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Sem-teto invadem área a 4 km do Itaquerão

Há 40 dias do início da Copa, cerca de mil famílias de sem-teto ocuparam no início da madrugada de ontem um terreno de 150 mil m² a cerca de 4 km do Itaquerão


	Itaquerão: novo estádio do Corinthians será palco do jogo de abertura da Copa em 12 de junho
 (REUTERS/Nacho Doce)

Itaquerão: novo estádio do Corinthians será palco do jogo de abertura da Copa em 12 de junho (REUTERS/Nacho Doce)

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Da Redação

Publicado em 4 de maio de 2014 às 10h20.

São Paulo - Faltando 40 dias para o início da Copa do Mundo, um grupo de cerca de mil famílias de sem-teto ocupou no início da madrugada de ontem um terreno particular de 150 mil m² em Itaquera, a cerca de 4 km da Arena Corinthians, o Itaquerão, local da partida de abertura do evento. Eles chegaram em 17 ônibus, 50 carros e motos e, segundo a Polícia Militar, não houve confronto.

"Esta não é uma área de preservação ambiental, tem dívida com a Prefeitura e estava abandonada. Ela tem todas as condições para ser uma área de interesse social", disse Guilherme Boulos, coordenador-geral do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).

Segundo Boulos, a invasão está diretamente relacionada com a Copa do Mundo. "As obras não melhoraram as condições de habitação da região, só renderam especulação imobiliária." Outras mil famílias são esperadas até o fim da semana. De acordo com o MTST, o local estaria abandonado há 20 anos.

Os sem-teto que ocupam o terreno, localizado na Rua Malmequer do Campo, na região do Parque do Carmo, são formados por moradores de áreas de risco e favelas. Alguns alegam que estão lá por não ter dinheiro para pagar aluguel. Outros são moradores da Nova Palestina, zona sul, e têm como tarefa ensinar os que nunca moraram em ocupação. "Ajudamos a montar as barracas, dizemos o que pode e o que é proibido, as regras de como conviver e voltamos para a Nova Palestina", afirmou a doméstica Alizete M. de Melo, de 49 anos.

No início da tarde o secretário adjunto de Coordenação das Subprefeituras, Miguel Reis Afonso, esteve no local. "A Prefeitura não sabe quem é o proprietário do terreno."

Na mira

Pelo que o Estado apurou, o terreno já estava na mira do movimento há algum tempo como área de interesse social, que poderia ser aproveitada para habilitação popular. 

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