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60 deputados do PT acrescentam "Lula" a nome na Câmara

Ato é protesto à prisão do ex-presidente, condenado a 12 anos e um mês de prisão por ter aceitado um tríplex da construtora OAS

Lula: ex-presidente lidera com folga as pesquisas de intenção de voto para as eleições de outubro (Leonardo Benassatto/Reuters)
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AFP

Publicado em 11 de abril de 2018 às 17h36.

Última atualização em 11 de abril de 2018 às 17h53.

"Sessenta Lulas na Câmara". Assim o PT intitulou o comunicado com o qual informou que todos os seus deputados incorporaram " Lula " a seus sobrenomes parlamentares, em um protesto contra a prisão de seu líder na semana passada.

"Venho através deste solicitar que seja feita a substituição nessa casa do nome parlamentar de Paulo Pimenta para Paulo Lula Pimenta", segundo o ofício enviado pelo líder do bloco do PT ao presidente da Câmara de Deputados, Rodrigo Maia, ao qual a AFP teve acesso.

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Pedidos similares estão sendo enviados a todas as legislaturas que tenham painel eletrônico, incluindo estados e municípios, explicou um porta-voz do partido nesta quarta-feira.

"É uma forma de se solidarizar com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Siva (2003-2010)", disse antes de citar que a presidente do PT, a senadora Gleisi Hoffmann, também aderiu.

A agora senadora Gleisi Lula Hoffmann teve um grande protagonismo durante as quase 48 horas em que Lula se abrigou no Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo antes de se entregar à polícia, no sábado passado. Hoffmann também colocou em sua conta das redes sociais uma foto do ex-presidente junto com o nome "Lula" e uma letra "t" impressa por cima do "l", formando a palavra "luta".

Ícone da esquerda latino-americana e gestor de programas que permitiram tirar o país do mapa da fome da ONU, Lula foi condenado a 12 anos e um mês de prisão por ter aceitado um tríplex da construtora OAS, envolvida no caso de corrupção revelado pela Operação Lava Jato, que também trouxe à tona bilionários subornos a políticos.

Sua prisão sacudiu o mundo político local e regional. Lula lidera com folga as pesquisas de intenção de voto para as eleições de outubro, embora um eventual terceiro mandato tenha se tornado improvável, já que as leis brasileiras impedem que condenados em segunda instância, como é o seu caso, sejam candidatos.

Além disso, o ex-presidente tem outros seis processos em curso.

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