Exame Logo

Suplicy pede a Doria que pare de xingar Lula e Dilma

Doria, ao se justificar, afirmou que tem divergências com os líderes do PT e que não está incitando o ódio

Suplicy: foi o convidado de Doria para o programa "Olho no Olho" (Facebook/Reprodução)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 11 de agosto de 2017 às 08h31.

São Paulo - Em conversa transmitida nas redes sociais do prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), o vereador Eduardo Suplicy (PT) pediu ao tucano que pare de xingar os ex-presidentes petistas Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva. Doria, ao se justificar, afirmou que tem divergências com os líderes do PT e que não está incitando o ódio.

Na noite desta quinta-feira, Suplicy foi o convidado de Doria para o programa "Olho no Olho". Semanalmente, o tucano chama uma personalidade para uma conversa de aproximadamente uma hora transmitida ao vivo na conta do Facebook dele.

Veja também

Antes de conversarem sobre temas da administração municipal, Suplicy disse que precisava fazer uma pergunta a Doria. "Você acha admissível que uma pessoa se refira a uma mulher, como as que estão aqui nos assistindo aqui, como 'anta'?", questionou o vereador. "Não é a melhor referência", admitiu o prefeito, justificando que fez isso "em certos momentos de bom humor". "Mas isso não tira o meu espírito crítico à ex-presidente Dilma Rousseff", ponderou.

No dia 15 de julho, Doria usou o microfone em um evento em São Bernardo do Campo (SP) para chamar Lula de "mentiroso", "sem vergonha" e Dilma de "anta".

Na conversa desta quinta-feira, feita no gabinete de Doria, Suplicy afirmou que a forma como o tucano dirige ataques a Lula e Dilma tem causado manifestações como a que atingiu um ovo no prefeito em Salvador, na segunda-feira, 7, e pode prejudicar a relação dele com vereadores da oposição na capital paulista. Suplicy destacou que não estava de acordo com a manifestação contra Doria na Bahia. "Esse procedimento de incitar inclusive o ódio entre as pessoas acaba não fazendo bem não a você, [mas] ao País, aos brasileiros", disse o vereador petista.

Ele destacou que Doria se refere aos ex-presidentes de maneira ofensiva e não deveria agir dessa maneira, apesar das divergências políticas. Suplicy chegou a citar a relação dele com o presidente Michel Temer (PMDB), lembrando que o peemedebista é alvo de um inquérito na Justiça e recebe tratamento diferente do prefeito tucano.

"Só que no caso do presidente Michel Temer, você vai lá e o trata com o maior respeito e, mais do que isso, com toda a amabilidade", afirmou Suplicy. Na segunda-feira, antes de viajar para Salvador, Doria recebeu Temer na Prefeitura e foi citado pelo presidente como "um parceiro e um companheiro".

Doria, ao responder o vereador, afirmou que tem respeito por Suplicy e que acredita em sua honestidade, diferente do que acha do ex-presidente Lula. O prefeito tucano rebateu as críticas do vereador dizendo que quem incita o ódio são manifestantes vinculados ao PT, ao PCdoB e ao PSOL.

"Nem vou perguntar se você acredita na honestidade do presidente Lula, nem quero lhe proporcionar esse constrangimento, eu não acredito. Mas não procuro fazer isso de forma a incitar o ódio nem propor agressões ao ex-presidente Lula nem tampouco à ex-presidente Dilma", alegou Doria. "Nunca pedi que jogassem ovos, que atacassem nem recepcionassem com rojões, como fui recepcionado em Salvador.".

Doria encerrou o assunto concordando que "disseminar o ódio não contribui com o bem do Brasil".

Acompanhe tudo sobre:Dilma RousseffJoão Doria JúniorLuiz Inácio Lula da SilvaMichel TemerPartidos políticos

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Brasil

Mais na Exame