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Sem troco, Metrô deixou de arrecadar R$ 2,7 mi com passagens

Metrô de São Paulo já perdeu R$ 2,7 milhões por falta de troco para as passagens no primeiro semestre

Metrô de São Paulo: bilhetes chegaram a custar R$ 3, 21% a menos que a tarifa básica, por falta de troco (ALEXANDRE BATTIBUGLI/EXAME)
DR

Da Redação

Publicado em 23 de agosto de 2016 às 08h50.

São Paulo - Em meio à crise econômica , o Metrô de São Paulo deixou de arrecadar R$ 2,7 milhões com a venda bilhetes unitários no primeiro semestre deste ano só por causa dos descontos por falta de troco.

Do total de passagens adquiridas por usuários em estações da companhia, 30,5% tiveram algum tipo de abono. O Metrô afirma que o problema é provocado por queda na circulação de moedas e o valor corresponde a 0,3% da arrecadação tarifária.

O contratempo começou após o aumento da tarifa, em janeiro, quando o bilhete passou de R$ 3,50 para R$ 3,80. Quando ficam sem moeda suficiente, as bilheterias passaram a aplicar desconto a partir de R$ 0,05 e a limitar a compra a um bilhete por passageiro.

Em alguns casos, as estações chegaram a vender a passagem por R$ 3 - 21% abaixo da tarifa básica.

Dos 54,9 milhões de bilhetes vendidos no primeiro semestre deste ano, 16.758.185, ou 30,5%, tiveram desconto.

O porcentual foi crescendo ao longo dos meses: enquanto em janeiro as passagens arredondadas representaram 4,75% do total, em junho esse número já era de 59,7%. O valor médio cobrado foi de R$ 3,64.

O impacto na arrecadação do Metrô foi de R$ 2,7 milhões, superior ao de outros sistemas de transporte. Ao todo, a companhia recolheu R$ 205,3 milhões.

A Companhia Paulista de Trens Metropolitanos ( CPTM ), que também é administrada pelo governo do Estado, vendeu 1.915 bilhetes unitários magnéticos com desconto. O prejuízo foi de R$ 133,25.

Já a São Paulo Transporte (SPTrans), da Prefeitura, que administra o sistema de ônibus, disse não ter registrado perda, uma vez que o repasse das viações por passagem vendida é fixo.

Segundo o engenheiro de tráfego Horácio Augusto Figueira, a diferença se explica pelo fato de que os usuários da CPTM são geralmente moradores de cidades-dormitório e precisam usar o sistema diariamente.

"Por ser planejado, eles usam mais o Bilhete Único e compram menos os unitários", diz. O Metrô seria mais usado por turistas, além de estudantes e trabalhadores temporários, que recorrem às bilheterias.

Os descontos nas estações fizeram o assistente de suporte técnico Gabriel Assis, de 21 anos, preterir utilizar o bilhete único. "Na bilheteria quase sempre tem desconto. No Bilhete Único não tem jeito", diz. Na maioria dos casos, ele usou o Metrô por R$ 3,50. "Foi para lá de dez vezes. No final do mês, dá para economizar um bom dinheiro."

A mesma opção é feita por passageiros que não precisam fazer integração no sistema de transporte. Usuária da CPTM, a arrumadeira Elisângela Fernandes, de 30 anos, também prefere encarar a fila da bilheteria para voltar para casa em Suzano, na Grande São Paulo. "Eu tenho Bilhete Único, mas aqui fica mais em conta", diz.

Já a diarista Socorro Lima, de 45 anos, teve receio de comprar a passagem quando soube do desconto na bilheteria do Metrô. "Mas quando eu vi que tinha uma placa avisando da falta de troco, comprei."

Moedas

O efeito do arredondamento da tarifa básica do Metrô representa 0,3% da arrecadação tarifária, segundo a companhia. "Como é sabido, o Metrô, assim como o comércio em geral, tem enfrentado o problema da falta de moedas em circulação, admitido pelo próprio Banco Central", disse, em nota.

A companhia afirmou que solicita, desde o início do ano, aumento na cota de distribuição de moedas e também faz campanhas para uso de moedas.

Já a CPTM disse que abastece bilheterias com moedas e cédulas de menor valor todos os dias, além de ter intensificado campanha como a do Metrô.

