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SP estima em R$ 1 milhão prejuízos com ocupação de escolas

O levantamento foi feito considerando 81 escolas, das quais 72 foram, segundo a secretaria de Educação, “vandalizadas e furtadas”

Contra o fechamento de escolas: segundo a administração estadual, das 200 escolas tomadas pelos estudantes, 13 permanecem ocupadas (Rovena Rosa / Agência Brasil)
DR

Da Redação

Publicado em 29 de dezembro de 2015 às 20h29.

O governo do estado de São Paulo divulgou hoje (29) a estimativa de prejuízo de R$ 1 milhão com as ocupações das escolas do estado em protesto contra a proposta de reorganização por ciclo de ensino.

A medida, que levaria ao fechamento de 94 unidades e à transferência de 311 mil alunos, foi suspensa após mobilização estudantil.

O levantamento foi feito considerando 81 escolas, das quais 72 foram, segundo a secretaria de Educação, “vandalizadas e furtadas”. O órgão destacou que a avaliação é parcial e o valor deve aumentar.

De acordo com a administração estadual, das cerca de 200 escolas tomadas pelos estudantes, 13 permanecem ocupadas.

A presidenta do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado (Apeoesp), Maria Izabel Azevedo Noronha, questionou o valor divulgado.

“Contesto frontalmente. A secretaria terá de dizer o que foi esse R$ 1 milhão. Nesse período, o governo deixou de ter outros gastos, como telefonia e informática”, afirmou.

Bebel, como a presidente é conhecida, disse que esta é uma tentativa de criminalizar a mobilização. “É prática comum transformar a questão educacional em caso de polícia.”

A Agência Brasil tentou contato com representantes da União Paulista dos Estudantes Secundaristas (Upes), mas não foi possível localizar um porta-voz nos telefones disponíveis.

A secretaria informou que o levantamento é de responsabilidade da direção de cada uma das escolas e ainda não estão incluídas as perdas com merendas (furto, consumo e destruição de alimentos).

Segundo o órgão, uma das últimas escolas com depredação e furto foi a Conselheiro Crispiniano, em Guarulhos.

Em nota, a secretaria afirmou que, “além de danificar e destruir objetos da secretaria da escola, das salas de coordenação, de mediação e de equipamentos de festas, foram furtados oito computadores, três notebooks e seis radiocomunicadores”.

Histórico das ocupações

A reorganização separaria em ciclos alunos com idades entre 6 e 10 anos, adolescentes de 11 a 14 anos e jovens entre 15 e 17 anos.

Com a decisão, os estudantes ocuparam escolas para mostrar insatisfação com a proposta. A primeira ocupação, na Escola Estadual Diadema, na Grande São Paulo, ocorreu no dia 9 de novembro.

O movimento cresceu gradativamente e, cerca de um mês depois, aproximadamente 200 escolas estavam ocupadas. Os alunos também foram às ruas protestar, sendo reprimidos pela Polícia Militar.

Os estudantes argumentavam que a comunidade escolar não foi ouvida sobre as mudanças.

Na justificativa, o governo paulista destacou que houve queda de 1,3% ao ano da população em idade escolar no estado. Desde 1998, a rede estadual perdeu 2 milhões de alunos.

Segundo o governo, com a divisão por ciclo as escolas estariam mais preparadas para as necessidades de cada etapa de ensino.

“Entre os estudos utilizados para a proposta da reorganização está o resultado do Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo (Idesp), mostrando que unidades que atendem alunos de apenas uma faixa etária têm desempenho melhor”, informou o governo.

No período das ocupações, os jovens criaram uma rotina de atividades para garantir a conservação das escolas. Os grupos se dividiam entre os responsáveis pela limpeza, alimentação e até demandas de imprensa.

A comunidade colaborou com doações de alimentos, remédios e produtos de limpeza.

No início deste mês, o governador Geraldo Alckmin decidiu suspendeu a reorganização escolar, afirmando que fará debates em 2016 para ouvir a sociedade.

