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Seria irresponsabilidade pensar em voltar em 2018, diz Lula

"Também eu não tenho como dizer que não sou (candidato em 2018), porque na vida política você não pode dizer que desistiu, não é assim que funciona", afirmou

Ex-presidente Lula em seminário do El País em Porto Alegre (Heinrich Aikawa/Instituto Lula)
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Da Redação

Publicado em 22 de julho de 2014 às 17h32.

Praia Grande, SP - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira, 22, que "seria irresponsabilidade" pensar em sua volta em 2018. "Eu não posso ficar dizendo que sou candidato em 2018, seria irresponsabilidade da minha parte", disse, após participar de agenda na Praia Grande, na Baixada Santista (SP).

Lula ponderou que na vida política não se pode descartar nenhuma possibilidade. "Também eu não tenho como dizer que não sou (candidato em 2018), porque na vida política você não pode dizer que desistiu, não é assim que funciona", afirmou.

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O ex-presidente disse que trabalha com "muita intensidade" para que em 2018 haja mais gente nova na política.

"Eu trabalho para que em 2018 a gente tenha novas possibilidades, novas candidaturas, novos partidos políticos, uma baita de uma reforma política para a gente poder acabar com a podridão na política brasileira, a gente ter uma grande reforma."

Aécio

O ex-presidente afirmou que é a favor que se investiguem as denúncias da construção do aeroporto em um terreno que pertenceu a um tio de Aécio Neves , mas ponderou que é preciso ter cautela.

"Eu não sou daqueles que, de forma leviana, condena as pessoas antes de investigação", afirmou, após reunir-se com prefeitos da Baixada Santista.

"Se tem uma denúncia contra o Aécio, que se investigue corretamente, se apure com a maior seriedade possível. Se tiver procedência, que se tome as medidas cabíveis", disse o ex-presidente.

Segundo Lula, é preciso também garantir que caso as denúncias sejam falsas haja algum tipo de punição. "Se não tiver (procedência), vamos punir quem denunciou", afirmou.

"Nesse país as pessoas denunciam, qualquer cidadão pode encher a cara no boteco, sair do boteco com vontade de denunciar alguém e denunciar", disse. "Ai o Ministério Público vai apurar e depois ninguém pede desculpas as pessoas."

Lula reforçou que o fato de ter uma denúncia contra alguém "não significa que alguém tem culpa". "O PT sempre é condenado até antes de ser investigado. (...) Eu sinceramente não sou desses que faço coro para enxovalhar o nome das pessoas", disse, ressaltando que até que haja provas e que "as pessoas precisam ser preservadas."

Questionado sobre a ação que o PT pretende interpor no Ministério Público de Minas para que as investigações do caso avancem, Lula disse não ter conhecimento dessa estratégica e disse que é contra a "guerra judicial" durante a campanha. "Eu não acho que uma campanha deva se dar nessa troca de processos", afirmou.

"Eu gostaria que essa campanha fosse permeada pelo grande debate do que vai se fazer para melhorar a vida do povo brasileiro. Se isso acontecer eu estarei realizado", reforçou.

Novo vídeo

No último vídeo da série que fez direcionada aos jovens brasileiros, Lula desafiou a juventude a ir à luta "ao invés de ficar reclamando". "Ao invés de reclamar, dê a sua contribuição. Faça o que você acha que o Brasil precisa. O político que você quer não está dentro de mim, pode estar dentro de você. Então se descubra e vá à luta, meu filho", afirmou o petista.

Em um tom mais duro do que em vídeos anteriores, Lula contou sobre seu tempo de desempregado em meados nos anos 60 e disse que o País hoje dá aos jovens oportunidades como nunca antes.

"Eu andava 18 quilômetros a pé para procurar o maldito emprego e ficava na porta de uma fábrica das 8h às 14h para o chefe dizer para mim: 'não tem vaga'", contou.

Lula defendeu que seu governo trouxe mudanças para as pessoas, lembrou das filas que o INSS tinha no passado e da dificuldade em se arrumar emprego em outros tempos.

"Todo mundo quer trabalhar melhor, ganhar melhor, morar melhor, namorar melhor, estudar melhor, todo mundo quer melhor."

Ele admitiu a necessidade de mais melhoria na vida das pessoas, mas disse que este deve ser um processo constante. "As coisas mudaram e mudaram bastante. Tem que mudar mais? Tem, o ser humano tem que mudar a vida inteira. A cada década tem que ter uma revolução de alguma coisa num país para a gente poder ir melhorando a vida de todo mundo".

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