Procurador-geral da República, Rodrigo Janot: nota enfatiza que é de responsabilidade de Janot a condução das investigações junto ao Supremo (Ueslei Marcelino/Reuters)
Da Redação
Publicado em 17 de abril de 2015 às 22h36.
Brasília - O Ministério Público Federal (MPF) divulgou nesta sexta-feira, 17, uma nota esclarecendo os motivos que levaram o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, a pedir a suspensão de parte das diligências relacionadas à Operação Lava Jato ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Na nota, a Procuradoria diz que o pedido de suspensão foi realizado para que fosse mantida uma ordem na coleta de provas a fim de garantir o "êxito na investigação".
Além disso, a nota enfatiza que é de responsabilidade de Janot a condução das investigações junto ao Supremo e que, por isso, cabe a ele decidir a estratégia de investigação. "Assim, para garantir a agilidade, utilidade e eficiência das investigações, é absolutamente imprescindível que toda e qualquer diligência seja realizada de acordo com a diretriz estabelecida pelo titular da ação penal", afirma a PGR.
O Ministério Público Federal disse ainda que as investigações referentes à Lava Jato no STF permanecem em curso e que Janot tem determinado regularmente "a realização de diligências a partir de diretriz fixada no estrito interesse do esclarecimento dos fatos".
O órgão disse ainda que a determinação da PF de suspender alguns depoimentos foi tomada pelo fato de Janot entender que "essas medidas seriam mais proveitosas se realizadas de forma coordenada com outras diligências já em curso", diz a nota, sem especificar quais são as medidas específicas.
A decisão do ministro Teori Zavascki, relator do caso no STF, de aceitar o pedido do MP para suspender parte dos depoimentos evidenciou uma queda de braço entre a Polícia Federal e a Procuradoria na condução dos fatos. Janot tem reiterado na comunicação com o Supremo que é o autor "incontestável" das investigações, com base em despacho de Zavascki no momento de abertura dos inquéritos da Lava Jato.
Já a PF entende que agiu de acordo com as determinações do STF e que não erro ao pedir a dilatação dos prazos das diligências, além de medidas adicionais às solicitadas pelo Ministério Público.