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Marina aponta uso do pré-sal como cortina de fumaça

Candidata do PSB à Presidência afirmou que está comprometida em levar adiante a exploração do pré-sal se for eleita

Candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, durante um sabatina para o jornal O Globo, no Rio de Janeiro (Pilar Olivares/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 11 de setembro de 2014 às 16h22.

Rio de Janeiro - A candidata à Presidência Marina Silva (PSB) afirmou nesta quinta-feira que está comprometida em levar adiante a exploração do pré-sal se for eleita e classificou como "cortina de fumaça" as alegações de adversários de que reduziria a importância do petróleo na matriz energética.

Marina criticou a administração da Petrobras , alvo de denúncias de um suposto esquema de corrupção, e afirmou que vai destinar os recursos provenientes do petróleo do pré-sal para investimentos em saúde e educação, e não para a "corrupção".

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"É preciso entender que o que está ameaçando o pré-sal é exatamente o que está sendo feito com a Petrobras... É isso que está ameaçando a exploração do pré-sal", disse Marina em sabatina no jornal O Globo, no Rio de Janeiro.

A candidata disse que "existe uma cortina de fumaça lançada para desviar o debate, talvez até porque já estavam sabendo das denúncias que estavam vindo das investigações" envolvendo a Petrobras e políticos da base aliada do governo da presidente Dilma Rousseff, candidata à reeleição pelo PT.

"Nós vamos explorar os recursos do pré-sal, vamos utilizar o dinheiro que está destinado para saúde e educação para investir de fato em saúde e educação, e não em corrupção como a sociedade tem medo", afirmou Marina, quando questionado sobre o papel do pré-sal em um eventual governo.

"O Brasil tem que entender que a exploração de suas riquezas naturais é uma safra que só dá uma vez, e uma safra que só dá uma vez precisa ser muito bem utilizada, estrategicamente utilizada, e não drenada pela corrupção como a gente vê lamentavelmente hoje dentro da Petrobras."

Informações vazadas à imprensa a partir de depoimentos do ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa à Política Federal, mediante delação premiada, revelaram um suposto esquema de repasse de recursos a políticos e partidos da base aliada.

Costa está preso desde junho no Paraná devido a acusações decorrentes da operação Lava Jato da PF, que investiga esquema de lavagem de dinheiro.

A presidente Dilma, quando questionada sobre as recentes denúncias envolvendo a Petrobras, disse que "em nenhum momento" suspeitou de esquemas de corrupção na estatal.

Dilma afirmou ainda que não tomaria nenhuma providência em relação a membros do governo citados nas denúncias, como o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, até que tivesse acesso a dados oficiais do depoimento de Costa.

Marina, ex-ministra do Meio Ambiente, passou a ser questionada sobre o encaminhamento que daria à exploração do pré-sal em um eventual mandato presidencial, depois que seu programa de governo praticamente não mencionou as reservas ultraprofundas.

A candidata esteve à frente do ministério entre 2003 e 2008, durante governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Davi X Golias

Marina disse na sabatina que o mundo inteiro tem discutido alternativas aos combustíveis fósseis como fontes de energia, mas que, por enquanto, a exploração de petróleo ainda é imprescindível.

"Ao dizer que o Brasil busca outras gerações limpas não significa que vai ser deixado de ser explorado. Vamos sim explorar o pré-sal", disse Marina, que criticou o ministro Lobão.

“Temos um Ministro de Minas e Energia que não entende de energia e é vergonha alheia quando começa a falar de energia".

A candidata do PSB ainda acusou PT e PSDB, partido do candidato presidencial Aécio Neves, de se aliarem para espalhar um onda de boatos contra a candidatura dela para tentar manter a polarização política no país entre os dois partidos observada desde 1994.

"Há boatos de que sou contra pré-sal, o Mais Médicos, o Bolsa Família e Minha Casa, Minha Vida. É um batalhão de Golias contra Davi em artilharia pesada, dois partidos que se uniram para fazer isso", afirmou a candidata.

A menos de um mês da eleição, Marina aparece em empate técnico com Dilma, segundo a última pesquisa Datafolha, tanto no primeiro como no segundo turno da disputa presidencial.

Ao ser questionada sobre alegações de adversários de que ela teria dificultado licenças ambientais para usinas hidrelétricas com grandes reservatórios, o que teria contribuído para o quadro atual do uso de energia mais cara das termelétricas, Marina negou ter qualquer responsabilidade.

Segundo ela, quando foi ministra aprovou o dobro de licenciamentos ambientais do que na época do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

Sobre a polêmica usina hidrelétrica de Belo Monte, no Pará, Marina afirmou que pretende cobrar do consórcio responsável pelo projeto compensações ambientais e sociais que não foram cumpridas.

“Queremos que o empreendimento responda com viabilidade econômica, social e ambiental. A licença foi dada num contexto de pressão política e condicionantes não foram cumpridas", disse na sabatina.

Posteriormente, a candidata afirmou à Reuters que sua posição é clara. “Vou continuar com Belo Monte, (mas) da forma correta.”

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