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Taxa de homicídios dolosos no Rio avançou 16,7% em 2013

Foram registrados 4.761 homicídios no ano passado, 680 casos a mais


	Policiais no Rio de Janeiro:  homicídios decorrentes de intervenção policial, que no Rio são registrados como "autos de resistência", ficaram praticamente estáveis
 (Agência Brasil)

Policiais no Rio de Janeiro:  homicídios decorrentes de intervenção policial, que no Rio são registrados como "autos de resistência", ficaram praticamente estáveis (Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 27 de fevereiro de 2014 às 20h25.

Rio - Os homicídios dolosos (intencionais), que estavam oficialmente em queda no Estado do Rio de Janeiro desde 2010, voltaram a subir em 2013. Dados divulgados nesta quinta-feira, 27, pelo Instituto de Segurança Pública (ISP) mostram que houve aumento de 16,7% em relação a 2012. Foram registrados 4.761 homicídios no ano passado, 680 casos a mais.

Os homicídios decorrentes de intervenção policial, que no Rio são registrados como "autos de resistência", ficaram praticamente estáveis, com redução de 3 casos: 419 em 2012 e 416 em 2013. Isso indica uma reversão da forte tendência de queda para o indicador registrada desde 2007, primeiro ano da gestão Sérgio Cabral (PMDB), quando o número de mortos em alegados confrontos com policiais chegara ao ápice: 1.330.

"Estamos em um momento de crise. Há um acúmulo de casos negativos pontuais. Alguns números, como o de roubos, já vinham apontando deterioração progressiva e agora os indicadores consolidam essa tendência", disse o sociólogo Ignácio Cano, que coordena o Laboratório de Análise da Violência da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (LAV-UERJ). "A percepção dos impactos de políticas positivas parece que se esgotou. O caso do pedreiro Amarildo de Souza acabou com prestígio das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) sobretudo nas populações das favelas", afirmou.

Cano diz que as manifestações iniciadas em junho de 2013 mudaram o foco das agendas de segurança e que agora, por se tratar de ano eleitoral, a política deverá ser mantida "em piloto automático" até o fim do atual governo. Sobre a reversão da tendência de queda dos autos de resistência, o sociólogo avalia que fato de não ter ocorrido aumento em um cenário de crescimento dos homicídios é um ponto a ser destacado, mas ressalva que o patamar continua inaceitável: "Em Minas Gerais, por exemplo, quem tem população maior e mais PMs que o Rio, a polícia costuma matar de 50 a 80 pessoas por ano."

Procurada pela reportagem para comentar os números divulgados pelo ISP, a Secretaria de Segurança do Estado divulgou uma nota: "O número de homicídios de 2013 aumentou comparado com o ano passado, que foi o melhor da atual gestão. O atual governo recebeu o Estado com o índice de homicídios de 41,3 por 100 mil habitantes, enquanto em 2013 foram 28,9 por 100 mil habitantes. A secretaria espera que a inauguração de Companhias Destacadas nas zonas norte e oeste, na Baixada Fluminense, em Niterói e São Gonçalo, e das Delegacias de Homicídio da Baixada e de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí contribuam para a redução dos índices de criminalidade."

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