Brasil

Sérgio Moro suspende investigação sobre bilhete de Odebrecht

No bilhete, Marcelo Odebrecht escreveu "destruir e-mail sondas RR", entendido pela PF como tentativa de destruição de provas


	Hoje Marcelo Odebrecht depôs na sede da PF no inquérito, agora suspenso, que investiga o bilhete repassado aos advogados
 (REUTERS/Rodolfo Burher)

Hoje Marcelo Odebrecht depôs na sede da PF no inquérito, agora suspenso, que investiga o bilhete repassado aos advogados (REUTERS/Rodolfo Burher)

DR

Da Redação

Publicado em 17 de julho de 2015 às 16h44.

Brasília - O juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos decorrentes da Operação Lava Jato na primeira instância, determinou hoje (17) a suspensão do inquérito instaurado pela Polícia Federal (PF) para investigar o conteúdo de um bilhete escrito pelo presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, para os advogados dele logo após ser preso no mês passado.

No bilhete, o empreiteiro escreveu "destruir e-mail sondas RR", entendido pela PF como tentativa de destruição de provas.

A pedido da Ordem dos Advogados (OAB) do Paraná, Moro decidiu suspender o inquérito para que seja apurado se houve violação do sigilo profissional por parte da PF ao apreender o material.

“Por ora, em vista das questões colocadas e por cautela, determino à autoridade policial que suspenda a tramitação do referido inquérito, até decisão deste juízo”, diz Moro no despacho publicado na tarde de hoje.

“Relativamente à autoridade policial responsável pela condução do presente feito, comunique-se que, até que este juízo delibere sobre as questões pendentes, deverá abster-se de qualquer referência ao bilhete no relatório e conclusão do inquérito relativo aos supostos crimes de cartel, ajuste de licitação, corrupção e lavagem da Odebrecht”, diz outro trecho da decisão.

Para os investigadores que interceptaram o bilhete, a mensagem de Marcelo Odebrecht referia-se a uma troca de e-mails com Roberto Prisco Ramos, executivo da petroquímica Braskem, controlada pela Odebrecht.

Os advogados de Marcelo Odebrecht, Rodrigo Sanches e Dora Cavalcanti, no entanto, alegaram que o verbo destruir se referia à "estratégia processual, e não à supressão de provas".

Eles explicaram que o documento original foi levado por outro advogado para São Paulo, onde fica a sede da empreiteira. Ao juiz Sérgio Moro, os defensores argumentaram que a ordem não tinha objetivo de autorizar a prática do crime de destruição de provas.

Pela manhã, Marcelo Odebrecht depôs na sede da Polícia Federal, em Curitiba, no inquérito, agora suspenso, que investiga o bilhete repassado aos advogados.

Procurada pela Agência Brasil, a Polícia Federal disse que não vai comentar a decisão e informou que o prazo para o encerramento do inquérito termina amanhã (18), quando será divulgado o resultado das investigações.

Acompanhe tudo sobre:EmpresasEmpresas brasileirasJustiçaMarcelo OdebrechtNovonor (ex-Odebrecht)Operação Lava Jato

Mais de Brasil

Governadores do Sudeste e Sul pedem revogação de decreto de Lula que regula uso de força policial

Pacote fiscal: Lula sanciona mudanças no BPC com dois vetos

Governo de SP realiza revisão do gasto tributário com impacto de R$ 10,3 bilhões

Bandeira tarifária de janeiro se mantém verde, sem cobrança extra