Serra pode assumir Relações Exteriores, dizem fontes
Resistente a aceitar um ministério da área social, José Serra foi sondado para assumir o Ministério das elações Exteriores em um eventual governo Temer
Da Redação
Publicado em 28 de abril de 2016 às 21h27.
Brasília - Resistente a aceitar um ministério da área social, o senador José Serra (PSDB-SP) foi sondado pela equipe do vice-presidente Michel Temer para assumir, em um provável governo Temer, o Ministério das Relações Exteriores, encorpado com a responsabilidade pelo comércio exterior, hoje nas mãos do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, disseram à Reuters fontes próximas a Temer.
O senador tucano, que mirava um cargo na equipe econômica, ainda não respondeu à proposta feita pelo vice-presidente. Inicialmente, Temer pensava em manter o Itamaraty sob o comando de um diplomata, como fizeram os últimos três governos.
O último chanceler fora da carreira foi Fernando Henrique Cardoso, no governo de Itamar Franco. Os demais foram diplomatas da ativa ou aposentados.
O modelo de Itamaraty pensado pela equipe de Temer teria, no entanto, mais protagonismo, assumindo área de comércio exterior, hoje dividida entre as negociações feitas pelo lado diplomata da Esplanada e pelo lado político, no MDIC, que na nova configuração seria extinto. Daí a ideia de ter um político à frente da pasta.
A ideia, dada pelo senador Romero Jucá - que assumirá o Ministério do Planejamento em caso de afastamento da presidente Dilma Rousseff - é dividir as atribuições entre a sua pasta e o Itamaraty. A parte que cuida de política industrial, incluindo o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ficaria sob as asas de Jucá, escalado para ser o homem que tentará reanimar a economia.
Outros nomes estavam sendo cotados para o Itamaraty. O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado – e que chegou a ser escalado por Temer para ir aos Estados Unidos tentar combater a narrativa de que o impeachment é uma espécie de golpe branco – seria o político cotado.
Depois, no entanto, com o crescimento da ideia de manter a pasta nas mãos de um diplomata, surgiram os nomes dos embaixadores aposentados Rubens Barbosa e Sérgio Amaral e do atual secretário-geral do Itamaraty, Sérgio Danese.
REAÇÕES
Dentro do Itamaraty, o nome de José Serra foi recebido com sentimentos mistos. Diplomatas consultados pela Reuters sob a condição de anonimato dizem que, por um lado, há o sentimento de que um político traria à diplomacia um protagonismo que as relações exteriores não têm desde o final do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
Um embaixador sênior afirmou que o Itamaraty precisa hoje de um ministro “forte e ambicioso”, que pudesse trazer visibilidade e recursos para a diplomacia.
Outros relatam experiências difíceis com o senador no passado, mas reconhecem que ele poderia ajudar a fortalecer o Itamaraty. Internamente, havia uma torcida para que o atual chanceler, Mauro Vieira, ficasse no cargo, mesmo que se imaginasse que seria difícil – uma fonte próxima a Temer disse à Reuters que o vice-presidente não pretende manter nenhum dos ministros de Dilma Rousseff.
A torcida maior, no entanto, é pela manutenção de Sérgio Danese como secretário-geral.
Bem-quisto por seus pares e politicamente hábil, Danese é responsável hoje pela reorganização do Itamaraty, com cortes de custo, realocação de pessoal e reestruturação de várias áreas. Na visão de diplomatas, seria um gesto de um futuro chanceler – especialmente um político, como José Serra.
Brasília - Resistente a aceitar um ministério da área social, o senador José Serra (PSDB-SP) foi sondado pela equipe do vice-presidente Michel Temer para assumir, em um provável governo Temer, o Ministério das Relações Exteriores, encorpado com a responsabilidade pelo comércio exterior, hoje nas mãos do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, disseram à Reuters fontes próximas a Temer.
O senador tucano, que mirava um cargo na equipe econômica, ainda não respondeu à proposta feita pelo vice-presidente. Inicialmente, Temer pensava em manter o Itamaraty sob o comando de um diplomata, como fizeram os últimos três governos.
O último chanceler fora da carreira foi Fernando Henrique Cardoso, no governo de Itamar Franco. Os demais foram diplomatas da ativa ou aposentados.
O modelo de Itamaraty pensado pela equipe de Temer teria, no entanto, mais protagonismo, assumindo área de comércio exterior, hoje dividida entre as negociações feitas pelo lado diplomata da Esplanada e pelo lado político, no MDIC, que na nova configuração seria extinto. Daí a ideia de ter um político à frente da pasta.
A ideia, dada pelo senador Romero Jucá - que assumirá o Ministério do Planejamento em caso de afastamento da presidente Dilma Rousseff - é dividir as atribuições entre a sua pasta e o Itamaraty. A parte que cuida de política industrial, incluindo o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ficaria sob as asas de Jucá, escalado para ser o homem que tentará reanimar a economia.
Outros nomes estavam sendo cotados para o Itamaraty. O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado – e que chegou a ser escalado por Temer para ir aos Estados Unidos tentar combater a narrativa de que o impeachment é uma espécie de golpe branco – seria o político cotado.
Depois, no entanto, com o crescimento da ideia de manter a pasta nas mãos de um diplomata, surgiram os nomes dos embaixadores aposentados Rubens Barbosa e Sérgio Amaral e do atual secretário-geral do Itamaraty, Sérgio Danese.
REAÇÕES
Dentro do Itamaraty, o nome de José Serra foi recebido com sentimentos mistos. Diplomatas consultados pela Reuters sob a condição de anonimato dizem que, por um lado, há o sentimento de que um político traria à diplomacia um protagonismo que as relações exteriores não têm desde o final do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
Um embaixador sênior afirmou que o Itamaraty precisa hoje de um ministro “forte e ambicioso”, que pudesse trazer visibilidade e recursos para a diplomacia.
Outros relatam experiências difíceis com o senador no passado, mas reconhecem que ele poderia ajudar a fortalecer o Itamaraty. Internamente, havia uma torcida para que o atual chanceler, Mauro Vieira, ficasse no cargo, mesmo que se imaginasse que seria difícil – uma fonte próxima a Temer disse à Reuters que o vice-presidente não pretende manter nenhum dos ministros de Dilma Rousseff.
A torcida maior, no entanto, é pela manutenção de Sérgio Danese como secretário-geral.
Bem-quisto por seus pares e politicamente hábil, Danese é responsável hoje pela reorganização do Itamaraty, com cortes de custo, realocação de pessoal e reestruturação de várias áreas. Na visão de diplomatas, seria um gesto de um futuro chanceler – especialmente um político, como José Serra.