Tabata Amaral: notícia afirma que ela havia aceitado o convite de seu partido para disputar o pleito no ano que vem (Luis Macedo/Agência Câmara)
Clara Cerioni
Publicado em 15 de maio de 2019 às 11h17.
Última atualização em 15 de maio de 2019 às 13h43.
São Paulo — A deputada federal Tabata Amaral (PDT-SP) negou nesta quarta-feira (15) que concorrerá à Prefeitura de São Paulo nas próximas eleições.
A informação foi confirmada a EXAME pela equipe de comunicação da parlamentar, após notícia do site Antagonista afirmar que ela havia aceitado o convite de seu partido para disputar o pleito no ano que vem.
Em nota, Tabata afirmou que irá cumprir seu mandado integralmente na Câmara dos Deputados, com foco na renovação de seu partido no estado de São Paulo.
"A deputada Tabata Amaral reitera seu compromisso de cumprir integralmente seu mandato de quatro anos na Câmara dos Deputados. Trata-se de veiculação mentirosa, portanto, as notícias que dizem o contrário. Seu trabalho tem como foco a renovação de seu partido no estado, não cogitando disputar o próximo pleito à Prefeitura de São Paulo", diz a nota.
O campo de disputa pela prefeitura de São Paulo em 2020 ainda é incerto, mas o atual prefeito Bruno Covas (PSDB) deve disputar a reeleição.
Após apoiar João Doria (PSDB) na eleição de 2016 na capital, o PSB já articula a candidatura do ex-governador Márcio França, que mudou o domicílio eleitoral para a cidade.
PCdoB e PDT também cogitam lançar candidaturas a prefeito. O ex-vereador Andrea Matarazzo (PSD), que foi candidato a vice-prefeito na chapa de Marta Suplicy (MDB) em 2016, vai ser o cabeça de chapa em 2020. O MDB não descarta lançar o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles.
No PSL são citados a deputada e líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann, a deputada estadual Janaína Pascoal e o apresentador José Luiz Datena, que recebeu um convite para se filiar ao partido.
Deputada estreante, Tabata Amaral, 25 anos, vem se destacado na política por suas pautas voltadas à educação. Nascida na Vila Missionária, bairro pobre da zona sul de São Paulo, ela defende a educação como ferramenta de desenvolvimento social.
Sua vida foi marcada por um pai que morreu devido às drogas, medalhas em olimpíadas de matemática, uma brilhante carreira acadêmica em Harvard e, agora, uma cadeira no Congresso Nacional. “O caminho que eu percorri é muito mais longo do que de muita gente que chegou aqui”, afirmou em recente entrevista.
Ela é considerada uma das promessas da política brasileira. O ex-candidato à presidência pelo PDT Ciro Gomes classificou seu potencial político como “um tesouro”, já o presidente da legenda, Carlos Lupi, gostaria de lança-lá para a prefeitura de São Paulo — apesar de ela negar.
Outros a veem inclusive como possível líder da esquerda, sem referências após os numerosos casos de corrupção no Partido dos Trabalhadores (PT) que levaram à prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010).
Amaral, que prefere se definir como “progressista”, pensa que “os dois lados precisam da renovação. Todo mundo fala que a esquerda está velha, que não tem novos líderes, mas a direita tem? O centro tem?”, pergunta.
“O espectro ideológico democrático não preparou novos líderes e ficou isolado no poder”, acrescenta, em referência aos partidos que dirigiram o país desde o fim da ditadura militar (1964-1985).
Em sua curta vida legislativa tem mostrado certo pragmatismo ao se posicionar, por exemplo, a favor de uma alternativa ao projeto de reforma da Previdência do governo, ao invés de votar contra, o que lhe valeu críticas de setores da esquerda.
(Com AFP e Estadão Conteúdo)