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Sem respostas, assassinato de Marielle Franco completa dois meses

ÀS SETE - Até agora, nem a motivação para o crime, nem seus autores, foram identificados pela polícia, mas o cerco investigativo vem se fechando

Marielle>: a vereadora foi morta com quatro tiros na cabeça, quando voltava de um debate na Lapa (Ricardo Moraes/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 14 de maio de 2018 às 06h34.

Última atualização em 14 de maio de 2018 às 07h28.

Há exatamente dois meses, a vereadora Marielle Franco (PSOL) e seu motorista, Anderson Gomes, foram assassinados no bairro do Estácio, no Rio de Janeiro. Até agora, nem a motivação para o crime, nem seus autores, foram identificados pela polícia, mas o cerco investigativo vem se fechando.

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Marielle foi morta com quatro tiros na cabeça, quando voltava de um debate na Lapa. Ela, Anderson e sua assessora, que sobreviveu, iam em direção à Tijuca, na zona norte, quando, no caminho, um Cobalt prata clonado emparelhou com seu carro e disparou.

Nos últimos dias foram dados passos importantes na investigação do crime. Uma reportagem do jornal O Globo revelou que uma testemunha procurou a polícia para contar que o vereador carioca Marcello Siciliano (PHS) e Orlando Oliveira de Araújo (um ex-PM acusado de chefiar milícias na Zona Oeste) queriam a morte da vereadora. Ambos estão entre os investigados pelo assassinato, confirmou o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, na última quinta-feira.

A testemunha disse que foi obrigado a trabalhar como segurança de Orlando, depois que o miliciano tomou o controle da comunidade onde o delator trabalhava. Por isso, esteve presente em pelo menos quatro conversas entre o ex-policial e Siciliano, que, segundo a testemunha, teriam negócios em conjunto na Zona Oeste, reduto eleitoral do vereador e onde Orlando chefia milícias.

Ainda segundo a testemunha, dois policiais militares participaram do crime e estariam dentro do Cobalt usado na execução, na companhia de mais dois homens. Segundo O Globo, policiais civis e promotores do Ministério Público estadual estão negociando um acordo de delação premiada com Orlando, que está preso desde outubro do ano passado sob acusação de chefiar milícias. De acordo com o jornal, o ex-PM será levado nesta semana até a Divisão de Homicídios para conversar com os investigadores.

Segundo o ministro da Segurança, Raul Jungmann, o caso “está chegando a sua etapa final”, mas ainda sobram perguntas a serem respondidas. O fato de as câmeras no trajeto percorrido pelo carro de Marielle estarem desligadas ainda não foi esclarecido pela prefeitura, por exemplo.

Também não se sabe o porquê de, logo após o crime, os policiais ordenaram às pessoas que estavam na região deixarem o local e voltarem para suas casas. Até agora, esses policiais não foram chamados para explicar seu comportamento.

Na noite deste domingo o programa Fantástico, da Rede Globo, revelou que Siciliano teve pelo menos duas conversas telefônicas com supostos milicianos captados pela Polícia Civil do Rio de Janeiro. O vereador nega envolvimento com a milícia, mas o envolvimento de policiais militares e de políticos é, no momento, a principal linha de investigação para elucidar o crime.

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