RODRIGO JANOT: Michel Temer pediu “celeridade” à PGR na apuração e homologação das delações / Lula Marques
Da Redação
Publicado em 12 de dezembro de 2016 às 17h55.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h47.
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O presidente Michel Temer pediu nesta segunda-feira “celeridade” ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, nas investigações de fatos revelados pela delação de executivos da Odebrecht. “Requer também que as colaborações premiadas porventura existentes sejam, o quanto antes, finalizadas, remetidas ao Juízo competente para análise e eventual homologação e divulgação por completo”, diz o peemedebista, que acredita que o país não pode estar sujeito a “ilações” em momento “profundamente adverso”. O presidente é acusado pelo ex-vice-presidente de Relações Institucionais Cláudio Melo Filho de pedir 10 milhões de reais a Marcelo Odebrecht para campanhas de seu partido em 2014.
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Mais delação
Enquanto isso, o jornal O Globo teve acesso a trechos da delação do ex-presidente da Odebrecht Transport Paulo Cesena. Em sua fala, o executivo menciona doações de 14 milhões de reais para Gilberto Kassab (PSD), ministro da Ciência, Tecnologia e Comunicações que concorreu ao Senado em 2014, 4 milhões de reais para o ex-ministro da Aviação Civil Moreira Franco (PMDB), hoje secretário do Programa de Parceria de Investimentos, e 4,6 milhões de reais para o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB).
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Peguei, mas não usei
Ex-ministro da Casa Civil de Dilma Rousseff, o petista Jaques Wagner disse ter ganhado de aniversário um relógio da empreiteira Odebrecht quando era governador da Bahia, presente citado por Cláudio Melo Filho em sua delação premiada. “Eu achei uma cretinice dele. Se me deu de presente uma garrafa de vinho, uma gravata, um relógio ou uma cesta de Natal, eu não vou ficar perguntando ao cara quanto custou”, disse Wagner em entrevista à rádio Metrópole. “Para dizer a verdade, eu guardei e nunca usei”. O ex-ministro aparece na lista de apelidos da Odebrecht sob o codinome Polo, acusado de receber propina para tomar decisões em favor da empresa durante seu mandato no estado.
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Não sou candidato
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) voltou a afirmar que não é candidato à presidência em caso de queda do governo Temer e novas eleições. “Eu sou preocupado com o Brasil. Acho que essa hipótese foi levantada e que ela não é boa para o Brasil”, disse. O tucano definiu ainda o mandato-tampão de Temer como “pinguela”, mas que precisa chegar a 2018. “Se a pinguela quebrar, será pior”.
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Centrão em alerta
Parlamentares do Centrão voltaram a cobrar do presidente Michel Temer uma manifestação de que não irá interferir na eleição para presidente da Câmara dos Deputados em fevereiro. Causa desconforto ao grupo a indicação de Antonio Imbassahy (PSDB-BA) para a Secretaria de Governo. Para os líderes do grupo, a escolha de Imbassahy, que era pré-candidato a presidente da Casa, é vista como apoio do Planalto à recondução de Rodrigo Maia (DEM-RJ) ao cargo, esvaziando o poder do grupo. Na semana passada, os deputados ameaçaram travar a Reforma da Previdência na CCJ, fazendo o presidente recuar na indicação.
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Marina 2018
A ex-senadora Marina Silva (Rede) lidera em todos os cenários a disputa em segundo turno da eleição à presidência da República em 2018, segundo o instituto Datafolha. Marina é a única que bate por nove pontos percentuais o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que vence os cenários de primeiro turno. Lula é o possível candidato que mais cresceu em relação à pesquisa anterior, de julho deste ano. O petista venceria os três principais nomes tucanos que podem disputar a eleição, Aécio Neves (empate técnico, mas vem à frente), Geraldo Alckmin e José Serra. Marina derrotaria todos com folga. Em rejeição, o líder é o presidente Michel Temer (45%) seguido de Lula (44%). Aécio Neves tem 30%, Serra 20% e Marina 15%.
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Acampamento
Depois dos protestos de hoje contra o pacote de ajuste do governo Luiz Fernando Pezão, servidores do estado do Rio de Janeiro acamparam em frente à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). A promessa é permanecer no local até a quarta-feira 14, quando as votações de projetos que aumentam a contribuição previdenciária do funcionalismo e o que congela salários até 2020. Para evitar confrontos, os manifestantes entregaram flores ao forte esquema de policiamento.