STJ abre processo do Mensalão do DEM
Escândalo de Brasília que ocorreu há quase três anos acaba de virar processo penal
Da Redação
Publicado em 11 de agosto de 2012 às 11h34.
São Paulo - Quase três anos depois do escândalo de corrupção que ficou conhecido como "mensalão do DEM" em Brasília, o Superior Tribunal de Justiça abriu processo penal e ontem notificou para que apresentem defesa o ex-governador José Roberto Arruda e outros 36 envolvidos no esquema de corrupção desarticulado pela Operação Caixa de Pandora. A decisão foi do ministro Arnaldo Esteves Lima.
Na decisão, o ministro afirma que o crime de quadrilha imputado ao ex-governador do Distrito Federal Joaquim Roriz estaria prescrito. Por isso, determinou o arquivamento da denúncia contra ele.
O inquérito principal corre no STJ porque um dos acusados, o conselheiro Domingos Lamoglia, do Tribunal de Contas do DF, embora licenciado, tem direito a foro especial. O relator do processo é o ministro Arnaldo Esteves.
A pedido do Ministério Público, o STJ ainda remeteu para a Justiça do Distrito Federal a investigação de "fatos relativos à eventual corrupção" do representante de uma empresa que atua no DF - a Unirepro - e que envolveria o ex-secretário de Saúde do DF Augusto Carvalho.
O desmembramento do processo, também solicitado pelo MP, foi deferido pelo STJ. "Afinal, considerando o excessivo número de acusados (são 38 no total) e de acusações já constantes da denúncia, aliado ao fato de que esses supostos crimes ainda dependem de apuração em sede de inquérito judicial, resta imperativo o desmembramento (...) sob pena de eternizar a apuração de fatos sucessivos e decorrentes, comprometendo a instrução criminal", justificou o ministro em sua decisão.
Acusações
No pedido de abertura da ação penal, no fim de junho, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que assinou a denúncia com a subprocuradora Raquel Dodge, pediu que os acusados sejam condenados pelos crimes de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, entre outros crimes.
Para a procuradoria o esquema inovou no criatividade. "A modalidade mais usual quando se trata de (desviar) recursos públicos é dispensa de licitação, mas nesse esquema introduziu-se um novo método, que é o reconhecimento de dívida", explicou na denúncia. Por esse mecanismo, o governo favorecia as empresas abastecedoras do propinoduto, reconhecendo dívida por serviços sem licitação que elas declaravam ter realizado.
Entre os parlamentares alvos da ação penal estão, ainda, o ex-presidente da Câmara Legislativa do DF Leonardo Prudente; o ex-corregedor da Casa Junior Brunelli; e a ex-deputada distrital Eurides Brito. As informações são da edição deste sábado do jornal O Estado de S.Paulo.
São Paulo - Quase três anos depois do escândalo de corrupção que ficou conhecido como "mensalão do DEM" em Brasília, o Superior Tribunal de Justiça abriu processo penal e ontem notificou para que apresentem defesa o ex-governador José Roberto Arruda e outros 36 envolvidos no esquema de corrupção desarticulado pela Operação Caixa de Pandora. A decisão foi do ministro Arnaldo Esteves Lima.
Na decisão, o ministro afirma que o crime de quadrilha imputado ao ex-governador do Distrito Federal Joaquim Roriz estaria prescrito. Por isso, determinou o arquivamento da denúncia contra ele.
O inquérito principal corre no STJ porque um dos acusados, o conselheiro Domingos Lamoglia, do Tribunal de Contas do DF, embora licenciado, tem direito a foro especial. O relator do processo é o ministro Arnaldo Esteves.
A pedido do Ministério Público, o STJ ainda remeteu para a Justiça do Distrito Federal a investigação de "fatos relativos à eventual corrupção" do representante de uma empresa que atua no DF - a Unirepro - e que envolveria o ex-secretário de Saúde do DF Augusto Carvalho.
O desmembramento do processo, também solicitado pelo MP, foi deferido pelo STJ. "Afinal, considerando o excessivo número de acusados (são 38 no total) e de acusações já constantes da denúncia, aliado ao fato de que esses supostos crimes ainda dependem de apuração em sede de inquérito judicial, resta imperativo o desmembramento (...) sob pena de eternizar a apuração de fatos sucessivos e decorrentes, comprometendo a instrução criminal", justificou o ministro em sua decisão.
Acusações
No pedido de abertura da ação penal, no fim de junho, o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, que assinou a denúncia com a subprocuradora Raquel Dodge, pediu que os acusados sejam condenados pelos crimes de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, entre outros crimes.
Para a procuradoria o esquema inovou no criatividade. "A modalidade mais usual quando se trata de (desviar) recursos públicos é dispensa de licitação, mas nesse esquema introduziu-se um novo método, que é o reconhecimento de dívida", explicou na denúncia. Por esse mecanismo, o governo favorecia as empresas abastecedoras do propinoduto, reconhecendo dívida por serviços sem licitação que elas declaravam ter realizado.
Entre os parlamentares alvos da ação penal estão, ainda, o ex-presidente da Câmara Legislativa do DF Leonardo Prudente; o ex-corregedor da Casa Junior Brunelli; e a ex-deputada distrital Eurides Brito. As informações são da edição deste sábado do jornal O Estado de S.Paulo.