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SP: mais jovens, ricos e com diploma puxam subida de França, diz Datafolha

Na corrida eleitoral em São Paulo, diferença entre João Doria e Márcio França cai; França cresce entre população mais rica e com mais anos de estudo

Candidatos ao  governo de São Paulo: João Doria e Marcio França. (Marcos Corrêa/Agência Brasil)

Candidatos ao governo de São Paulo: João Doria e Marcio França. (Marcos Corrêa/Agência Brasil)

Guilherme Dearo

Guilherme Dearo

Publicado em 27 de outubro de 2018 às 06h00.

Última atualização em 27 de outubro de 2018 às 06h00.

São Paulo - Na reta final do segundo turno da corrida para o Palácio dos Bandeirantes, Márcio França (PSB) e João Doria (PSDB) terão de esperar para estourar o champanhe da vitória apenas na noite de domingo (28). A última pesquisa Datafolha, divulgada quinta-feira (25), mostrou empate técnico entre os dois candidatos, levando a incógnita para o dia da votação.

Nos votos válidos, João Doria tem 52% das intenções de voto, contra 48% de Márcio França. A margem de erro é de dois pontos, para mais ou para menos. Portanto, estão empatados dentro da margem. Uma semana antes, as intenções de voto eram 53% para Doria e 47% para França.

Comparando a primeira pesquisa, de 18 de outubro, com a divulgada no dia 25, Márcio França cresceu entre eleitoras mulheres e agora elas estão divididas, 50% optando por Doria e 50% por França.

Entre jovens de 16 a 34 anos, França também cresceu e agora está à frente de Doria nessas faixas etárias. Entre os eleitores de 16 a 24 anos, 53% vão votar em França (antes era 49%). Entre os eleitores de 35 a 34 anos, 51% votarão nele (antes era 50%). Doria leva vantagem na população mais velha, com mais de 60 anos. Nessa faixa etária, 58% votarão no candidato do PSDB.

O crescimento de França na pesquisa também aconteceu entre a camada mais rica da população e na camada com mais anos de estudo. Até 18 de outubro, França empatava com Doria entre eleitores com ensino fundamental e perdia entre eleitores com ensino médio (47% contra 53%) e com ensino superior (45% a 55%). Agora, na pesquisa do dia 25, empata com Doria no eleitorado com diploma do ensino médio ou universitário.

O candidato do PSB também cresceu entre a população mais rica, nos segmentos que ganham de 5 a 10 salários mínimos por mês e que ganham mais de 10 salários mínimos por mês. Ainda assim, Doria leva vantagem nesses grupos. O maior crescimento se deu entre os que ganham mais de dez salários mínimos. 39% disseram que votariam em França no dia 18. Agora, foram 47%. Em contrapartida, França perdeu espaço entre os eleitores mais pobres, que ganham menos de 5 salários mínimos.

Já na capital, França mantém vantagem em relação a Doria, com 60% de preferência dos paulistanos, contra 40% que votarão em Doria. Reduto de Doria, França também cresceu no interior do estado, mas o tucano ainda tem ampla vantagem nessa região, 57% contra 43%.

Entre Haddad e Bolsonaro

Na pesquisa de 18 de outubro, João Doria tinha a preferência de 72% dos eleitores que vão votar em Jair Bolsonaro (PSL) e preferência de 28% dos eleitores que vão votar em Fernando Haddad (PT). Já 80% dos que vão votar em Haddad disseram que votariam em Márcio França, contra 20% que votaria em Doria. Essa porcentagem exclui os que vão votar em branco ou nulo para presidente.

A pesquisa de 25 de outubro mostrou número similares. Entre os que vão votar em Bolsonaro, 74% vão votar em Doria e 26% em França. Entre os que votarão em Haddad, 81% votarão em França e 19% em Doria.

O fato de Doria apoiar Bolsonaro pode ter contribuído para a queda do presidenciável do PSL na capital. Na cidade, 60% pretendem votar em França e 40% em Haddad. A rejeição grande a Doria na cidade, portanto, pode ter respingado em Bolsonaro: ele viu, pela primeira vez, uma derrota na capital. 51% dos paulistanos disseram que vão votar em Haddad no segundo turno, contra 49% que votarão nele.

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