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Senador diz que R$ 33 mil escondidos na cueca eram para pagar funcionários

Advogados alegam que dinheiro é de origem particular e não tem relação com desvio de recursos destinados à covid-19

Chico Rodrigues: senador de Roraima pelo DEM foi flagrado tentando esconder R$ 33 mil em espécie na cueca (Adriano Machado/Reuters)

Chico Rodrigues: senador de Roraima pelo DEM foi flagrado tentando esconder R$ 33 mil em espécie na cueca (Adriano Machado/Reuters)

FS

Fabiane Stefano

Publicado em 19 de outubro de 2020 às 14h39.

Última atualização em 19 de outubro de 2020 às 15h09.

Cinco dias após a Polícia Federal encontrar R$ 33 mil na cueca do senador Chico Rodrigues (DEM-RR), a defesa do parlamentar reclama que ele tem sido vítima de linchamento "sem qualquer prova". Em nota divulgada nesta segunda-feira, 19, os advogados alegam que o então vice-líder do governo no Senado estava apenas "guardando o próprio dinheiro", que, segundo eles, seria usado para o pagamento de funcionários da empresa da família.

Rodrigues é alvo de investigação da Polícia Federal sobre um suposto esquema de desvio de recursos públicos, vindos de emendas parlamentares, que seriam destinados ao combate à covid-19 em Roraima. No último dia 14, a PF esteve na casa do senador, em Boa Vista, para cumprir mandado de busca. Na ocasião, Rodrigues tentou esconder R$ 33 mil em espécie na cueca, mas foi flagrado pelos policiais durante a operação.

A defesa afirma que o senador não tem envolvimento no caso, que tramita sob sigilo. "Os recursos de emendas parlamentares destinados à covid-19 no estado seguem nas contas do governo, de forma que nem ele, nem ninguém, poderia deter esses recursos", diz a nota, assinada pelos advogados Ticiano Figueiredo, Pedro Ivo Velloso e Yasmin Handar. Eles consideram que guardar dinheiro na cueca foi uma "reação impensada", mas justificada pelo "ato de terrorismo policial, sem que haja qualquer evidência de desvio em sua conduta".

Os advogados também asseguram que os valores encontrados têm origem particular comprovada. "Ter dinheiro lícito em casa não é crime. O único ato ilícito deste caso é o vazamento dos registros da diligência policial arbitrária que ele sofreu", diz a nota. "Em 30 anos de vida pública, o senador nunca sofreu uma condenação e agora está sendo linchado por ter guardado seu próprio dinheiro", reforça a defesa.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso autorizou a ação da PF e afastou Rodrigues do exercício do mandato parlamentar. Nesta quarta-feira, 21, o plenário da Corte deve analisar se mantém ou não a decisão de Barroso. O senador também foi retirado da vice-liderança do governo no Senado.

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