Diretores do Copom (Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 2 de março de 2011 às 21h22.
Brasília - Com a presença de dois novos integrantes e duração de quase quatro horas, o Comitê de Política Monetária (Copom) presidido por Alexandre Tombini decidiu elevar pela segunda vez seguida a taxa básica de juros (Selic) em 0,50 ponto porcentual. Com este movimento, a Selic subiu para 11,75% ao ano, nível mais alto em dois anos (no período de final de janeiro a início de março de 2009, a taxa básica estava em 12,75% anuais).
A alta dos juros ficou dentro do previsto pela maioria dos analistas do mercado financeiro, embora parte deles considerasse que a taxa deveria subir mais, por conta do nível elevado da inflação e das projeções dos analistas.
O comunicado do BC foi mais curto do que o da reunião passada: "Dando seguimento ao processo de ajuste das condições monetárias o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic para 11 75% ao ano, sem viés". Na reunião anterior, o comunicado mencionava que a elevação dos juros, junto com as medidas macroprudenciais, contribuiriam para convergir a inflação para a trajetória de metas.
Com o aumento na taxa básica, o BC dá sequência ao seu esforço de combate à escalada inflacionária. Mas a dosagem utilizada tem coerência com o discurso recente da própria autoridade monetária de que o controle de preços está tendo ajuda das medidas de aperto no crédito e na oferta de dinheiro da economia (chamada de ações macroprudenciais) e também do reforço na política fiscal - vale lembrar que nessa semana o governo detalhou o corte de R$ 50 bilhões em despesas do Orçamento da União de 2011.
O uso dessa dosagem do remédio juros também está relacionado, ainda que implicitamente, à preocupação de não desacelerar demais o ritmo de atividade econômica do País. Há uma grande preocupação no governo de que o crescimento do País não seja muito inferior a 4%, taxa considerada abaixo do potencial de crescimento (para o mercado, em média, o potencial seria de 4,5% número relativamente alinhado com o pensamento do BC, enquanto para o Ministério da Fazenda, a capacidade de crescimento sem inflação estaria em 5%).