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Senadores aprovam fim antecipado de CPI do HSBC

Os senadores concluíram que não estão conseguindo avançar e levantar informações sobre as mais de 8 mil contas de brasileiros


	HSBC: parlamentares não conseguiram ter acesso à lista dos correntistas brasileiros que enviaram recursos para o banco suíço
 (Denis Balibouse/Reuters)

HSBC: parlamentares não conseguiram ter acesso à lista dos correntistas brasileiros que enviaram recursos para o banco suíço (Denis Balibouse/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 1 de dezembro de 2015 às 16h03.

Brasília - A comissão parlamentar de inquérito (CPI), que investiga suspeitas de irregularidades nas contas de brasileiros no banco HSBC na Suíça aprovou hoje (1º) um requerimento para antecipar o fim dos trabalhos de apuração.

Os senadores concluíram que não estão conseguindo avançar e levantar informações sobre as mais de 8 mil contas de brasileiros sobre as quais há suspeitas de crimes de evasão de divisas e lavagem de dinheiro, entre outros.

Nove meses após o início da CPI, os parlamentares não conseguiram sequer ter acesso à lista dos correntistas brasileiros que enviaram recursos para o banco suíço.

Em setembro, quando cogitaram, pela primeira vez, encerrar os trabalhos da comissão, os senadores ouviram a promessa do delator do escândalo conhecido como Swissleaks, Hervé Falciani, que ele iria colaborar com as investigações.

No entanto, os membros da CPI se queixam de que não têm conseguido sequer fazer contato com Falciani e também não têm apoio das autoridades francesas – que também investigam o caso – porque todas as informações têm sido repassadas ao Ministério Público no Brasil em sigilo.

“Todos os esforços foram feitos e estão sendo feitos desde o início dessa CPI. O que tivemos foi quase uma extorsão por parte do senhor Hervé Falciani”, disse o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP).

“Ate hoje estamos impossibilitados de ter informações necessárias, a gente está patinando. A CPI não consegue avançar nos trabalhos por absoluta impossibilidade material”.

O presidente da comissão, senador Paulo Rocha (PT-PA) também lembrou que todas as tentativas feitas para conseguir informações com a Polícia Federal, o governo federal, a Receita Federal e o governo francês, não resultaram em acesso a nenhum dado oficial.

“Todos os esforços que fizemos e envidamos não tivemos sucesso”, disse.

Autor do requerimento que criou a CPI, o senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP) disse que as investigações foram encerradas “na prática” em junho, quando os membros da comissão optaram por suspender as quebras de sigilos bancários e telefônicos de pessoas suspeitas.

“Eu lamento, mas essa foi a opção do plenário dessa CPI quando resolveu 'desquebrar' os sigilos que nós tínhamos aprovado. O acesso a essa lista não precisaria ser a única opção de investigação, mas sem os sigilos ficou impossível”, disse.

Com a aprovação do requerimento, o relator da CPI, senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), terá que apresentar seu parecer antecipadamente, mas nenhuma data ficou definida.

Ferraço não participou da audiência de hoje, mas a expectativa é que ele apresente o relatório na próxima reunião, que ainda será marcada.

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