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São Paulo retoma rodízio normal e tenta antecipar feriados

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, retomou o esquema tradicional de rodízio na cidade, que passa a valer a partir da segunda-feira, 18

O prefeito de São Paulo Bruno Covas anuncia retomada do rodízio tradicional (//Divulgação)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 17 de maio de 2020 às 12h52.

Em coletiva de imprensa excepcional realizada neste domingo, 17, o prefeito de São Paulo , Bruno Covas (PSDB), retomou o esquema tradicional de rodízio na cidade, que passa a valer a partir da segunda-feira, 18, e anunciou que tenta antecipar os feriados de Corpus Christi (11 de junho) e Consciência Negra (20 de novembro) para ampliar o isolamento social.

O prefeito apelou à população que fique em casa para conter o avanço do novo coronavírus . "São Paulo precisa desacelerar ainda mais o ritmo para diminuir o contágio. Me resta na manga o uso dos feriados municipais", afirmou Bruno Covas.

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A decisão foi tomada porque a ampliação do rodízio, para 50% da frota, não teve impacto no aumento do isolamento social.

Segundo Covas, mesmo com menos veículos nas ruas, a taxa média de isolamento não subiu. "Mas isso não pode ser desculpa para as pessoas se sentirem à vontade para retomar a circulação pela cidade. Precisamos ampliar o isolamento, precisamos rápido e estamos ficando sem alternativa", enfatizou o prefeito.

Comparando a última sexta-feira, dia 15, com a anterior, o ganho foi de apenas dois pontos percentuais no isolamento, de 48%, ante 46%. Mas quanto comparada a média semanal, verifica-se que "ficamos na mesma linha insuficiente", disse o tucano. Neste sábado, 16, o Estado de São Paulo ultrapassou a China no número de mortes pela covid-19. Já são 4.688 vítimas, sendo 2.792 na capital.

A cidade não vem conseguindo alcançar índices de isolamento considerados seguros para impedir a transmissão da covid-19, mesmo com as medidas adotadas pelos governos municipal e estadual e com a ampliação do rodízio de carros para 50% da frota desde a segunda-feira passada, 11.

Na última semana, não houve um único dia útil em que o índice de isolamento social entre a população da capital tenha atingido o mínimo de 50%. Apenas fins de semana e feriados têm alcançado esse número ao longo do mês de maio. A última vez que a cidade de São Paulo teve esse nível de isolamento durante a semana foi há mais de um mês, em 15 de abril.

Neste sábado, o boletim divulgado pela Secretaria de Saúde do Estado mostrou que os hospitais da capital já atingiram 89% de ocupação em leitos de UTI. Em 30 de abril, esse número também foi atingido e os pacientes da Grande São Paulo começaram a ser transferidos para o interior do Estado.

O nível ideal de isolamento social defendido pelo governo do Estado é de 70%, enquanto 60% seria um índice "aceitável". No último dia 8, o secretário de Saúde José Henrique Germann já havia alertado que, caso esse número permanecesse abaixo dos 55% haveria "problemas no atendimento aos pacientes".

Na segunda-feira, Covas implementou o rodízio de 24 horas em toda a capital, na tentativa de aumentar o índice de isolamento social no município, após os bloqueios no trânsito terem fracassado na diminuição dessa taxa. A medida, apesar de ter diminuído o tráfego nos horários de pico, resultou em aumento de passageiros no transporte público.

Até a última sexta-feira, pelo menos 32 municípios da Grande São Paulo se declararam contrários ao "lockdown" (ou isolamento total) de acordo com levantamento feito pelo Estadão. O único prefeito da região que se mostrou favorável à medida foi Gabriel Maranhão (Cidadania), de Rio Grande da Serra.

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