"Decidimos adiar a reorganização e rediscuti-la escola por escola, com a comunidade, com os estudantes e, em especial, com os pais dos alunos. Acreditamos nos benefícios da reorganização. 2016 será um ano de aprofundarmos o diálogo."

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A medida, que levaria ao fechamento de 94 unidades e à transferência de 311 mil alunos, foi suspensa após mobilização estudantil.

O levantamento foi feito considerando 81 escolas, das quais 72 foram, segundo a secretaria de Educação, “vandalizadas e furtadas”. O órgão destacou que a avaliação é parcial e o valor deve aumentar.

De acordo com a administração estadual, das cerca de 200 escolas tomadas pelos estudantes, 13 permanecem ocupadas.

A presidenta do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado (Apeoesp), Maria Izabel Azevedo Noronha, questionou o valor divulgado.

“Contesto frontalmente. A secretaria terá de dizer o que foi esse R$ 1 milhão. Nesse período, o governo deixou de ter outros gastos, como telefonia e informática”, afirmou.

Bebel, como a presidente é conhecida, disse que esta é uma tentativa de criminalizar a mobilização. “É prática comum transformar a questão educacional em caso de polícia.”

A Agência Brasil tentou contato com representantes da União Paulista dos Estudantes Secundaristas (Upes), mas não foi possível localizar um porta-voz nos telefones disponíveis.

A secretaria informou que o levantamento é de responsabilidade da direção de cada uma das escolas e ainda não estão incluídas as perdas com merendas (furto, consumo e destruição de alimentos).

Segundo o órgão, uma das últimas escolas com depredação e furto foi a Conselheiro Crispiniano, em Guarulhos.

Em nota, a secretaria afirmou que, “além de danificar e destruir objetos da secretaria da escola, das salas de coordenação, de mediação e de equipamentos de festas, foram furtados oito computadores, três notebooks e seis radiocomunicadores”.

Histórico das ocupações

A reorganização separaria em ciclos alunos com idades entre 6 e 10 anos, adolescentes de 11 a 14 anos e jovens entre 15 e 17 anos.

Com a decisão, os estudantes ocuparam escolas para mostrar insatisfação com a proposta. A primeira ocupação, na Escola Estadual Diadema, na Grande São Paulo, ocorreu no dia 9 de novembro.

O movimento cresceu gradativamente e, cerca de um mês depois, aproximadamente 200 escolas estavam ocupadas. Os alunos também foram às ruas protestar, sendo reprimidos pela Polícia Militar.

Os estudantes argumentavam que a comunidade escolar não foi ouvida sobre as mudanças.

Na justificativa, o governo paulista destacou que houve queda de 1,3% ao ano da população em idade escolar no estado. Desde 1998, a rede estadual perdeu 2 milhões de alunos.

Segundo o governo, com a divisão por ciclo as escolas estariam mais preparadas para as necessidades de cada etapa de ensino.

“Entre os estudos utilizados para a proposta da reorganização está o resultado do Índice de Desenvolvimento da Educação do Estado de São Paulo (Idesp), mostrando que unidades que atendem alunos de apenas uma faixa etária têm desempenho melhor”, informou o governo.

No período das ocupações, os jovens criaram uma rotina de atividades para garantir a conservação das escolas. Os grupos se dividiam entre os responsáveis pela limpeza, alimentação e até demandas de imprensa.

A comunidade colaborou com doações de alimentos, remédios e produtos de limpeza.

No início deste mês, o governador Geraldo Alckmin decidiu suspendeu a reorganização escolar, afirmando que fará debates em 2016 para ouvir a sociedade.

"Decidimos adiar a reorganização e rediscuti-la escola por escola, com a comunidade, com os estudantes e, em especial, com os pais dos alunos. Acreditamos nos benefícios da reorganização. 2016 será um ano de aprofundarmos o diálogo."

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