São Paulo – “Sai do armário e vem pra urna!”. Com essa e outras frases bem humoradas, a campanha #VoteLGBT - lançada hoje na internet - convoca os eleitores a aumentar a representatividade da comunidade LGBT nas eleições deste ano.
Criado por um movimento social que se declara suprapartidário, o site colaborativo lista os candidatos que já se comprometeram explicitamente com a defesa dos direitos civis de gays, lésbicas, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros.
A campanha surge após a polêmica criada pela candidata Marina Silva (PSB), que chegou a incluir em seu programa de governo propostas específicas para o tema, mas acabou voltando atrás e corrigindo o texto 24 horas depois.
“Queremos um país em que todo mundo tenha seus direitos garantidos e suas vidas respeitadas. Para isso, precisamos escolher políticos verdadeiramente comprometidos com os direitos humanos”, diz um dos textos publicados no site.
Segundo os organizadores, o guia já conta com as propostas de 100 candidatos de diferentes partidos, que disputarão cadeiras tanto no Congresso quanto nas assembleias legislativas.
Os eleitores poderão fazer consultas por estado ou cargo, e também contribuir para aumentar a lista com indicações de novos nomes.
“Nosso objetivo não é fazer propaganda deste ou daquele candidato, e sim incentivar o voto contra o ódio, a intolerância e a violência”, afirma o movimento. “É inquestionável que nossa subrepresentação afeta diretamente nossas possibilidades de obter avanços em políticas públicas”.
“Não adianta fazer a egípcia”
No manifesto intitulado “Acorda, Alice!”, o grupo ainda chama a atenção para o crescimento da chamada bancada evangélica no Congresso, que defende pautas mais conservadoras.
“Evangélicos não são nossos inimigos. Mas a bancada evangélica, especificamente, é formada por LGBTfóbicos que atuam visando o retrocesso das políticas públicas em favor da diversidade”, afirma o documento.
O #VoteLGBT afirma ainda que esta não é a hora para o eleitor se abster da responsabilidade - ou “fazer a egípcia”, caso prefira a gíria.
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1. Preconceito
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1/26 (Fernando Frazão/ABr)
São Paulo - Em seu
levantamento anual, o
Grupo Gay da Bahia (GGB) contabilizou mais de 312 homicídios de gays, travestis e lésbicas no Brasil em 2013. Ou seja, uma morte a cada 28 horas. O número, apesar de ruim, representa uma queda de 7,7% em relação ao ano anterior.
A maior parte das
mortes (43%) aconteceu no
Nordeste, onde vivem menos de 30% da população nacional, e é chamado pela ONG de “região mais homofóbica do Brasil”.
O levantamento levou em consideração notícias divulgadas na imprensa e dados enviados por organizações não-governamentais. Segundo a
GGB, todos os
crimes considerados tiveram como pano de fundo a homofobia.
Dez suicídios foram contabilizados por terem ocorrido, também de acordo com a
ONG, pelo fato dos envolvidos não aguentarem a pressão social.
O estado que registrou mais assassinatos é Pernambuco, com 34 mortes. Considerando o tamanho da população, Roraima aparece como o estado mais perigoso para os homossexuais, com 6,15 mortes para um milhão de habitantes.
Entre as capitais,
Manaus lidera na violência, com 12 casos.
Confira os estados que representaram, proporcionalmente, mais perigo para os gays no ano passado, de acordo com o relatório do Grupo Gay da Bahia.
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2. 1º Roraima - 6,15 mortes por milhão/hab
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2/26 (Tiago Orihuela/ Prefeitura Boa Vista/Divulgação)
Taxa (mortes por milhão de habitantes): 6,15* Mortes em Boa Vista: 2 Total de mortes no estado (2013): 3 * Estatisticamente, deve-se levar em consideração que, como a população do estado é pequena, três mortes já acarretam em índice extremamente elevado. É preciso lembrar também que a redução de apenas uma morte entre um ano e outro já alteraria significativamente esta taxa
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3. 2º Mato Grosso - 4,71 mortes por milhão/hab
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3/26 (Divulgação/ Embratur)
Taxa (mortes por milhão de habitantes): 4,71 Mortes em Cuiabá: 10 Total de mortes no estado (2013): 15
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4. 3º Rio Grande do Norte - 4,45 mortes por milhão/hab
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4/26 (REUTERS/Sergio Moraes)
Taxa (mortes por milhão de habitantes): 4,45 Mortes em Natal: 0 Total de mortes no estado (2013): 15
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5. 4º Paraíba - 4,34 mortes por milhão/hab
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5/26 (Divulgação / Cacio Murilo)
Taxa (mortes por milhão de habitantes): 4,34 Mortes em João Pessoa: 11 Total de mortes no estado (2013): 17
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6. 5º Alagoas - 3,94 mortes por milhão/hab
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6/26 (Wikimedia Commons)
Taxa (mortes por milhão de habitantes): 3,94 Mortes em Maceió: 4 Total de mortes no estado (2013): 13
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7. 6º Pernambuco - 3,69 mortes por milhão/hab
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7/26 (Leo Caldas/EXAME.com)
Taxa (mortes por milhão de habitantes): 3,69 Mortes em Recife: 12 Total de mortes no estado (2013): 34
