Brasil

Senado faz "pacotão" de votações para acelerar início das férias

Ao todo, foram nove propostas votadas em menos de cinco horas, numa média de quase duas por hora

Presidente do Senado, Eunício Oliveira: o clima de despedida no Senado era evidente desde a manhã (Ueslei Marcelino/Reuters)

Presidente do Senado, Eunício Oliveira: o clima de despedida no Senado era evidente desde a manhã (Ueslei Marcelino/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 12 de dezembro de 2017 às 20h40.

Brasília - Num esforço para acelerar o início do recesso parlamentar, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), aprovou nesta terça-feira, 12, um "pacotão" de projetos em um ritmo alucinante. Ao todo, foram nove propostas votadas em menos de cinco horas, numa média de quase duas por hora. A maioria sem discussão no plenário.

Houve ainda a votação em grupo de 55 projetos de homenagens, como os que criam o Dia Nacional do Arquiteto e do Urbanista, e o que inscreve no livro dos Heróis da Pátria o nome de Luís Gonzaga Pinto da Gama.

O ritmo de votação só não foi maior porque a oposição não concordou em chancelar o texto da MP do Repetro aprovado na Câmara e bateu o pé para que ele fosse alterado. A proposta previa incentivo fiscal para a indústria petroleira até 2040, mas a versão que passou reduz o prazo para 2022.

Diferentemente da Câmara, que ainda vive a expectativa de votar a reforma da Previdência, o clima de despedida no Senado era evidente desde a manhã, quando senadores participaram de uma missa no Salão Negro pelo encerramento dos trabalhos legislativos de 2017. À noite também estava previsto um jantar de confraternização de fim de ano na casa de Eunício.

Vetos

Mesmo dizendo estar com febre e sofrendo de faringite aguda, o presidente do Senado ainda tentou realizar sessão do Congresso para votar vetos presidenciais e liberar a pauta para que os parlamentares analisem o Orçamento de 2018. A intenção inicial de Eunício era levar a proposta orçamentária à votação até a quinta-feira, 14, desobrigando os senadores de voltarem a Brasília na semana que vem. Com a oposição em obstrução na Câmara, Eunício decidiu cancelar a sessão.

A intenção de Eunício, que também preside o Congresso, era limpar a pauta para votar a Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2018 nos próximos dias. A proposta orçamentária, porém, ainda depende de aprovação na Comissão Mista de Orçamento (CMO).

Como os vetos presidenciais trancam a pauta do Congresso, os parlamentares precisam analisá-los antes de passar à discussão da LOA.

"Se não houver como fazer tudo essa semana, faremos na terça-feira da semana que vem", disse Eunício mais cedo, ao abrir a ordem do dia no Senado. Ainda não está descartada a convocação de nova sessão do Congresso nesta semana.

Entre os vetos que trancam a pauta analisados pelo Congresso, está o 25/2017, que corta mais de 40 pontos da Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2018. Um dos dispositivos suspensos inclui no rol de prioridades do governo o Plano Nacional de Educação (PNE) e parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Outro veto na lista rejeita pontos de uma lei aprovada para socorrer as Santas Casas de Misericórdia. O veto impede que as instituições de saúde em dívida com a União tenham acesso ao programa de financiamento.

Pela Constituição, o recesso parlamentar começa apenas no dia 23 de dezembro, um sábado, mas a votação da lei orçamentária é a deixa para que deputados e senadores iniciem suas férias.

Acompanhe tudo sobre:CongressoEunício OliveiraFériasSenado

Mais de Brasil

Reforma Tributária: pedido de benefícios é normal, mas PEC vetou novos setores, diz Eurico Santi

Ex-vice presidente da Caixa é demitido por justa causa por assédio sexual

Alíquota na reforma tributária dependerá do sucesso do split payment, diz diretor da Fazenda

Reforma tributária: governo faz 'terrorismo' para impedir novas exceções, diz senador Izalci Lucas