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Senador boliviano completa 3 meses na embaixada do Brasil

Roger Pinto argumenta que era vítima de ''perseguição política'' por acusar o governo de Morales de corrupção e conivência com o narcotráfico

O senador se refugiou no último dia 28 de maio (©AFP / Jorge Bernal)
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Da Redação

Publicado em 28 de agosto de 2012 às 21h02.

La Paz - O senador opositor boliviano Roger Pinto completou nesta terça-feira três meses refugiado na embaixada do Brasil em La Paz com a esperança que o governo do presidente Evo Morales lhe outorgue o salvo-conduto que requer para sair do país, informou à Agência Efe sua filha Denise.

''Meu pai está bem. Com um sorriso no rosto e esperando, porque não nos resta nada mais que esperar'', disse a filha, de 22 anos e estudante de advocacia, após visitar seu pai na embaixada brasileira.

O senador se refugiou ali no último dia 28 de maio, há 93 dias, argumentando que era vítima de ''perseguição política'' por acusar o governo de Morales de corrupção e conivência com o narcotráfico.

Pinto, do partido conservador Convergência Nacional, tomou a decisão de refugiar-se porque temia ser detido por um dos mais de 20 julgamentos por suposta corrupção que as autoridades iniciaram contra ele, mas que o próprio considera pretextos para persegui-lo politicamente.

Na embaixada, o senador foi transferido há uma semana de um quarto próximo aos escritórios para outro ''um pouco mais privado'' que tem mais segurança, com grades na janela, e onde estão sua cama, uma mesa e uma pequena sala de reuniões, detalhou Denise Pinto.

A filha do senador ratificou, da mesma forma que fizeram legisladores correligionários, seu pedido para que Morales dê a seu pai o salvo-conduto e que a comunidade internacional se pronuncie.


''Ele quer receber um tratamento igual ao recebido por Julian Assange'', disse em alusão ao fato de Morales ter apoiado o Equador, que concedeu asilo em Londres ao fundador de Wikileaks e que reivindica um salvo-conduto para sair da Grã-Bretanha.

A esposa e uma das três filhas do senador já estão no Brasil, fazendo tramites para obter refúgio no país.

O deputado do Convergência, Adrian Oliva, insistiu hoje, nas portas da embaixada brasileira, que o governo de Morales tem uma atitude ambígua no caso do asilo para Pinto e para Assange.

''Ambos tem asilo político, é a mesma instituição, seja qual for a origem, a causa, a razão, ou o motivo, isso não interessa, mas o governo reivindica para o Equador o que não respeita para o Brasil'', declarou Oliva à Efe.

O governo de Morales tachou a decisão do Brasil de dar asilo a Pinto de ''equivocada'' e ''desatinada'', ressaltando que não dará a permissão de saída e acusando o embaixador brasileiro, Marcel Biato, de pressionar e exercer uma ''gritaria política'' e não diplomática no caso.

Desde que Morales chegou ao poder em 2006, dezenas de opositores se refugiaram ou pediram asilo no Brasil, Peru, Paraguai, Estados Unidos e Espanha alegando perseguição, enquanto o governo sustenta que se trata de pessoas que fogem de processos de corrupção.

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La Paz - O senador opositor boliviano Roger Pinto completou nesta terça-feira três meses refugiado na embaixada do Brasil em La Paz com a esperança que o governo do presidente Evo Morales lhe outorgue o salvo-conduto que requer para sair do país, informou à Agência Efe sua filha Denise.

''Meu pai está bem. Com um sorriso no rosto e esperando, porque não nos resta nada mais que esperar'', disse a filha, de 22 anos e estudante de advocacia, após visitar seu pai na embaixada brasileira.

O senador se refugiou ali no último dia 28 de maio, há 93 dias, argumentando que era vítima de ''perseguição política'' por acusar o governo de Morales de corrupção e conivência com o narcotráfico.

Pinto, do partido conservador Convergência Nacional, tomou a decisão de refugiar-se porque temia ser detido por um dos mais de 20 julgamentos por suposta corrupção que as autoridades iniciaram contra ele, mas que o próprio considera pretextos para persegui-lo politicamente.

Na embaixada, o senador foi transferido há uma semana de um quarto próximo aos escritórios para outro ''um pouco mais privado'' que tem mais segurança, com grades na janela, e onde estão sua cama, uma mesa e uma pequena sala de reuniões, detalhou Denise Pinto.

A filha do senador ratificou, da mesma forma que fizeram legisladores correligionários, seu pedido para que Morales dê a seu pai o salvo-conduto e que a comunidade internacional se pronuncie.


''Ele quer receber um tratamento igual ao recebido por Julian Assange'', disse em alusão ao fato de Morales ter apoiado o Equador, que concedeu asilo em Londres ao fundador de Wikileaks e que reivindica um salvo-conduto para sair da Grã-Bretanha.

A esposa e uma das três filhas do senador já estão no Brasil, fazendo tramites para obter refúgio no país.

O deputado do Convergência, Adrian Oliva, insistiu hoje, nas portas da embaixada brasileira, que o governo de Morales tem uma atitude ambígua no caso do asilo para Pinto e para Assange.

''Ambos tem asilo político, é a mesma instituição, seja qual for a origem, a causa, a razão, ou o motivo, isso não interessa, mas o governo reivindica para o Equador o que não respeita para o Brasil'', declarou Oliva à Efe.

O governo de Morales tachou a decisão do Brasil de dar asilo a Pinto de ''equivocada'' e ''desatinada'', ressaltando que não dará a permissão de saída e acusando o embaixador brasileiro, Marcel Biato, de pressionar e exercer uma ''gritaria política'' e não diplomática no caso.

Desde que Morales chegou ao poder em 2006, dezenas de opositores se refugiaram ou pediram asilo no Brasil, Peru, Paraguai, Estados Unidos e Espanha alegando perseguição, enquanto o governo sustenta que se trata de pessoas que fogem de processos de corrupção.

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