Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Haddad participam de cerimônia quando eram presidente e ministro da Educação, em 2010 (Ricardo Moraes/Reuters)
Luiza Calegari
Publicado em 3 de setembro de 2018 às 06h00.
Última atualização em 3 de setembro de 2018 às 06h00.
São Paulo — Com a negativa do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está fora das eleições. Seu nome deve ser substituído pelo de Fernando Haddad (PT), e Manuela D'Ávila (PCdoB) assume como vice.
No entanto, uma dúvida paira no ar: o que acontecem com as pesquisas de intenção de votos? Em todos os cenários que aparecia, o ex-presidente liderava a corrida, com 37% a 39% da preferência dos eleitores brasileiros.
Algumas sondagens já trazem algumas pistas, no entanto. Veja quais são os cenários possíveis, com base nas pesquisas de quatro institutos:
Apesar de já ser tratado como candidato de fato nas análises políticas, o sucessor de Lula, Fernando Haddad, tem um potencial de votos baixo, considerando a última pesquisa Ibope, divulgada em 20 de agosto.
Dos entrevistados que declararam voto em Lula (que representavam 37% do total), metade afirmou que votaria no candidato, se ele fosse apoiado pelo ex-presidente.
Outros 10% desse contingente se declaram indecisos ou dizem não conhecer Haddad o suficiente para opinar. 39% afirmaram que não votariam no ex-prefeito de São Paulo "de jeito nenhum".
Outro levantamento divulgado no mesmo dia, da CNT/MDA, trouxe Lula com 37,3% das intenções de voto totais. Entre seus eleitores, 17,3% afirmaram que migrariam seus votos para Haddad.
Em seguida, 11,9% disseram que transfeririam seus votos para Marina Silva (Rede); 9,6% para Ciro Gomes (PDT); 6,2% para Jair Bolsonaro (PSL); e 3,7% para Geraldo Alckmin (PSDB). Os demais candidatos não chegaram a 1%.
O Datafolha divulgou sua última pesquisa no dia 22, e apontou que Lula tem a preferência de 39% do eleitorado brasileiro.
Questionados se o apoio de Lula os levaria a apoiar algum candidato, 48% responderam que não, 31% disseram que o fariam com certeza e 18% afirmaram que talvez.
A pesquisa não especificou a pergunta para saber em qual candidato votariam os eleitores que não apoiariam o candidato de Lula.
Perguntou, no entanto, quem Lula deveria apoiar caso não concorresse à presidência. 17% dos eleitores responderam Haddad; 10% disseram Marina Silva; outros 6%, Ciro Gomes; e 4% apontaram Jair Bolsonaro ou Geraldo Alckmin.
Um levantamento do Poder360, feito por telefone e divulgado no dia 30 de agosto mostrou que, quando "apoiado por Lula", Fernando Haddad teria um potencial de voto de 34%.
Desta parcela, 8% disseram que votariam em "Haddad apoiado por Lula" com certeza, e 26% poderiam votar. O próprio ex-presidente tem 30% de voto “com certeza” e 7% de “poderia votar”.
Uma nova pesquisa divulgada hoje (31) pela XP Investimentos mostra que os votos de Lula, em um primeiro momento, não seriam transferidos para Haddad.
Lula tem 33% de intenção de voto e Haddad, com seu apoio, teria 13%. Ainda assim, isso seria suficiente para levá-lo ao segundo turno.