundo relatos, foi constatada ainda no hospital, quando o presidente pediu para ter alta o quanto antes. Na ocasião, a equipe médica conseguiu "segurar" o presidente até segunda de manhã. Ao chegar em Brasília, no entanto, Temer veio ao Planalto despachar normalmente.

Segundo pessoas próximas ou que estiveram com o presidente nos últimos dias, Temer justifica a quebra de recomendação médica afirmando estar "bem" e "disposto". "Ele tem trabalhado mais do que deveria, mas já viu que vai ter que diminuir o ritmo", ponderou um ministro, ressaltando que o perfil do presidente é "incansável".

Temer, inclusive, tem dado demonstrações de que não deve diminuir o ritmo. Além da viagem de sábado, o presidente já pediu para agendar com líderes e presidentes de partidos um encontro no próximo domingo.

Nas agendas previstas para os próximos dias - que até o momento estão mantidas - o presidente deve cumprir ir ao Rio Grande do Sul no dia 7 e a Buenos Aires, na Argentina, no dia 10 de dezembro para participar da sessão de abertura da Conferência da Organização Mundial do Comércio (OMC).

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