O Banco Central disse que a produção de moeda foi afetada desde 2014 por "necessidade de redução de despesa pública", mas que a área técnica tem administrado os estoques para atender às demandas.

"Já foram tornadas disponíveis, até 19 de agosto, 352 milhões de unidades de novas moedas."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Do total de passagens adquiridas por usuários em estações da companhia, 30,5% tiveram algum tipo de abono. O Metrô afirma que o problema é provocado por queda na circulação de moedas e o valor corresponde a 0,3% da arrecadação tarifária.

O contratempo começou após o aumento da tarifa, em janeiro, quando o bilhete passou de R$ 3,50 para R$ 3,80. Quando ficam sem moeda suficiente, as bilheterias passaram a aplicar desconto a partir de R$ 0,05 e a limitar a compra a um bilhete por passageiro.

Em alguns casos, as estações chegaram a vender a passagem por R$ 3 - 21% abaixo da tarifa básica.

Dos 54,9 milhões de bilhetes vendidos no primeiro semestre deste ano, 16.758.185, ou 30,5%, tiveram desconto.

O porcentual foi crescendo ao longo dos meses: enquanto em janeiro as passagens arredondadas representaram 4,75% do total, em junho esse número já era de 59,7%. O valor médio cobrado foi de R$ 3,64.

O impacto na arrecadação do Metrô foi de R$ 2,7 milhões, superior ao de outros sistemas de transporte. Ao todo, a companhia recolheu R$ 205,3 milhões.

A Companhia Paulista de Trens Metropolitanos ( CPTM ), que também é administrada pelo governo do Estado, vendeu 1.915 bilhetes unitários magnéticos com desconto. O prejuízo foi de R$ 133,25.

Já a São Paulo Transporte (SPTrans), da Prefeitura, que administra o sistema de ônibus, disse não ter registrado perda, uma vez que o repasse das viações por passagem vendida é fixo.

Segundo o engenheiro de tráfego Horácio Augusto Figueira, a diferença se explica pelo fato de que os usuários da CPTM são geralmente moradores de cidades-dormitório e precisam usar o sistema diariamente.

"Por ser planejado, eles usam mais o Bilhete Único e compram menos os unitários", diz. O Metrô seria mais usado por turistas, além de estudantes e trabalhadores temporários, que recorrem às bilheterias.

Os descontos nas estações fizeram o assistente de suporte técnico Gabriel Assis, de 21 anos, preterir utilizar o bilhete único. "Na bilheteria quase sempre tem desconto. No Bilhete Único não tem jeito", diz. Na maioria dos casos, ele usou o Metrô por R$ 3,50. "Foi para lá de dez vezes. No final do mês, dá para economizar um bom dinheiro."

A mesma opção é feita por passageiros que não precisam fazer integração no sistema de transporte. Usuária da CPTM, a arrumadeira Elisângela Fernandes, de 30 anos, também prefere encarar a fila da bilheteria para voltar para casa em Suzano, na Grande São Paulo. "Eu tenho Bilhete Único, mas aqui fica mais em conta", diz.

Já a diarista Socorro Lima, de 45 anos, teve receio de comprar a passagem quando soube do desconto na bilheteria do Metrô. "Mas quando eu vi que tinha uma placa avisando da falta de troco, comprei."

Moedas

O efeito do arredondamento da tarifa básica do Metrô representa 0,3% da arrecadação tarifária, segundo a companhia. "Como é sabido, o Metrô, assim como o comércio em geral, tem enfrentado o problema da falta de moedas em circulação, admitido pelo próprio Banco Central", disse, em nota.

A companhia afirmou que solicita, desde o início do ano, aumento na cota de distribuição de moedas e também faz campanhas para uso de moedas.

Já a CPTM disse que abastece bilheterias com moedas e cédulas de menor valor todos os dias, além de ter intensificado campanha como a do Metrô.

O Banco Central disse que a produção de moeda foi afetada desde 2014 por "necessidade de redução de despesa pública", mas que a área técnica tem administrado os estoques para atender às demandas.

"Já foram tornadas disponíveis, até 19 de agosto, 352 milhões de unidades de novas moedas."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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