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Temer desafia oposição a criticar governo na campanha eleitoral

Em Goiás, o presidente admitiu que examina o "panorama eleitoral" e fez discurso de candidato, embora negue planos nesse sentido

Michel Temer: nos bastidores, o Palácio do Planalto e a cúpula do MDB tentam viabilizar a candidatura do presidente a um novo mandato (Beto Barata/PR/Divulgação/Divulgação)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 31 de janeiro de 2018 às 08h41.

Rio Verde / Brasília - O presidente Michel Temer adotou nesta terça-feira, 30, nova estratégia e desafiou opositores a criticar ações de seu governo na campanha eleitoral deste ano, como as reformas do ensino médio e trabalhista e as medidas do ajuste fiscal.

Em uma cerimônia para produtores rurais, em Rio Verde, em Goiás, Temer admitiu que examina o "panorama eleitoral" e fez discurso de candidato, embora negue planos nesse sentido.

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Nos bastidores, o Palácio do Planalto e a cúpula do MDB tentam viabilizar a candidatura do presidente a um novo mandato, mas tudo depende de como o cenário estará até o fim de março.

A avaliação no governo é a de que, se a reforma da Previdência passar, não houver outro escândalo atingindo a gestão, a economia der mais sinais de recuperação e Temer conseguir reverter sua impopularidade, ninguém melhor do que ele próprio para defender o seu "legado".

"Quem quiser opor-se ao que o governo fez ao longo deste ano e oito meses vai ter de dizer o seguinte: 'Olha aqui, eu sou contra o teto dos gastos públicos porque eu quero gastar à vontade'", disse o presidente, ao lançar nesta terça o programa de pré-custeio do Banco do Brasil da safra 2018/2019.

"Quem quiser se opor ao governo vai ter de dizer 'sou contra a reforma do ensino médio, sou por aquele ensino médio anacrônico e superado' (...) Ou também 'sou contra a modernização trabalhista, cujo objetivo é trazer empregos para o nosso país'."

Centro

No diagnóstico do núcleo político do governo, um candidato de centro será favorecido se o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva for impedido de disputar a eleição pelo PT, hipótese hoje considerada mais provável.

Na semana passada, Lula foi condenado a 12 anos e 1 mês de prisão, no caso do triplex do Guarujá (SP), pelo Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4), em Porto Alegre.

O petista está recorrendo da sentença, mas o partido já decidiu que vai registrar sua candidatura em 15 de agosto, último dia do prazo fixado pela Lei Eleitoral, mesmo se ele estiver preso.

Até agora, as legendas que compõem a base de sustentação de Temer ainda não sabem se haverá ou não um candidato único de centro, como quer o Planalto.

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD), que acompanhou o presidente no evento em Rio Verde, é pré-candidato, embora Temer não esconda que prefira vê-lo como comandante da economia até o fim do governo.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), também se movimenta para concorrer à sucessão. No PSDB, o governador Geraldo Alckmin, está em campanha desde o ano passado.

"A candidatura própria do MDB é uma opção, mas nós estamos conversando com diversos partidos da base para ver qual o melhor nome e quem tem condições de defender o legado do governo e ganhar a eleição", afirmou o senador Romero Jucá (RR), líder do governo e presidente do MDB. "Neste momento, o nosso foco é a aprovação da reforma da Previdência."

A proposta será levada ao plenário da Câmara em 19 de fevereiro, mas o Planalto ainda não tem os 308 votos necessários para aprovar as mudanças. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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