Exame Logo

Senado susta aumento de juros de fundos constitucionais

CMN elevou os encargos financeiros das operações realizadas com recursos dos fundos constitucionais de financiamento não enquadradas como rurais

Eunício Oliveira: "Tinha taxa que chegava a mais de 18%. Que empresa pega empréstimo com um juro desse?”, questionou o relator da matéria (Geraldo Magela/Agência Senado)
DR

Da Redação

Publicado em 9 de março de 2016 às 21h45.

O plenário do Senado aprovou hoje (9) um projeto de decreto legislativo que susta decisão do Conselho Monetário Nacional ( CMN ) que aumentou juros dos fundos constitucionais, como o Fundo de Desenvolvimento do Nordeste e o Fundo do Centro-Oeste.

O líder do PMDB, senador Eunício Oliveira (CE), foi relator da matéria e explicou que o aumento dos juros desses fundos prejudicava a disponibilidade de recursos para empréstimos a empresas nas regiões mais pobres do país.

“O Conselho Monetário Nacional achou que fundo constitucional não é fundo de desenvolvimento, é fundo de caixa. Resolveu deixar o dinheiro para formar superávit primário. Tinha taxa que chegava a mais de 18%. Que empresa pega empréstimo com um juro desse?”, questionou o relator.

Indagado se a medida não prejudicaria o governo, que teria ainda mais dificuldade de fechar as contas, o líder peemedebista disse que “não se trata de uma derrota para o governo, mas de uma vitória para as regiões mais pobres do Brasil”.

Eunício, no entanto, disse que não conversou com o governo sobre o assunto.

O líder do governo no Senado, Humberto Costa (PT-PE), admitiu que o Planalto não queria a votação da matéria, mas “era consenso no Senado que ela era necessária”.

“Foi uma iniciativa do Congresso e é algo que vai passar ainda pela Câmara dos Deputados. Nós conversamos com os técnicos da Fazenda e eles se comprometeram a rever essa questão porque os fundos constitucionais têm a missão de estimular o desenvolvimento e não fazia sentido eles terem juros iguais ou até maiores do que os de mercado”, explicou o líder do governo.

Costa também concorda que o empréstimo a juros mais baratos para o setor produtivo nos estados deverá estimular a economia local, o que deve se refletir em números positivos para o governo federal também.

“Se haverá perda para o superávit por um lado, por outro deve estimular a economia o que pode se reverter em aumento da arrecadação. Então pode haver uma compensação nisso. O governo terá tempo de negociar a partir de agora”, completou.

A resolução do CMN elevou os encargos financeiros das operações realizadas com recursos dos fundos constitucionais de financiamento não enquadradas como rurais.

O projeto para sustá-la foi uma das discussões iniciadas na Comissão Especial de Aprimoramento do Pacto Federativo e uma das demandas dos estados e municípios.

“Sustar essa resolução é importante para adequar o  financiamento das políticas de desenvolvimento e auxiliar na retomada da promoção regional, uma vez que os  fundos constitucionais financiam a taxas mais baixas e promovem o investimento das regiões mais carentes”, destacou o senador Walter Pinheiro (PT-BA) que presidiu a Comissão do Pacto.

Veja também

O plenário do Senado aprovou hoje (9) um projeto de decreto legislativo que susta decisão do Conselho Monetário Nacional ( CMN ) que aumentou juros dos fundos constitucionais, como o Fundo de Desenvolvimento do Nordeste e o Fundo do Centro-Oeste.

O líder do PMDB, senador Eunício Oliveira (CE), foi relator da matéria e explicou que o aumento dos juros desses fundos prejudicava a disponibilidade de recursos para empréstimos a empresas nas regiões mais pobres do país.

“O Conselho Monetário Nacional achou que fundo constitucional não é fundo de desenvolvimento, é fundo de caixa. Resolveu deixar o dinheiro para formar superávit primário. Tinha taxa que chegava a mais de 18%. Que empresa pega empréstimo com um juro desse?”, questionou o relator.

Indagado se a medida não prejudicaria o governo, que teria ainda mais dificuldade de fechar as contas, o líder peemedebista disse que “não se trata de uma derrota para o governo, mas de uma vitória para as regiões mais pobres do Brasil”.

Eunício, no entanto, disse que não conversou com o governo sobre o assunto.

O líder do governo no Senado, Humberto Costa (PT-PE), admitiu que o Planalto não queria a votação da matéria, mas “era consenso no Senado que ela era necessária”.

“Foi uma iniciativa do Congresso e é algo que vai passar ainda pela Câmara dos Deputados. Nós conversamos com os técnicos da Fazenda e eles se comprometeram a rever essa questão porque os fundos constitucionais têm a missão de estimular o desenvolvimento e não fazia sentido eles terem juros iguais ou até maiores do que os de mercado”, explicou o líder do governo.

Costa também concorda que o empréstimo a juros mais baratos para o setor produtivo nos estados deverá estimular a economia local, o que deve se refletir em números positivos para o governo federal também.

“Se haverá perda para o superávit por um lado, por outro deve estimular a economia o que pode se reverter em aumento da arrecadação. Então pode haver uma compensação nisso. O governo terá tempo de negociar a partir de agora”, completou.

A resolução do CMN elevou os encargos financeiros das operações realizadas com recursos dos fundos constitucionais de financiamento não enquadradas como rurais.

O projeto para sustá-la foi uma das discussões iniciadas na Comissão Especial de Aprimoramento do Pacto Federativo e uma das demandas dos estados e municípios.

“Sustar essa resolução é importante para adequar o  financiamento das políticas de desenvolvimento e auxiliar na retomada da promoção regional, uma vez que os  fundos constitucionais financiam a taxas mais baixas e promovem o investimento das regiões mais carentes”, destacou o senador Walter Pinheiro (PT-BA) que presidiu a Comissão do Pacto.

Acompanhe tudo sobre:aplicacoes-financeirasCMNFundos cambiaisJurosPolítica no Brasilrenda-variavelSenado

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Brasil

Mais na Exame