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8. 7º Amazonas - 3,41 mortes por milhão/hab
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8/26 (DIVULGAÇÃO)
Taxa (mortes por milhão de habitantes): 3,41 Mortes em Manaus: 12 Total de mortes no estado (2013): 13
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9. 9º Rondônia - 2,89 mortes por milhão/hab
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9/26 (Reprodução/Wilson Dias/ABr/Wikimedia Commons)
Taxa (mortes por milhão de habitantes): 2,89 Mortes em Porto Velho: 4 Total de mortes no estado (2013): 5
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10. 10º Sergipe - 2,73 mortes por milhão/hab
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10/26 (Flickr/Creative Commons)
Taxa (mortes por milhão de habitantes): 2,73 Mortes em Aracaju: 4 Total de mortes no estado (2013): 6
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11. 11º Tocantins - 2,71 mortes por milhão/hab
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11/26 (Divulgação/Governo do Tocantins)
Taxa (mortes por milhão de habitantes): 2,71 Mortes em Palmas: 3 Total de mortes no estado (2013): 4
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12. 12º Mato Grosso do Sul - 1,93 morte por milhão/hab
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12/26 (Wikimedia Commons)
Taxa (mortes por milhão de habitantes): 1,93 Mortes em Campo Grande: 1 Total de mortes no estado (2013): 5
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13. 13º Goiás - 1,55 morte por milhão/hab
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13/26 (Wikimedia Commons)
Taxa (mortes por milhão de habitantes): 1,55 Mortes em Goiânia: 7 Total de mortes no estado (2013): 10
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14. 14º Distrito Federal - 1,43 mortes por milhão/hab
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14/26 (REUTERS/Ueslei Marcelino)
Taxa (mortes por milhão de habitantes): 1,43 Total de mortes no DF (2013): 4
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15. 15º Amapá - 1,36 morte por milhão/hab
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15/26 (Antonio Milena/Veja)
Taxa (mortes por milhão de habitantes): 1,36 Mortes em Macapá: 1 Total de mortes no estado (2013): 1
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16. 15º Paraná - 1,36 morte por milhão/hab
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16/26 (Francisco Anzola/Wikimedia Commons)
Taxa (mortes por milhão de habitantes): 1,36 Mortes em Curitiba: 9 Total de mortes no estado (2013): 15
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17. 17º Bahia - 1,33 morte por milhão/hab
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17/26 (Divulgação)
Taxa (mortes por milhão de habitantes): 1,33 Mortes em Salvador: 9 Total de mortes no estado (2013): 20
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18. 20º Minas Gerais - 1,21 morte por milhão/hab
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18/26 (Wikimedia Commons)
Taxa (mortes por milhão de habitantes): 1,21 Mortes em Belo Horizonte: 8 Total de mortes no estado (2013): 25
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19. 21º Santa Catarina - 1,21 morte por milhão/hab
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19/26 (Wikimedia Commons)
Taxa (mortes por milhão de habitantes): 1,21 Mortes em Florianópolis: 0 Total de mortes no estado (2013): 8
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20. 22º Rio Grande do Sul - 1,16 morte por milhão/hab
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20/26 (Camila Domingues/Palácio Piratini)
Taxa (mortes por milhão de habitantes): 1,16 Mortes em Porto Alegre: 2 Total de mortes no estado (2013): 13
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21. 23º Maranhão - 1,03 morte por milhão/hab
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21/26 (Wikimedia Commons)
Taxa (mortes por milhão de habitantes): 1,03 Mortes em São Luís: 3 Total de mortes no estado (2013): 7
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22. 24º São Paulo - 0,66 morte por milhão/hab
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22/26 (Wikimedia Commons)
Taxa (mortes por milhão de habitantes): 0,66 Mortes na cidade de SP: 5 Total de mortes no estado (2013): 29
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23. 25º Pará - 0,63 morte por milhão/hab
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23/26 (Cayambe/Wikimedia Commons)
Taxa (mortes por milhão de habitantes): 0,63 Mortes em Belém: 1 Total de mortes no estado (2013): 5
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24. 26º Espírito Santo - 0,52 morte por milhão/hab
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24/26 (Wikimedia Commons)
Taxa (mortes por milhão de habitantes): 0,52 Mortes em Vitória: 0 Total de mortes no estado (2013): 2
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25. 27º Acre - sem mortes
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25/26 (Wikimedia Commons)
Não foram registradas mortes de homossexuais cuja causa tenha sido homofobia, segundo o Grupo Gay da Bahia
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26. Agora, veja as cidades do Brasil que estão entre as mais violentas do planeta (independente de orientação sexual)
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26/26 (Spencer Platt/Getty Images)