Sérgio Cabral evita falar sobre acidente com bonde
O secretário estadual de Transportes, Julio Lopes, alegou ontem que o bonde havia colidido com um ônibus menos de uma hora antes do acidente
Da Redação
Publicado em 29 de agosto de 2011 às 20h48.
Rio - O governo do Estado do Rio de Janeiro está tentando se eximir da responsabilidade sobre o acidente com o bondinho de Santa Teresa e jogar a culpa pela tragédia no condutor do veículo, Nelson Correia da Silva, 57 anos. Com 35 anos de experiência e personagem querido do tradicional bairro do centro do Rio, o motorneiro foi um dos cinco mortos no acidente, que deixou outros 57 feridos, 13 ainda internados em hospitais da cidade.
O secretário estadual de Transportes, Julio Lopes, alegou ontem que o bonde havia colidido com um ônibus menos de uma hora antes do acidente. O veículo chegou a ser levado para a oficina, mas, segundo o secretário, Silva continuou conduzindo-o mesmo sem fazer nenhum reparo.
No Espírito Santo para participar de evento sobre royalties do petróleo, o governador Sérgio Cabral (PMDB) se recusou a falar sobre o acidente, encerrando uma entrevista coletiva quando foi questionado sobre o assunto. A assessoria de imprensa chegou a solicitar que os repórteres não fizessem perguntas sobre a tragédia. "Quem poderá apontar o culpado é a polícia. Por enquanto, tudo o que sabemos é o que foi registrado por escrito (no livro de ocorrências dos bondes)", disse Lopes.
Depois da coletiva, nota da Secretaria de Transportes informou que foram feitos investimentos de R$ 14 milhões no sistema de bondes desde 2007. A pasta insiste que está fazendo serviços de manutenção da frota e da rede. O serviço está interrompido desde sábado, sem previsão de ser retomado.
A tentativa de culpar o motorneiro morto não deve surtir efeito. Ontem, ao instaurar um inquérito civil para apurar o caso, o promotor de Defesa do Consumidor e do Contribuinte da Capital, Carlos Andresano, foi taxativo ao afirmar que a responsabilidade é do Estado, que administra o sistema de bondes pela Companhia de Engenharia de Transportes e Logística (Central).
"A responsabilidade deles diante do fato para mim já está estabelecida", afirmou Andresano. "Tratando-se de uma atividade de transporte, a responsabilidade é objetiva. Independentemente de haver culpa de quem quer que seja, a responsabilidade é do transportador", disse o promotor, que vai convocar Lopes para depor.
Segundo o delegado Tarcísio Jansen, titular da 7ª DP (Santa Teresa), os responsáveis pelo acidente serão indiciados por homicídio culposo (quando não há intenção de matar) e lesão corporal culposa. Ele espera que o laudo pericial do Instituto de Criminalística Carlos Éboli fique pronto em 15 dias. Ontem, vereadores do Rio pediram ao Ministério Público que denuncie Lopes por homicídio doloso.
Rio - O governo do Estado do Rio de Janeiro está tentando se eximir da responsabilidade sobre o acidente com o bondinho de Santa Teresa e jogar a culpa pela tragédia no condutor do veículo, Nelson Correia da Silva, 57 anos. Com 35 anos de experiência e personagem querido do tradicional bairro do centro do Rio, o motorneiro foi um dos cinco mortos no acidente, que deixou outros 57 feridos, 13 ainda internados em hospitais da cidade.
O secretário estadual de Transportes, Julio Lopes, alegou ontem que o bonde havia colidido com um ônibus menos de uma hora antes do acidente. O veículo chegou a ser levado para a oficina, mas, segundo o secretário, Silva continuou conduzindo-o mesmo sem fazer nenhum reparo.
No Espírito Santo para participar de evento sobre royalties do petróleo, o governador Sérgio Cabral (PMDB) se recusou a falar sobre o acidente, encerrando uma entrevista coletiva quando foi questionado sobre o assunto. A assessoria de imprensa chegou a solicitar que os repórteres não fizessem perguntas sobre a tragédia. "Quem poderá apontar o culpado é a polícia. Por enquanto, tudo o que sabemos é o que foi registrado por escrito (no livro de ocorrências dos bondes)", disse Lopes.
Depois da coletiva, nota da Secretaria de Transportes informou que foram feitos investimentos de R$ 14 milhões no sistema de bondes desde 2007. A pasta insiste que está fazendo serviços de manutenção da frota e da rede. O serviço está interrompido desde sábado, sem previsão de ser retomado.
A tentativa de culpar o motorneiro morto não deve surtir efeito. Ontem, ao instaurar um inquérito civil para apurar o caso, o promotor de Defesa do Consumidor e do Contribuinte da Capital, Carlos Andresano, foi taxativo ao afirmar que a responsabilidade é do Estado, que administra o sistema de bondes pela Companhia de Engenharia de Transportes e Logística (Central).
"A responsabilidade deles diante do fato para mim já está estabelecida", afirmou Andresano. "Tratando-se de uma atividade de transporte, a responsabilidade é objetiva. Independentemente de haver culpa de quem quer que seja, a responsabilidade é do transportador", disse o promotor, que vai convocar Lopes para depor.
Segundo o delegado Tarcísio Jansen, titular da 7ª DP (Santa Teresa), os responsáveis pelo acidente serão indiciados por homicídio culposo (quando não há intenção de matar) e lesão corporal culposa. Ele espera que o laudo pericial do Instituto de Criminalística Carlos Éboli fique pronto em 15 dias. Ontem, vereadores do Rio pediram ao Ministério Público que denuncie Lopes por homicídio doloso.