MICHEL TEMER: o presidente interino tenta consolidar as alianças no Senado para garantir sua permanência a partir de agosto / (Ueslei Marcelino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 27 de junho de 2016 às 05h55.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h13.
Será essa a semana da tranquilidade para o governo? O presidente interino Michel Temer começa a segunda-feira fortalecido com a operação Custo Brasil, que prendeu o ex-ministro petista Paulo Bernardo e desferiu mais um duro golpe na cúpula do PT. O discurso de que o retorno de Dilma Rousseff era questão de um ou dois votos no Senado até arrefeceu nos últimos dias.
Por isso, a ordem no Planalto é usar os próximos dias para consolidar os laços com o Congresso e conquistar os parlamentares ainda reticentes para, com isso, garantir uma base para sustentar medidas provisórias e projetos de lei prioritários.
Com a Câmara em recesso por causa das festas de São João, as atenções se voltam ao Senado. Nesta terça-feira, o presidente do Senado, Renan Calheiros, promove um jantar em sua residência com senadores e o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. No mesmo dia, Temer sancionará a nova Lei de Responsabilidade das Estatais, que endurece as indicações políticas nas empresas.
Ainda assim, os partidos têm visto a sanção como uma boa notícia, já que pelo menos vai destravar as nomeações para autarquias como Eletrobras, Codevasf, Itaipu e Dnocs. O que não faltam são partidos com gordas listas de nomes “técnicos”. Os indicados vão servir como mais um termômetro de até onde o governo está disposto a ir para satisfazer os interesses fisiológicos de seus aliados.
Em paralelo, Temer pretende acelerar a chamada Agenda Brasil, que inclui uma lista de projetos “positivos” do governo. Na prática, Renan operará a favor de Temer para montar uma base capaz de deliberar matérias. Há dez dias, ele disse que “nunca esteve tão próximo” do presidente, seu rival dentro do PMDB, e que “este é o governo posto”. No encontro que selou a renegociação das dívidas de estados com a União, no Palácio do Planalto, Renan e Temer estavam juntos. Se o interino quer terminar agosto como presidente, essa aliança é fundamental. E esta semana, decisiva.