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STF decide futuro de Dirceu e Dilma ‘blinda’ governo

Nos últimos dias, a orientação repetida no Palácio do Planalto é a de respeitar o veredicto do tribunal. Três dos atuais dez ministros do STF já condenaram José Dirceu


	Na esteira da condenação de Dirceu, terão o mesmo destino Genoino e Delúbio, pela ordem presidente e tesoureiro do PT na época
 (Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

Na esteira da condenação de Dirceu, terão o mesmo destino Genoino e Delúbio, pela ordem presidente e tesoureiro do PT na época (Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2012 às 09h44.

Brasília - Após sete anos sob investigação, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu terá um novo capítulo de sua biografia escrito pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Homem forte do primeiro mandato do governo Lula, deve ser condenado nesta terça-feira pelo crime de corrupção ativa por ter comandado o esquema de compra de apoio político no Congresso. A presidente Dilma Rousseff quer blindar o governo contra qualquer efeito da condenação do ex-ministro e dos ex-dirigentes do PT José Genoino e Delúbio Soares.

Três dos atuais dez ministros do STF já condenaram Dirceu e devem ser acompanhados pelos colegas nesta terça-feira. Nos últimos dias, a orientação repetida no Palácio do Planalto é a de respeitar o veredicto do tribunal, evitar manifestações políticas públicas contra esse resultado e tocar as medidas do governo normalmente, sem qualquer alteração.

A mesma instrução já tinha sido transmitida por Dilma aos principais auxiliares desde o início do julgamento, em 2 de agosto. A ordem era "não provocar marolas para evitar que efeitos negativos do processo contaminassem o governo e prejudicassem sua imagem", segundo relatou ao jornal O Estado de S. Paulo um interlocutor direto da presidente. "A instrução continua de pé."

O plano do governo é de aceitar, no máximo, manifestações pessoais discretas, como a que foi feita pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho. Na semana passada, ele afirmou que "a dor que sentia" o impedia de comentar a possível condenação de seus colegas de partido.

Se pelo menos mais três ministros considerarem Dirceu culpado, o Supremo confirmará o que o Ministério Público apontava e ele sempre negou: o mensalão foi gerenciado pelo então ministro entre "as quatro paredes da Casa Civil". As investigações e os votos dos ministros do Supremo mostram que Dirceu atuava nas duas pontas do esquema, negociando empréstimos bancários fraudados para ocultar desvios de recursos públicos e fomentar o caixa do mensalão e, ao mesmo tempo, fechando os acordos políticos com a promessa de saques milionários.

Na esteira da condenação de Dirceu, terão o mesmo destino Genoino e Delúbio, pela ordem presidente e tesoureiro do PT na época. Os três réus serão julgados ainda no último capítulo da denúncia, com outros acusados, por formação de quadrilha - da qual o ex-ministro seria o chefe, segundo o Ministério Público.

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