Brasil

STF condena Valério a 7 anos e 8 meses por corrupção

A pena alta atribuída a Valério neste crime indica que o STF também será rigoroso com o petista


	Ministros Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes, do STF: para justificar a fixação da pena alta a Valério, o relator destacou que esse crime foi praticado na corrupção de parlamentares,
 (José Cruz/Agência Brasil)

Ministros Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes, do STF: para justificar a fixação da pena alta a Valério, o relator destacou que esse crime foi praticado na corrupção de parlamentares, (José Cruz/Agência Brasil)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de outubro de 2012 às 19h47.

Brasília - O Supremo Tribunal Federal condenou o empresário Marcos Valério a 7 anos e 8 meses de prisão pelo crime de corrupção ativa relativo à compra de parlamentares. Esse crime foi cometido por Valério em conjunto com os integrantes do núcleo político do mensalão, entre eles o ex-ministro Casa Civil José Dirceu. A pena alta atribuída a Valério neste crime indica que o STF também será rigoroso com o petista.

O voto do relator, ministro Joaquim Barbosa, sobre o tema foi alvo de reajuste porque ele estava usando uma lei mais branda por não considerar que no crime continuado se aplica a pena mais alta. Após breve intervalo da sessão, ele mudou seu voto aumentando de 7 anos para 7 anos e 8 meses sua proposta de pena, mantendo a multa em 291 dias-multa fixada em 10 salários mínimos cada dia. O revisor, ministro Ricardo Lewandowski, tinha proposto 4 anos e 1 mês e 19 dias-multa, tendo como base 15 salários mínimos.

Neste tópico, Barbosa obteve uma vitória folgada. Seu voto foi acompanhado por seis colegas, enquanto apenas Dias Toffoli votou com Lewandowski. O ministro Marco Aurélio Mello se ausentou e votará apenas nesta quinta (25).


Para justificar a fixação da pena alta a Valério, o relator destacou que esse crime foi praticado na corrupção de parlamentares, o que tornaria a conduta mais reprovável. "Os motivos dos crimes são extremamente graves. Os fatos e provas dos autos revelam que o crime foi praticado porque o PT, cujos correligionários vinham beneficiando as empresas às quais estava vinculado Marcos Valério, não detinham maioria na Câmara. Diante disso, Marcos Valério aceitou participar da empreitada criminosa comandada por José Dirceu para dominar o poder político", concluiu.

Se o tribunal fixar para Dirceu as mesmas penas dadas a Valério nos crimes em que atuaram juntos, o ex-ministro será condenado a 10 anos e 8 meses. Pela legislação, penas superiores a oito anos começam a ser cumpridas em regime fechado.

As penas aplicadas pelo tribunal a Valério, se somadas, chegariam a 34 anos, 2 meses e 31 dias. As multas ultrapassam a casa dos R$ 2 milhões. No entanto, o tribunal pode entender que houve continuidade delitiva, o que pode resultar em uma pena mais baixa. Resta ainda a análise do crime de evasão de divisas.

Acompanhe tudo sobre:CorrupçãoEscândalosFraudesMensalãoPolítica no BrasilSupremo Tribunal Federal (STF)

Mais de Brasil

Quem é o pastor indígena que foi preso na fronteira com a Argentina

Oito pontos para entender a decisão de Dino que suspendeu R$ 4,2 bilhões em emendas de comissão

Ministro dos Transportes vistoria local em que ponte desabou na divisa entre Tocantins e Maranhão

Agência do Banco do Brasil é alvo de assalto com reféns na grande SP