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Saiba mais sobre a Meningite B e a nova vacina liberada pela Anvisa

Doença é grave e pode levar à morte; ainda não há previsão para a chegada do novo imunizante no Brasil

No final do mês passado, uma nova vacina contra a meningite B teve o registro aprovado pela Anvisa (Kevork Djansezian/AFP)

No final do mês passado, uma nova vacina contra a meningite B teve o registro aprovado pela Anvisa (Kevork Djansezian/AFP)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 19 de fevereiro de 2019 às 10h41.

São Paulo - No final do mês passado, uma nova vacina contra a meningite B teve o registro aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O imunizante, chamado Trumenba, poderá ser aplicado em pessoas de 10 a 25 anos de idade para prevenir a doença meningocócica causada pelo sorotipo B da bactéria Neisseria meningitidis.

"Os Estados Unidos estão usando e ela foi capaz de evitar surtos entre adolescentes. É uma vacina que promete ajudar o Brasil contra uma doença grave", diz Isabella Ballalai, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).

A doença é um processo inflamatório que atinge as meninges, membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal, e pode ser causada por infecções por bactérias, vírus, fungos ou parasitas. A meningite é uma doença grave e que pode levar à morte.

Em maio de 2015, foi lançada no Brasil a primeira vacina contra a meningite B, chamada Bexsero, que pode ser tomada por pessoas de 2 meses a 50 anos. Ele é oferecida apenas na rede particular de saúde.

Apesar da aprovação, ainda não há previsão de quando a nova vacina vai começar a ser aplicada no País. Mesmo assim, a nova vacina é vista como positiva por profissionais do setor, principalmente para oferecer opções caso tenha desabastecimento de estoque, algo que já ocorreu no ano em que a vacina disponível no Brasil foi lançada.

"É sempre bom tanto para as clínicas como para os pacientes mais opções de imunizantes, já que minimiza as dificuldades de abastecimento", afirma Sandro Artur Ostrowski, diretor da Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas (ABCVac).

A vacina já é aplicada nos Estados Unidos e na União Europeia, mas a data para lançamento no Brasil não foi definida. "Todo novo medicamento licenciado, antes de ser comercializado, tem de ter o seu preço aprovado pelas autoridades governamentais. No Brasil, o estabelecimento de critérios para a definição dos preços dos medicamentos é de responsabilidade da Câmara de Regulação de Mercado de Medicamento (CMED), um órgão interministerial", explica Márjori Dulcine, diretora médica da Pfizer.

"De acordo com a legislação, o preço do medicamento inovador deve ter como referência o menor preço internacional entre uma cesta específica de países (tais como Austrália, Nova Zelândia, Canadá, Espanha e Estados Unidos). Com base nessa análise, os órgãos competentes decidem o valor final, já com as taxações necessárias. Apenas após essa definição é que o produto poderá ser comercializado no Brasil", complementa.

Segundo a Pfizer, fabricante do imunizante, duas doses da vacina devem ser tomadas com um intervalo mínimo de seis meses entre elas.

Veja abaixo a resposta de algumas dúvidas sobre a vacina:

Há contraindicações? - "Por ser uma vacina inativada, que utiliza apenas uma proteína da bactéria, pode ser administrada com segurança. De forma rara pode provocar uma reação alérgica (anafilaxia) após a primeira dose do esquema", diz Márjori.

Qual o preço médio da dose? - Custa entre R$ 500 e R$ 700, de acordo com a Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas (ABCVac).

Aplicação - A indicação é que as doses sejam aplicadas aos 3 , 5 e 7 meses, além de um reforço depois de 1 ano. A partir de 1 ano, são duas doses com intervalo de dois. Para adultos, duas doses com intervalo de um mês. "Mas quem mais adoece e corre risco é quem está no primeiro e no segundo ano de vida", alerta Isabella Ballalai, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).

Qual meningite é mais perigosa? - A doença causada por bactérias, como a meningite pneumocócica e a meningite meningocócica, costuma se apresentar de forma mais grave, principalmente se causar infecção generalizada. Nesse caso, ela pode levar o paciente à morte em poucas horas. Quando é viral, a evolução é mais leve.

Quais são os sintomas? - No caso da infecção bacteriana, febre, dor de cabeça e rigidez do pescoço começam de forma súbita. Os pacientes também podem apresentar: mal-estar, náuseas, vômito, aumento da sensibilidade à luz, confusão mental. Em casos mais graves, convulsões, delírio, tremores e coma. Na meningite viral, além desses sintomas, a pessoa também pode ter falta de apetite, irritabilidade, sonolência ou dificuldade para acordar e falta de energia.

Como a doença é transmitida? - O tipo bacteriano é transmitido de pessoa para pessoa por gotículas e secreção do nariz e da garganta, mas também há bactérias passadas pelos alimentos. As virais dependem do tipo de vírus. Há casos de contaminação por contato com pessoas e objetos infectados e até por picada de mosquitos, de acordo com o Ministério da Saúde.

Como é feita a prevenção? - Embora a meningite possa ser causada por diferentes agentes infecciosos, é possível evitar os principais tipos por meio da vacinação.

Como a meningite é diagnosticada? - Por meio de exames de sangue e do líquido cerebroespinhal (líquor). A partir da identificação do agente causador da infecção, o médico indica o tratamento adequado. O líquor deve estar límpido e incolor. Quando há infecção, ele fica turvo.

Como é o tratamento? - Pessoas com a suspeita de meningite sempre são internadas, tendo em vista a gravidade da doença. As meningites bacterianas são tratadas com antibiótico e as virais, com antivirais. De acordo com o fungo detectado em quem tem essa forma da doença, são recomendados antifúngicos. O parasita também deve ser identificado para o tratamento de quem tem a meningite causada por parasita, que inclui medicamentos para dor de cabeça e febre - esses sintomas podem ser fortes.

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