Sob protestos, corpos das vítimas de chacina são enterrados
Começaram os enterros das vítimas de chacina em Osasco e Barueri. A onda de execuções deixou 18 pessoas mortas
Da Redação
Publicado em 15 de agosto de 2015 às 14h36.
São Paulo - Sob protestos e clamor por justiça, as famílias das vítimas da maior chacina da história de São Paulo velaram e sepultaram, na manhã deste sábado, 15, os 18 mortos nos cemitérios municipais de Osasco e Barueri. Os parentes das vítimas executadas por mascarados na noite de quinta-feira, 13, cobraram as autoridades paulistas para que os assassinos sejam presos o quanto antes. A força-tarefa da Secretaria da Segurança Pública suspeita que policias militares foram responsáveis pela série de execuções.
Os criminosos utilizaram dois carros, uma moto e fizeram os disparos em nove pontos em um intervalo de 3h15. Até a tarde de sexta-feira, 14, ninguém havia sido preso. "Precisam investigar. Ninguém sabe o que motivou essa guerra", afirmou o motorista Carlos Antonio de Oliveira, pai do ajudante de obra Igor Oliveira, de 19 anos, executado com tiros no rosto em um bar de Osasco. Ele estava em outro bar na hora, próximo do local onde o jovem foi assassinado.
Na noite do ataque, Oliveira ouviu os tiros, mas pensou tratar-se de armas de chumbinho. "Um vizinho avisou, corri lá e vi o corpo dele. Fui ver se dava para socorrer, mas tinha tomado um tiro no rosto", lamentou. O ajudante foi enterrado com uma camisa do Palmeiras. Ele era o segundo filho mais velho de cinco irmãos.
Justiça
A doméstica Maria José de Lima Filho, de 49 anos, desejou a "morte" dos assassinos que executaram o filho dela, o adolescente Rodrigo Lima da Silva, de 16 anos. "Deus me perdoe pelo que eu vou dizer, mas eles têm de morrer do mesmo jeito que meu filho", afirmou. A mãe da vítima foi avisada por parentes sobre os disparos contra o jovem e correu até o local do crime . "Vi meu filho deitado em uma poça de sangue e essa imagem não sai da minha cabeça. Preciso de justiça."
Silva não estudava e fazia bicos como entregador em um mercado de Osasco. O jovem namorava a adolescente Larissa Silva de Jesus, de 14 anos, grávida de 3 meses. "Vou cuidar desse neto e dessa menina como se fossem meus filhos. Esse bebê vai ser um pedaço do Rodrigo."
O operador de máquinas Jonas de Santos Soares, de 33 anos, foi enterrado ao lado de Oliveira. Eram amigos de infância. Ele deixou três filhos pequenos, de 4, 7 e 8 anos. "Espero a justiça de Deus. Sobre a da terra, nem sei o que esperar mais", disse a mulher de Soares, Angela Maria Pereira, casada com ele há 12 anos. De acordo com ela, o marido estava de folga no dia e disse que ia beber uma última cerveja, antes de ir para casa. "Não usava drogas, era um homem trabalhador", afirmou.
Caseiro
Familiares e amigos do conferente Eduardo Cesar, de 25 anos, estavam desde às 8 horas no cemitério de Osasco. "Não tinha briga com ninguém. Era um pai de família, inocente", disse a irmã, Denise Bernardino, de 24 anos. Ela teme que outras pessoas possam ser mortas. "Quem fez isso deve estar rindo agora. Deve estar planejando fazer o que fizeram ao meu irmão com mais gente." Ele tinha uma filha que havia completado dois anos em julho. "Não fez nada de errado. Pelo contrário, quando eu aprontava alguma coisa, ficava na rua, ele mandava ir pra casa. Era um cara caseiro", disse o irmão Marcos Roberto Cezar, de 34 anos.
São Paulo - Sob protestos e clamor por justiça, as famílias das vítimas da maior chacina da história de São Paulo velaram e sepultaram, na manhã deste sábado, 15, os 18 mortos nos cemitérios municipais de Osasco e Barueri. Os parentes das vítimas executadas por mascarados na noite de quinta-feira, 13, cobraram as autoridades paulistas para que os assassinos sejam presos o quanto antes. A força-tarefa da Secretaria da Segurança Pública suspeita que policias militares foram responsáveis pela série de execuções.
Os criminosos utilizaram dois carros, uma moto e fizeram os disparos em nove pontos em um intervalo de 3h15. Até a tarde de sexta-feira, 14, ninguém havia sido preso. "Precisam investigar. Ninguém sabe o que motivou essa guerra", afirmou o motorista Carlos Antonio de Oliveira, pai do ajudante de obra Igor Oliveira, de 19 anos, executado com tiros no rosto em um bar de Osasco. Ele estava em outro bar na hora, próximo do local onde o jovem foi assassinado.
Na noite do ataque, Oliveira ouviu os tiros, mas pensou tratar-se de armas de chumbinho. "Um vizinho avisou, corri lá e vi o corpo dele. Fui ver se dava para socorrer, mas tinha tomado um tiro no rosto", lamentou. O ajudante foi enterrado com uma camisa do Palmeiras. Ele era o segundo filho mais velho de cinco irmãos.
Justiça
A doméstica Maria José de Lima Filho, de 49 anos, desejou a "morte" dos assassinos que executaram o filho dela, o adolescente Rodrigo Lima da Silva, de 16 anos. "Deus me perdoe pelo que eu vou dizer, mas eles têm de morrer do mesmo jeito que meu filho", afirmou. A mãe da vítima foi avisada por parentes sobre os disparos contra o jovem e correu até o local do crime . "Vi meu filho deitado em uma poça de sangue e essa imagem não sai da minha cabeça. Preciso de justiça."
Silva não estudava e fazia bicos como entregador em um mercado de Osasco. O jovem namorava a adolescente Larissa Silva de Jesus, de 14 anos, grávida de 3 meses. "Vou cuidar desse neto e dessa menina como se fossem meus filhos. Esse bebê vai ser um pedaço do Rodrigo."
O operador de máquinas Jonas de Santos Soares, de 33 anos, foi enterrado ao lado de Oliveira. Eram amigos de infância. Ele deixou três filhos pequenos, de 4, 7 e 8 anos. "Espero a justiça de Deus. Sobre a da terra, nem sei o que esperar mais", disse a mulher de Soares, Angela Maria Pereira, casada com ele há 12 anos. De acordo com ela, o marido estava de folga no dia e disse que ia beber uma última cerveja, antes de ir para casa. "Não usava drogas, era um homem trabalhador", afirmou.
Caseiro
Familiares e amigos do conferente Eduardo Cesar, de 25 anos, estavam desde às 8 horas no cemitério de Osasco. "Não tinha briga com ninguém. Era um pai de família, inocente", disse a irmã, Denise Bernardino, de 24 anos. Ela teme que outras pessoas possam ser mortas. "Quem fez isso deve estar rindo agora. Deve estar planejando fazer o que fizeram ao meu irmão com mais gente." Ele tinha uma filha que havia completado dois anos em julho. "Não fez nada de errado. Pelo contrário, quando eu aprontava alguma coisa, ficava na rua, ele mandava ir pra casa. Era um cara caseiro", disse o irmão Marcos Roberto Cezar, de 34 anos.