Tatto e Haddad declaram apoio a Boulos; Covas aguarda manifestações
De um lado, Covas conta com o apoio de empresários e, do outro, Boulos tem apoio do PT e financiamento coletivo
Estadão Conteúdo
Publicado em 16 de novembro de 2020 às 11h39.
O segundo turno da corrida eleitoral para a Prefeitura de São Paulo entre Bruno Covas (PSDB) e Guilherme Boulos (PSOL) revela campanhas com uma rede de apoio financeiro bem diferente. De um lado, Covas conta com o apoio de empresários e, do outro, Boulos tem a simpatia do cantor Caetano Veloso e financiamento coletivo. Isso sem falar de verbas transferidas pelas coligações partidárias, o que vale para ambos.
Atual prefeito e candidato à reeleição, Covas foi que mais arrecadou na campanha, um total de R$ 15,3 milhões, de acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) atualizados até este domingo, 15. Desse montante, R$ 12 milhões (79%) vieram de verbas partidárias e R$ 3,2 milhões (21%) de doações de pessoas físicas - principalmente lideranças empresariais, como Elie Horn (Cyrela), José Roberto Lamacchia (Crefisa) e Rubens Ometto (Cosan), cada um doando R$ 200 mil.
Famílias tradicionais do mercado imobiliário paulistano, por exemplo, foram responsáveis por aportes de aproximadamente R$ 1 milhão na campanha de Covas, que se comprometeu a trabalhar por mudanças no Plano Diretor que será submetido à revisão em 2021.
O tucano já disse ao setor que defenderá a ampliação do número limite de vagas de garagem nos prédios, ativação de novos eixos de transporte com incentivos para construção e remoção de travas para os retrofits de edifícios antigos no centro, entre outros pontos.
Boulos, que ganhou fama por liderar o movimento sem-teto, também defende revisão na política habitacional da cidade para fazer valer o IPTU Progressivo, já previsto no Plano Diretor. Este dispositivo estabelece um aumento gradual do imposto para os prédios que ficam desocupados por anos e anos no centro, podendo inclusive, chegar à desapropriação. Mas as notificações pela Prefeitura caíram nos últimos anos.
O candidato do PSOL chegou ao segundo turno na corrida eleitoral apoiado por uma verba de R$ 3,9 milhões, dos quais R$ 2,65 milhões (69%) foram recursos partidários, R$ 828 mil (21%) saíram de financiamento coletivo (como vaquinhas na internet) e R$ 413 mil (11%) de pessoas físicas - praticamente metade partiu do casal Paula Lavigne e Caetano Veloso, com R$ 100 mil de cada.
Caetano é um conhecido partidário da esquerda no Brasil. Nestas eleições, o cantor protagonizou um show para arrecadação de fundos para a campanha de Boulos e da candidata Manuela D'Ávila (PCdoB) à Prefeitura de Porto Alegre.