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STF abre sessão para relator votar sobre José Dirceu

Joaquim Barbosa vai começar seu voto sobre os acusados de comprar votos no Congresso Nacional


	Estão neste capítulo do julgamento os réus do núcleo político: o ex-ministro José Dirceu, o ex-presidente do PT, José Genoino, e o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares
 (Paulo Whitaker/Reuters)

Estão neste capítulo do julgamento os réus do núcleo político: o ex-ministro José Dirceu, o ex-presidente do PT, José Genoino, e o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares (Paulo Whitaker/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 3 de outubro de 2012 às 15h07.

Brasília - O Supremo Tribunal Federal (STF) abriu na tarde desta quarta-feira a 31ª sessão para o julgamento do mensalão. Hoje, o relator, ministro Joaquim Barbosa, vai começar seu voto sobre os acusados de comprar votos no Congresso Nacional. Estão neste capítulo do julgamento os réus do núcleo político: o ex-ministro José Dirceu, o ex-presidente do PT, José Genoino, e o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares.

Barbosa disse que pretende concluir ainda nesta quarta-feira seu voto sobre os 10 acusados por corrupção ativa. Os próprios colegas de Corte, porém, estimam que a análise do relator deve se estender até a sessão desta quinta-feira (4).

O relator votará pela condenação de Dirceu, Genoino e Delúbio. Ele concordará com a acusação que Dirceu era o responsável maior por ordenar a compra de apoio político no Congresso Nacional. Ainda na visão do Ministério Público, o empresário Marcos Valério, que chefiava o núcleo publicitário, seria o operador dos pagamentos aos políticos enquanto Delúbio era o elo entre os dois grupos.

Alguns ministros confidenciam que as condenações nos capítulos anteriores embasariam a extensão da punição a Dirceu. Na visão deles, absolver aquele que é apontado como chefe da quadrilha pelo Ministério Público seria semelhante a entender que o mega sistema de corrupção existia sem um comando, o que seria inverossímil.

Baseiam ainda o entendimento dos ministros que votarão pela condenação os encontros do ex-ministro do governo Lula com Valério e a cúpula do Banco Rural e benesses de outros acusados à ex-mulher de Dirceu, Ângela Saragoza. Na mesma época dos milhões de reais em repasses a políticos, ela conseguiu um emprego no BMG, um financiamento no Banco Rural e vendeu um apartamento a Rogério Tolentino, ex-advogado das agências de Valério. O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, chegou a descrever como "torrenciais" as provas do envolvimento de Dirceu.

A defesa do ex-ministro sustenta que ele não sabia dos empréstimos fraudulentos usados no esquema nem dos pagamentos a parlamentares. Afirma que Dirceu não participava da direção do PT desde que tomou posse na Casa Civil do governo Lula.

Além de Dirceu, Genoino, Delúbio, Valério e Tolentino são acusados de corrupção ativa e estarão em julgamento ainda neste capítulo os ex-sócios de Valério, Ramon Hollerbach e Cristiano Paz, a ex-diretora financeira da SMP&B, Simone Vasconcellos, a ex-funcionária da agência Geiza Dias e o ex-ministro dos Transportes Anderson Adauto.

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