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Silvinho volta à cena e se diz "à disposição" da Lava Jato

No escândalo do mensalão ele foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República pelo crime de formação de quadrilha


	À serviço de Sérgio Moro: no escândalo do mensalão, Silvinho foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República pelo crime de formação de quadrilha
 (Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil)

À serviço de Sérgio Moro: no escândalo do mensalão, Silvinho foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República pelo crime de formação de quadrilha (Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 10 de fevereiro de 2016 às 13h21.

São Paulo - Apontado pelo empresário ligado ao partido Fernando Moura como um dos precursores do esquema de propinas instalado na Petrobras, em 2003, na abertura do primeiro mandato do ex-presidente Lula, Silvinho Pereira comunicou ao juiz federal Sérgio Moro que se dispõe a 'prestar os esclarecimentos porventura necessários'.

A petição ao juiz da Lava Jato é subscrita pelos advogados Mariângela Tomé Lopes e André Augusto Mendes Machado, do escritório Saad Gimenes Advogados Associados.

Eles se reportam às informações divulgadas nas últimas semanas sobre os sucessivos depoimentos de Fernando Moura.

Silvinho do PT é um personagem emblemático da histórica política recente do país. No escândalo do mensalão ele foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República pelo crime de formação de quadrilha, mas acabou contemplado com um acordo homologado pela Justiça - o único dos 40 acusados que teve essa oportunidade porque a pena prevista para o delito que lhe foi imputado era inferior a um ano de prisão.

Para obter a suspensão condicional do processo criminal, Silvinho teve de prestar serviços comunitários na subprefeitura do Butantã, zona oeste de São Paulo - cumpriu uma jornada de 750 horas como avaliador da situação de praças, fiscalizou poda de árvores e desobstrução de bocas de lobo.

O empresário Fernando Moura, que trouxe Silvinho Pereira para o coração da Lava Jato, foi capturado em agosto de 2015 junto com o ex-ministro José Dirceu (Casa Civil), na Operação Pixuleco - desdobramento da grande investigação.

Acuado, Fernando Moura fechou acordo de delação premiada e foi solto.

Em janeiro ele protagonizou um episódio insólito da investigação. Diante do juiz Moro ele mudou a versão dada em delação, principalmente no trecho sobre a suposta orientação recebida de Dirceu para que saísse do País em 2005, no auge do mensalão. Chamado à força tarefa do Ministério Público Federal em Curitiba, base da Lava Jato, Moura disse que recuou porque recebeu 'ameaça velada' um dia antes de seu depoimento na Justiça. Sérgio Moro o intimou para novo depoimento.

Em todos os relatos, porém, ele manteve as informações sobre Silvinho Pereira, a quem atribui também papel importante na distribuição e indicação de apadrinhados do governo Lula para cargos estratégicos em estatais e empresas públicas.

Narrou, ainda, pagamento de propinas. Disse que certa vez pegou R$ 600 mil na residência de Silvinho, em São Paulo.

O juiz perguntou. "E para o sr. Silvio, (ele) também recebia esses pagamentos? Uma parte para ele?"

"Com certeza", respondeu Fernando Moura.

"Por que o sr. diz isso?", insistiu o magistrado.

"Porque uma oportunidade peguei 600 mil reais na casa do Silvio que ele tinha recebido da GDK e me pediu para entregar para uma outra pessoa", disse o empresário delator.

Na petição ao juiz da Lava Jato, os advogados de Silvinho Pereira fazem menção ao procedimento do Ministério Público Federal 'que tem por finalidade apurar as evidentes contradições' do depoimento de Fernando Moura à Justiça e as declarações no âmbito da delação premiada.

"Assim, se for do interesse da Justiça e pertinente à apuração dos fatos tratados nesta ação penal, o peticionário (Silvio Pereira), novamente, coloca-se à inteira disposição deste juízo bem como dos procuradores da República que integram a força-tarefa", assinalam os advogados Mariângela Tomé Lopes e André Augusto Mendes Machado.

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